VENHA JOGAR BUZIOS

VENHA JOGAR BUZIOS
CONSULTE COM "O CATIÇO" SEU TRANCA RUA. Estamos no bairro Floresta em Belo Horizonte- M.G.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Obra de Mestre Didi aquece debate artístico


FOTO ADQUIRIDA EM SITE DE BUSCA GOOGLE

A obra de Mestre Didi conseguiu reunir, em um seminário, realizado na capital baiana, especialistas brasileiros e estrangeiros das mais variadas áreas do conhecimento. Ontem, a dimensão simbólica da criatividade e da linguagem foi o tema dos debates que têm como ponto de partida o uso dos recursos criativos pelo sacerdote dos cultos africanos e um dos mais consagrados artistas brasileiros. Intitulado "Criatividade, âmago das diversidades culturaisa estética do sagrado", o seminário prossegue até hoje, no Hotel Pestana.

A atividade, organizada pela Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil ( Secneb), continua a celebração dos 90 anos de Mestre Didi, comemorados em dezembro do ano passado. Um dos debates realizados na manhã de ontem, acompanhado atentamente pelo homenageado, reuniu o escritor e diretor da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré; o articulador junto a ONU e membro da Cátedra Indígena Itinerante, Marcos Terena, dentre outros convidados.

"Este seminário não é para falar sobre qualquer alguém, mas de um respeitado representante do povo nagô na Bahia. Mestre Didi deveria ser reverenciado nacionalmente por ser uma figura tão atuante e dono de uma criatividade que traduz a vivacidade de um povo do ponto de vista litúrgico, artístico, narrativo", disse Muniz Sodré.

Marcos Terena, da etnia indígena terena, originária da região do Mato Grosso do Sul, é também diretor do Memorial dos Povos Indígenas e membro do Comitê Intertribal (ITC). Ele destacou a proximidade entre a visão de mundo africana, que é tema da obra de Mestre Didi, com a guardada pelos povos indígenas.

terra - "Nós entendemos a terra como um lugar do qual somos inquilinos. Não somos donos no sentido de explorá-la, mas sim inquilinos que sabem como cuidá-la. Por isso ela é tão importante para nós, como é para os quilombolas", completa Terena.

Ele destaca que o impacto da colonização opressiva no Brasil começou sobre os povos indígenas e continuou atingindo os africanos trazidos como escravos. "Existem conexões que nos aproxima", acrescentou Terena.

Descóredes Maxilimiliano dos Santos, o Mestre Didi, é filho único de Maria Bibiana do Espírito Santo, a Mãe Senhora, que foi ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais conhecidos terreiros de candomblé de Salvador.

Mestre Didi é descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyó e Ketu, cidades do império iorubá e que hoje estão em território pertencentes à Nigéria e República do Benim.

Ele é um alto sacerdote do culto aos ancestrais, dono também de títulos como o que recebeu em 1983: Obá Mobá Oni Xangô, dado pelo rei de Ketu. Por conta de suas atribuições sacerdotais, não se pronuncia em público, fora de um recinto religioso.

"Mestre Didi é um sábio e líder espiritual que tem feito da vida dele uma demonstração de como afirmar sua identidade sem nenhuma forma de agressão. A grande idéia sobre ele é a idéia da tolerância", destaca a socióloga e diretora da Secneb, Maria Brandão, moderadora do debate "Criatividade e a Comunicação Intercultural", que ocorre hoje.

FONTE:Jornal A TARDE

Nenhum comentário: