VENHA JOGAR BUZIOS

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Mediunidade no Candomblé

Todos nós adeptos do Candomblé ou de alguma outra religião de matriz africanas, pertencemos ao grande rol dos que se denominam ESPIRITUALISTAS.Nesse contexto, o que queremos aqui propor, é que não só no Espiritismo Kardecista ou na Umbanda o médiun está propondo uma edificação moral e uma evolução no caminho da sua espiritualidade.Também nós no Candomblé estamos diariamente trabalhando nossa mediunidade, isso inclui também aqueles que não entram em transe , como Ekejis, Ogáns, Olosayin entre outros (tais como aqueles que se denominam médiuns doutrinadores no Kardecismo e Cambonos na Umbanda).Todos nós formamos uma grande corrente da qual a espiritualidade faz uso para poder evoluir concomitantemente com nós outros.Ao yawó, muzenza ou vodunci, que pensa que candomblé é só ritual, está completamente enganado!As questões filosóficas do Candomblé estão presentes aí há milhares de anos, desde antes da chegada dos africanos na América.O Culto a Orunmila (Divindade e Senhor do Destino) talvez seja a que mais aprofunde, nos dias actuais,nesta questão.O culto a Orunmila propôe um profundo conhecimento em Itans (lendas /histórias) baseadas em narrativas de contos e cotidiano dos yorubás no grande continente negro há muito séculos.Muitas vezes essas narrativas e/ou contos versam sobre situações corriqueiras onde os animais (a hiena, o pombo, o antílope etc.) são os protagonistas.Sempre trazendo como pano de fundo uma visão moral de uma determinada situação, que sempre acaba por responder a uma questão por nós indagada.O conhecimento em Ifá (Oráculo divinatório e/ou Orunmila) corresponde ao crescimento moral e ético de cada ser humano, uma vez que essa deidade explica através de seus odus (caminhos kármicos ou dármicos) a missão de cada ser humano nessa existencia.Outro culto importantíssimo no candomblé é o culto ao Orí (Cabeça), sendo essa divindade a principal e primeira a ser cultuada pelos africanos (por ter sido ela quem nos trouxe ao mundo e portanto nos guiará sobre ele).O Orí determinará quais os irunmalés, eboras ou orisás deverão ser cultuados por cada um de nós, mas sempre é o ori quem irá determinar, pois nada será feito nem efetivado sem a permissão deste.Algumas pessoas se iniciam no candomblé, cultuam seus irunmales(orisas) mas não conseguem atingir determinados objetivos, e acabam por culpar a religião pelos seus fracassos,ignorando a realidade de que nem tudo o que queremos nos será dado, pois como já disse o Cristo Ecumênico: "A cada um será dado segundo suas obras".E muitas vezes estamos ainda "colhendo" aquilo que plantamos em nossas vidas passadas, e em prol desta realidade estaremos vivendo um odu iré(positivo) ou ibí(negativo), o que nos é revelado pelo Ifá através de Orunmila.Portanto, não basta apenas raspar a cabeça, adoxar e gritar o urunkò do seu orisa no barracão e pensar que depois disso tudo será um mar de rosas.Muito pelo contrário!Aí é que vai começar a nossa nova caminhada!Orisa é apenas um copo dágua no meio do deserto sob uma pequena árvore para nos refrescar!Mas a caminhada deve prosseguir! E seremos nós mesmos, sempre orientados pelo nosso Orí é quem iremos definir o nosso caminho rumo a um futuro bom ou ruim.Orunmila será sempre o nosso mentor nesta estrada pois é a ele quem sempre iremos buscar para não tropeçarmos em nós mesmos.Os orisas serão sempre os nossos anjos guardiães que estarão sempre prontos a nos inspirarem bons pensamentos e boas ações e o nosso orí será o executor de nossas idéias.Àqueles que não conseguem mudar, que apesar de todos os ritos da iniciação continuam a pensar que o Candomblé é uma religião MÁGICA, que como uma simples varinha de condão irá mudar tudo em suas vidas, eu só posso recomendar-lhes que procurem outra religião porque o candomblé não faz milagres em quem não é santo!Ou seja, como nenhum de nós somos, só nos resta compreendermos que estamos numa seara de entidades ancestrais que ligadas a natureza servem de instrumentos para que possamos "desenvolvermos" mediúnicamente para que quando Olorum nos chame desta vida, possamos dela sair em melhor situação do que quando cá entramos.E para que isso aconteça, precisamos ter antes de mais nada COMPROMISSO ESPIRITUAL! E isso não é nada fácil eu vos garanto!Mas, os oris-burukus(cabeças negativas) eu recomendo que busquem outro caminho, porque "não existe céu baixo para ninguém", nem no Candomblé e nem em religião alguma!


