VENHA JOGAR BUZIOS

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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

sabe o que é ori?

“Ko sí Òòsà tí i dá´ni gbè léhìn Orí eni”
“Nenhum Orixá abençoa uma pessoa antes de seu Orí”
Este oriki (verso sagrado) não deixa dúvida sobre a suprema importância desta divindade pessoal, inclusive, acima dos outros Orixás! Orí, porém, continua sendo um enigma no conhecimento popular do culto. Traduzindo da Língua Iorubana, Orí significa cabeça, entretanto quando se busca aprofundar algo mais, os devotos hesitam, titubeiam, emudecem…
Se Orí é a mais importante de todas as divindades, porque este desconhecimento? Principalmente de uma divindade que reside justamente dentro de nós? Porque, de todos os Orixás, Orí é o mais misterioso? Para responder a esta questão temos de voltar às origens do nosso culto na África.
No continente africano o culto, assim como no Candomblé, é iniciático e hermético.
Portanto os segredos, fundamentos e a sabedoria do culto está para apenas ser desvelado por seus iniciados ao decorrer de sua carreira religiosa e/ou sacerdotal.
Desta forma, os segredos mais profundos e sérios do culto ficavam restritos aos mais altos sacerdotes. Permitindo ao público e aos mais novos iniciados apenas pequenas centelhas desta sabedoria.
Para se atingir os mais profundos conhecimentos e sabedoria eram necessários muitos anos de profunda dedicação e disponibilidade de transcender sempre os próprios limites.
Contudo, atualmente, vive-se na cultura das árvores impacientes que se dedicam a crescer tão apressadamente em detrimento do aprofundamento de suas raízes, e assim, estes profundos conhecimentos foram ficando restritos a um número cada vez menor de sacerdotes. Isto explica o desconhecimento geral deste supremo Orixá! Que é o ponto central do culto afro e afro-brasileiro! Dele depende a nossa existência, nosso sucesso, fracasso, saúde, doença, riqueza, pobreza, plenitude, felicidade. Sem a aprovação de Orí nenhum Orixá pode fazer nada pelo seu devoto. Por isso, para nós, Orí é o Orixá mais importante! É o único que nos acompanha na viagem dos mares sem retorno, como descrito no Itan de Ògúndá Méjì.