POR: Leonardo d´Ajaguna (Baba Alafandejò).

Quaresma e Religiões de Matriz Africanas

QUARESMA E RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS




POR: BABA Leonardo Cristiane Campos



Há muito as religiões de matrizes africanas (especialmente o Candomblé) romperam com as tradições do catolicismo no Brasil. Um fato ostensivo deste dessincretismo religioso é o rompimento definitivo de muitos terreiros do culto aos orixás com o chamado LOROGUM, em seus calendários religiosos.

Devido a muitos aspectos do sincretismo afro-católico no Brasil, os orixás (deidades do panteão africano) foram cultuados em formas paralelas aos santos do catolicismo, estabelecendo assim uma forma de os escravos enganarem aos seus senhores, dizendo estarem cultuando os santos católicos às suas formas, entretanto estavam mesmo era cultuando seus deuses (orixás, n´kices, voduns etc.).

Esta prática perdurou por muito tempo ainda após a Abolição da Escravatura, até que no ano de 1984, na cidade de Salvador (Estado de Bahia), mães-de-santo famosas promoveram um movimento que repercutiu em todo o país, em prol do reconhecimento do Candomblé como religião, e não como seita, ou parte do folclore brasileiro:



Ao público e ao povo do candomblé: vinte e sete de julho passado deixamos pública nossa posição a respeito do fato de nossa religião não ser uma seita, uma prática animista primitiva. Consequentemente rejeitamos o sincretismo como fruto da nossa religião, desde que ele foi criado pela escravidão. . . Candomblé não é uma questão de opinião. É uma realidade religiosa... (CAMPOS: 2003. P.106).





Tal manifesto ficou conhecido popularmente sob o slogan: Santa Bárbara não é Iansã, que procurava demonstrar ao povo-do-santo e ao leigo em geral, que os santos do catolicismo nada tinham em comum com os orixás, n, kices ou voduns.

Ao mesmo tempo, procuraram demonstrar que o negro/afro-descendente era tão fiel a suas raízes quando realizavam seus rituais nos terreiros de Candomblé como quando iam às missas nas igrejas católicas demonstrando assim sua fé ao cristianismo e também aos seus santos.

Uma dessas rupturas sincréticas logo assumidas, por terreiros antigos da cidade de Salvador e do recôncavo baiano, foi o ato de, durante todo o período da quaresma, cobrir os igbás (fetiches que simbolizam os assentamentos dos orixás no candomblé), seguindo assim um modelo tipicamente cristão, onde as imagens católicas são cobertas de tecidos roxos em respeito ao sofrimento e à agonia da Paixão de Cristo.

Dessa forma, tocava-se o LOROGUM (rito em que os orixás se despedem dos adeptos e neófitos como se partissem para a África, retornando somente no sábado de aleluia.) e mantinham o silêncio e reduziam suas atividades religiosas em muito (apenas jogos-de-búzios, pequenos ebós [trabalhos espirituais simples] e não se iniciava yaôs [noviços] durante todo o período de quaresma).

Hoje o que se percebe na maioria dos terreiros de Candomblé, principalmente nos de nação Nagô (Ketu,Ijexá, Efon) e Gêge (Mahin ou vodun), é um dessincretismo afro-católico em detrimento de uma reafricanização dos cultos, onde sacerdotes e sacerdotisas buscam cada vez mais ritos e semelhanças com os cultos ainda praticados em África Setentrional (Nigéria, Benin etc.), ficando assim cada vez mais distantes das reminiscências do catolicismo.