VOLTANDO ÀS ORIGENS
No princípio dos tempos da Criação, Oduduwa havia criado a Terra, Oxalá havia criado o homem, seus braços, pernas, seu corpo, Olórúm lhe insuflou o èmí (respiração divina), a vida. Mas Oxalá havia se esquecido da cabeça. Oxalá não fez a cabeça do homem… Então Olórúm pediu a Àjàlà, (o oleiro divino), para confeccioná-la. Àjàlà quando foi confeccionar Orí, pediu a ajuda de Odú, e assim todos os Odús ajudaram a Àjàlà a confeccionar Orí. E assim nasceu Orí. Orí é composto da matéria divina dos Odús, misturados em quantidade e organizados segundo a sabedoria de Àjàlà a pedido de Olórúm. Do material (òkè ìpònrí) que Àjàlà utiliza para confeccionar Orí, se constitui èwò (tabu) para quem possuir esse Orí. E assim se determina as interdições alimentares dos indivíduos, pois, comer do próprio material de que foi constituído, caracteriza ofensa séria à matriz da qual foi criado.
Todo o homem quando vai para o Aiyé, invariavelmente, deve passar na oficina de Àjàlà e escolher o seu Orí. Esta escolha se chama Kàdárà, oportunidade e circunstância, e ao fazê-la, está determinando sua natureza e destino. Este momento ocorre da seguinte forma: A alma se ajoelha (posiçao fetal) diante dos pés de Olórúm (O Criador) e entao lhe faz um pedido – Àkùnlé yàn – pedido esse que estará relacionando ao seu desejo de crescimento moral e espiritual. Entao Olórúm lhe fixa o destino – Àyàn mó Ipín - que Orí deverá seguir, em que geralmente atende aos desejos do próprio Olórúm e às necessidades das restituições que Orí deve cumprir. E então recebe – Àkùn légbà – as circunstâncias que possibilitarão os acontecimentos, geralmente ligado às questões de tempo/espaço, meio e todo o entorno necessário ao melhor cumprimento do destino. Neste momento a alma recebe os seus èwós (tabus), interdições alimentares, de vestuário, de ação, etc. Afirma compromisso com o seu ancestral e tutor espiritual (Orixá). Afirma compromisso com o Bàbá Egún (Pai espírito) responsável pelo ìpònrí ancestral terreno que formou o seu corpo material, e que zela pelo desenvolvimento da família a que Orí fará parte. Todos os contratos são firmados e/ou reafirmados diante de Olórúm e de Orúnmilá, e à medida que o são o destino se lhe vai fixando. Entao Orí se dirige a Àkàsò (a fronteira entre Orúm-plano espiritual, e Aiyé-plano físico) e pede passagem à Oníbodè (o porteiro), que lhe interrogará, o que fará no Aiyé, Orí lhe contará e mais uma vez se fixará nele o seu destino.
ORÍ – A FISIOLOGIA DIVINA
Orí entao descerá e ocupará o seu lugar no Orí do corpo criado, através da chamada “moleira”, abertura no crânio do bebê que irá se fechando conforme se desenvolve ao longo dos anos, onde se dá a “armadilha para Orí”, uma vez encerrado lá, Orí somente voltará a se libertar do corpo na última expiração, pela boca. A princípio Orí assentar-se-á no cérebro (Opolo) daquele corpo, onde comandará Orí Òde (cabeça externa).
ORÍ ÒDÉ
A cabeça externa caracteriza-se pela cabeça física (crânio, cérebro,
sistema nervoso central, olhos, ouvidos, etc) e também pela personalidade e intelecto que resultará da interação daquele corpo com Orí Innú (cabeça interna), a cultura local onde se desenvolverá o indivíduo, e o aprendizado que receberá desde o seu nascimento. Ou seja, Orí Òde é, além da cabeça física, a nossa pessoa como nós a conhecemos e como os outros a conhecem. É o mecanismo criado por Orí Innú para lidar com o mundo exterior. Orí Òde é o nosso “eu exterior”.
ORÍ INNÚ
A cabeça interna, é a nossa personalidade divina, ou nosso “eu verdadeiro”, ou nosso “eu supremo ou superior”. Em resumo, nossa alma. Abaixo de Orí Innú reside Elénìnìí (o opositor de Orí), no cerebelo (ipakó), responsável pelo esquecimento de Orí de sua missão, aquele que o vem atrapalhar a realizar, cumprir sua missão para com Olórúm e a Criação, conforme descrito no Itan do Odú Irosún Méjì. Êste, constitui o último nó para a transcendência de Orí Innú, e o cumprimento de sua missão original. Ainda existe Ipín Jeun (o estômago), e Obo Ati Oko (os órgãos sexuais), que são os outros nós que Orí Innú deve superar: medo, desejo, ambição, vaidade, ciúme, ira, egoísmo, etc…
ORÍN INNÚ AINDA SE DIVIDE EM:
1- Orí Aperé - o caminho predestinado, fenômeno narrado acima. O destino do indivíduo vem escrito em sua cabeça. “sua cabeça, sua sentença!”
2- Aparí Innú - o caráter (Iwà), a personalidade divina. Que é a essência de Orí Innú, a alma, e sua missão original. É através do desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto, honesto, puro, bom) que Orí chegará à sua transcendência última! Enfim, como descreve o Odú Ogbè-Ègùndá: “Ìwà nikàn l´ó sòro o”
“Caráter é tudo o que se precisa”.
Ìwà Pèlé (caráter reto) é o que conduzirá Orí Innú até o Òrun Rere (plano espiritual dos Orixás), em caráter definitivo.
Assim sabemos que nossa divindade pessoal é Orí Innú (cabeça interna-alma), responsável pelo nosso destino e felicidade. Que o nosso Orixá (orí-o primeiro) é o tutor espiritual de nosso Orí Innú, mas que só poderá ajudar-nos se Orí o permitir. Que em nosso Orí Innú reside o nosso Odú (destino) e somente através de Orí e Odú podemos transmutar o nosso destino, e assegurar o cumprimento da missão confiada por Olodumaré. Que devemos nos resguardar de Elénìnìí, o inimigo de nossa missão e alma, aquele que pode nos trazer sofrimentos. E que nossa verdadeira essência, que devemos buscar, reside em Orí Innú (cabeça interna-alma) e não em nosso Orí Òde (cabeça externa-personalidade) que é tão somente o veículo de Orí Innú aqui no Aiyé. E, o mais importante: a missão maior de Orí Innú, à qual cabe ao nosso Orixá ajudar-nos, é o desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto, bom), nosso passaporte para o encontro definitivo com Olórun!!
Orí o!!
Ire o!
(fonte) ACAD - ASSOCIAÇÃO CULTURAL AFRO DESCENDENTE-BABALORISA PAULO ROBERTO