Outra prática também bastante repudiada por pais e mães-de-santo, é a chamada ROMARIA. Segundo a Yalorixá Stella Azevedo (uma das mais importantes mães-de-santo da Bahia atualmente), mais conhecida como Odé kaiodê (seu urunkò africano), “uma pai ou mãe-de-santo que após os 21 dias de iniciação de seu filho-de-santo, leva-o para assistir a uma missa ou bater paó (louvar) na porta da Igreja, certamente ainda está preso aos grilhões da escravidão”.

Os orixás do Omolokô são os mesmos do Candomblé?Por quê?




Olhem a opinião de alguns Tatas:

Esse é um comentário de alguém do Candomblé:"tenho visto que muitos umbandista que desconhecem o ritual da omoloko dizem que são desta religião, o pouco que conheço que é quase nada desta religião eu percebi que ela tem vinculo com a naçao no entanto não segue o padrão do que fazemos.
Usando uma avé ou menos bichos, o que faríamos apenas para confirmar o santo eles usam na feitura, diferenciando os rituais e erós da nação, não sei se foi para manter a diferença ou se foi o ponto final que seus fundadores chegaram dentro da religiao africana.
Os nossos ejés vão muito mais bichos e rituais diferem muito dos da omoloko, eu estou na religião desde 1985, no entanto faz mais ou menos 4 anos que descobri esta religiao, talvez porque aqui em sp não existem casas. Ou eu nunca soube que existam.
Mas talvez o motivo do iniciado na Omoloko tenha que mudar igbá e seus anos de santo deve ser pelo motivo dos rituais que deixaram de completar para aquela nação, da mesma forma que eu comecei na angola e fui para o nagò eu comecei do zero há muito tempo atrás, hj eu tenho de 24 anos de santo no nagò."

O que vcs acham???

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Sim,para mim o que muda são os fundamentos.
Algumas pessoas se confundem do que seja Omolokô. “Omolokô é Umbanda ou Candomblé? “ A resposta só poderia ser uma única: Omolokô não é Umbanda apesar de aceitar em seus rituais o culto a Falangeiros de Orixás. O Omolokô cultua os Orixás com suas cantigas em Yorubá ou Angola, pois como já foi dito anteriormente esse ritual houve forte influência também por estas duas culturas. Porém, como pode-se ver, o ritual Omolokô não poderia ser encaixado no grupo dos Candomblés, pelo principal motivo de que no Omolokô são cultuados, ainda que em situações separadas, os Caboclos, Pretos-Velhos dentre outros, aceitando-se a realização de práticas ritualísticas de Umbanda em um mesmo solo. Há quem defina o Omolokô como “Umbandomblé”, ou como “Candomblé Umbandizado” ou ainda como “Umbanda Candombleizada” [4], porém, definições adaptáveis apenas às casas de Omolokô que fundem seus cultos, uma vez que existem aqueles que não misturam tais práticas.


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Por: Tata N'Ganga Ria N'kisi Gilberto t'Madé ( Odé Karofagi )

A grande questão é que sempre estão colocando o Omolokô omo se Fosse UMbanda, respeitamos muito esta religião, mas não somos.
Temos uma identidade, temos fundamentos , temos cantigas, rezas, formas de cultuar - mos nossos BAKUROS ( sim este é o nome de nossas divindades ) que nos diferenciam e nos fazem pertencer a etnia LUNDA KIOKO ( assim como KETU, JEJE,EFON, etc.. ) - Temos uma similaridade muito grande com a nação Angola, pois nossas raizes estão dentro deste país EX: Angola Muxicongo, Angola Kassange, etc... Podemos dizer que somos Angola Lunda Kioko.
A nossa aproximação com a UMbanda a quem respeitamos e admiramos, começa com o culto as Almas ( Cruzambê ), os Lunda - KIokos tinham uma forma muito parecida de cultuar seus ancestres. Outra particularidade histórica me foi passada por meu pai, que quando da codificação da Umbanda em 1907, acontecia simultaneamente uma perseguição aos Tatas, N'Ginjas,Kissarangombes e este receberam guarida dos UMbandistas e nestya convivência foi se apurando as coisas comuns e se aproveitando, miscigenando. quanto a nom,enclatura dos nomes das divindades, a supremacia yorubana e o aproveitamento dos nomes pela UMbanda foi se aplicando e se universalizando entre todas as religiões de matriz africana. Este resgate das tradições de cada etnia é recente e data mais ou menos de uns 25 anos. Antigamente os grandes zeladores tinham uma convivência de ajuda mútua e também faziam uma troca de conhecimentos. EX: Meu pai TATA TANCREDO, recebeu no morro do EStácio JOãozinho da Gómeia, Tio Zé CRiolo, Tio Zé Pequeno, além de estar sempre junto com o pessoal do ILê Axé Opô AFonjá ( na figura de Mãe Senhora ) que ele homenageou na decada de 60 no Maracanã. Os grandes zeladores de Santo da Nação Lunda Kioko Omolokô eram um tanto quanto arredios, e nós de uma geração mais nova é que resolvemos dar visibilidade à nossa religião. Quanto as questões de fundamentos se são assim ou assados faz parte de nossos dogmas, não cabendo discutir e discorrer sobre preincipalmente em público, mas entre nos zeladores. Quanto a falar que somo desta ou outra nação era preciso criar - se um documento comprobatório de foro legal para que estas falcatuas acabem.

fonte:
http://josedogun77.ning.com/forum/topics/os-orixas-do-omoloko-sao-os

EBÓS



Ebó é um termo africano, do iorubá, que tem várias acepções nos cultos africanos no Brasil, mas as acepções todas têm em comum o fato de tratar-se de uma oferenda, dedicada a algum orixá, podendo ou não envolver o sacrifício animal.

Oferenda votiva

Ebónada mais é do que uma limpeza espiritual, como alguns dizem é uma limpeza da aura, de uma pessoa, de uma casa, de um local de comércio. Transfere-se para os alimentos a energia maléfica que está na pessoa ou no local, com a ajuda de Exú e dos Orixás.

Não adianta só oferecer as comidas, o segredo está nas cantigas, e na receita, algumas podem ser conhecidas mas a maioria faz parte do segredo do Candomblé. Pode-se fazer ebó para abrir os caminhos para emprego, ebó de saúde, ebó de prosperidade, o que varia é a receita. Existem vários tipos de ebós, mas sempre será feito de acordo com o determinação do jogo de búzios merindilogun.

No jogo de búzios define-se a qual orixá será oferecido o ebó, sendo que cada um leva seus ingredientes especiais tais como: o pombo de Oxalá, a batata doce de Oxumaré ou a canjico de Ogun. Há ainda aqueles ebós pra afastar espíritos desencarnados que ainda atrapalhas a vida de algun, o ebó de Egun, e outros para curar traumas e ajudar no esquecimento e superação de experiências ruins, o ebó de susto e para prevenir problemas no futuro.

Não é em todos eles que ocorre a sangria de animais, pois há os chamados ebós brancos nos quais não é permitido qualquer sacrifício e os animais utilizados, geralmente neste caso os frangos e galos são soltos com vida.

Após o ritual do ebó há uma rígida cartilha a ser seguida para que se tenha resultados, e o sacrifício seja aceito, por exemplo: a não ingestão de qualquer tipo de carne vermelha nem tão pouco frutas vermelhas ou ácidas[incluindo seus sucos], a abstinência principalmente de praticas sexuais como também beijos e abraços, fica proibido a ida a velorios, hospitais, cemitérios ou mesmo a passagem sob arames enfarpados ou escadas.

O ritual é largamente praticado em diversas casas e centros religiosos de candomblé e obtém elogios os resultados obtidos por seus praticantes.
Sobre os Ebós e Oferendas

Os ebós são oferendas feitas para Orixás, Odù, Eguns e outras divindades para diversas finalidade, sejam elas feitas para apaziguar algum problema, sejam feitas em forma de agradecimento de alguma graça atingida, por alcançar algum objetivo ou simplesmente como forma de agradar as divindades que ora está sendo cultuado. O princípio do Candomblé se baseia no ebó, nas oferendas propiciatórias obtendo a redistribuição do Axé e mantendo seu equilíbrio vital.