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

OFERENDAS PARA EXU

OFERENDAS A EXÚ




- Para limpeza da casa.

Pega-se um coco seco, pinta-se todo com uáji, rola-se pela casa de dentro para fora impulsionando-o com o pé
esquerdo, como se fosse uma bola. Quando chegar na porta da rua, pega-se o coco com a mão esquerda, leva-se à
uma encruzilhada aberta de quatro esquinas e ali, atira-se o coco no meio da encruzilhada com força, para que se
quebre.



- Para problemas de infidelidade.


Abre-se um coco seco em duas partes. Dentro dele coloca-se um pedaço de papel de embrulho usado, no qual
se escreveu, anteriormente, o nome da pessoa infiel. Acrescenta-se 3 grãos de pimenta da costa; um pouco de azeite
de dendê; um pouco de mel; milho torrado e pó de peixe defumado. Fecha-se o coco e amarra-se com linha vermelha
e linha branca, enrolando-se bem até que o coco fique totalmente envolvido pela linha. Coloca-se o coco diante de
Exú e durante 21 dias acende-se uma vela diariamente, pedindo que a pessoa permaneça fiel ao seu parceiro. No
vigésimo primeiro dia despacha-se numa encruzilhada. (Quem não tem Exú assentado pode colocar o coco atrás da
porta da casa).


- Para problemas de saúde.


Pinta-se um coco seco com efun e depois unta-se todo com ori-da-costa ou, na falta deste, manteiga de cacau.
Coloca-se o coco num prato branco diante de Exú e acende-se uma vela pedindo-se pela saúde da pessoa enferma.
A vela deve ser substituída todos os dias, à mesma hora, e o pedido reiterado. No sétimo dia, logo que a vela
termine, o coco deve ser levado e despachado na entrada de um cemitério.
- Defesa contra inveja e olho-grande.
Coloca-se um coco seco com uma vela acesa em cima, onde deverá permanecer por três dias consecutivos.
No terceiro dia, despacha-se numa encruzilhada de quatro esquinas.
- Para desenvolvimento econômico.
Abre-se um coco do qual se corta quatro pedaços mais ou menos iguais. Estes quatro pedaços, depois de
bem lavados, são colocados num prato com a parte branca para cima. Sobre cada pedaço de coco coloca-se um
pouquinho de mel de abelhas, um pouquinho de azeite de dendê e um grão de pimenta-da-costa. Coloca-se o prato
diante de Exú, ou atrás da porta e acende-se uma vela de sete dias. No sétimo dia, despacha-se tudo (inclusive o
prato) numa mata.


- Para obter um amor.


Tomar banho de água de rio misturada à água de coco verde durante cinco dias seguidos.
- Para problemas de justiça.
Escreve-se, num papel de embrulho usado, os nomes das pessoas interessadas na questão, dos advogados e
do juiz. Abre-se um coco seco pelo meio e coloca-se dentro o papel com os nomes escritos; milho torrado; 21 grãos.


fonte: lendas de orixás.