Através da hierárquica, todo ebó a ser ofertado, para que o Orixá tome conhecimento, devemos invocar a energia de outros Orixá, que tem o papel especifico de servirem de interligação entre nós e as divindades, sendo que sem a aceitação desses, os Orixá a qual estamos ofertando os ebós não saberão de sua existência.

Gostaríamos de salientar que na sempre ao fazer tais oferendas ou Ebós, se faz necessária a presença ou orientação de um zelador(a) para que seja colocado o Axé necessário para cada ato. Existem at´s

Ebó para Ògún

Para abrir caminhos, trazer dinheiro, prosperidade

1 inhame do norte assado, 1 alguidar médio, 21 moedas correntes, 21 taliscas de mariwô (folha de palmeira), 1 acaçá branco (bolinho de milho branco misturado com água, envolto em folha de bananeira), 1 acaçá vermelho (igual acaçá branco, porém com farinha de milho amarela), azeite de dendê e mel.

Como Preparar: Asse o inhame na brasa. Se necessário, raspe um pouco para eliminar o excesso de negrume. Colocar dentro do alguidar. Vá enterrando os talos de mariwô e chamando por Ògún, Faça o mesmo com as moedas. Coloque os acaçás, um em cada ponta do inhame. Regue com um pouco de dendê e mel, 1 pitada de sal. acenda uma vela e faça seus pedidos a Ògún. Deve-se colocar no muro, ao lado do portão, ou no chão, na entrada do portão. se você morar em apartamento, coloque dentro de sua casa, atrás da porta de entrada. Deixe 7 dias e após, despachar aos pés de uma árvore frondosa.

Presente a Oxun

Para acalmar a pessoa amada

5 batatas inglesas, mel, azeite doce, açúcar mascavo, 2 velas.
Como Preparar: Cozinhe as 5 batatas inglesas sem casca. Deixe esfriarem. Coloque um pouco de mel, azeite doce e açúcar mascavo em um prato de louça, vá amassando as batatas com as mãos e misturando tudo. Faça isso pensando na pessoa amada. Dê um formato de coração à massa. Acenda 2 velas amarelas de 30 cm ao lado. Ofereça a Òsún Àpáàrà.

Oferendas a Ogun

Material: 1 inhame; Azeite de dendê; Mel de abelhas; 1 palma de dendezeiro (mariwo), pode ser de coqueiro caso não ache o dendezeiro; 1 vela branca.

Modo de fazer: Asse o inhame. Retire os talinhos das folhinhas da palma do dendezeiro. Depois que o inhame esfriar monte-o enfiando os talinhos em toda o corpo do inhame, escreva o nome da pessoa que se deseja ajudar em um prato branco e coloque o inhame em pé sobre o nome, coloque o mel e um pouco de dendê sobre o inhame e os talinhos . Pede-se o desejado à Ogum. Coloque próximo ao portão da casa que se fez a oferenda.

Ebó para Èsù Lonan

Abrir Seus Caminhos, para tirar feitiço, olho-grande, inveja.

1 metro de morim vermelho, 1 alguidar médio, 7 velas brancas, 1 bife de boi cru, 7 moedas atuais, 7 búzios abertos, 1 farofa de dendê, com uma pitada de sal, 7 limões, 7 acaçás vermelhos, 7 ovos vermelhos, 1 obi.

Como Preparar: Abra o morim em sua frente. Acenda as velas. Passe o alguidar pelo seu corpo e coloque-o em cima do pano. Passe os ingredientes no corpo, pela ordem acima. Por último, abra o obi, e leve-o até a sua boca, fazendo seus pedidos. Deixe-o em cima do ebó. Feche o morim. Este ebó tem que ser despachado em rua de muito movimento, onde tenha muitas casas comerciais.

Oferendas a Exú

Material: Farinha; Azeite de dendê; Mel de abelhas; Farinha de milho branco; Fígado, coração e bofe de boi; Cebola; Camarão seco socado; Um alguidar.

Modo de fazer: Faça uma farofa com dendê, uma com mel e uma com água, separadamente. Faça o acaçá branco cozinhando a farinha de milho em água, deixe a massa bem consistente, depois coloque em um pedaço de folha de bananeira e enrole. Deixe esfriar. Corte os miúdos de boi em pedaços pequenos e coloque para refogar com dendê, cebola, um pouco de sal, o camarão e rodelas de cebolas. Coloque as farofas no alguidar sem misturar muito, ponha o refogado de miúdos sobre a farofa e coloque o acaçá no centro. Oferece-se para Exú pedindo o que se quer. Coloque em uma praça bem movimentada.

Ebó Para Caso de Prisão

Escrever o nome do preso em 21 ovos. Quebrar ao redor da delegacia ou presídio, chamando por Exu Tiriri e pedindo o que quer.

Fazer um caruru para sete crianças. Limpar as mãos na roupa da pessoa e despachar na cachoeira.

Se a pessoa ainda não tiver sido presa, limpe as mãos das crianças na roupa e no corpo da pessoa. Depois, despachar a roupa na cachoeira e dar um banho de cachoeira na pessoa.

Ebó Para Yansã - Oyá Onirá

Material Necessário:1 Abóbora moranga4 Búzios abertos4 Noz moscada4 Moedas4 Acarajés4 Metros de fitas vermelha / Branca1 Saco de morim

Maneira de Fazer: Fazer um buraco na abóbora, colocar o resto das coisas, depois de passadas no corpo. Tapar a abóbora, amarrar com fitas. Entregar a OYÁ ONIRA no alto de um morro, às 18:00 ou 24:00 horas, acender e pedir tudo de bom.

Ebó Para Resolver Problemas Difíceis

Material Necessário:2 Acaçás Brancos 2 Ovos Brancos 2 Quiabos 2 Moedas 2 Conchas 1 Oberó

Maneira de Fazer: Passa-se tudo no corpo e coloca-se num Oberó, colocar bastante mel e arriar numa praça e pedir a MEGE ou MEGIOKO que traga tudo de bom e em dobro. Este Ebó tem que ser feito com 2 pessoas, acompanhadas de duas crianças.

Nota: Este Ebó só pode ser feito nas terças-feiras.

Ebó de União

Colocar o nome das duas pessoas dentro de um Obi e enterrar em um pé de planta sem espinhos, colocar bastante mel e fazer os pedidos.

Ebó Para Deixar de Beber

1. Escrever os pedidos na fronha do travesseiro e depois despachar no mar.

2. Sacudir a pessoa com pipocas e um frango numa cova abandonada do cemitério, fazer pedidos e deixar tudo aquilo ali.

3. Torrar a maça de vaca e fazer o pó. Esse pó deverá ser colocado na bebida que a pessoa mais gosta ou comida.

4. Fazer uma infusão de cachaça, camarão pitu e restos das fezes do beberrão. Quando ele beber fará vômitos. Quando vomitar, junte o vômito e enterre numa cova abandonada, acendendo uma vela e fazendo pedidos.

Para Descobrir Um Orixá Que Não Aparece no Jogo

Colocar um Obi com uma moeda corrente dentro de uma folha da costa ( saião ) e colocar 3 noites debaixo do travesseiro da pessoa. Retirar e colocar no meio do jogo de búzios, pedindo à IFÁ e ORUMILA que apresente o Orixá.

Ebó Para Afastar Egun

Material Necessário:9 Ovos Brancos 9 Ecurus 9 Acaçás Brancos Canjica Branca Escaldada 9 Velas Brancas Morim Branco

Maneira de Fazer: Passar tudo pelo corpo e pedir à OYÁ EGUNITÁ para afastar todos os males e Eguns. Em seguida, tomar um banho de Abô e acender 7 velas para Omolu, fazendo os pedidos.

Depois, passa-se um pombo pelo corpo da pessoa e solta-se. Em seguida, a pessoa deverá tomar 7 banhos durante 7 dias seguidos, cumprindo preceito.

Ervas Necessárias:Dandá-da-costa - ralado Saco-Saco Erva D'Oshóssi Aroeira Branca Funcho

Oferendas Para Oxalá - Prosperidade

Local: Dentro de Casa
Horário: Diurno
Dia da Semana: Sexta-Feira

Material Necessário:
01 Tijela branca e 16 Acaçás

Modo de Fazer: Colocar na tijela branca 16 acaçás, pedindo a OXALÁ ajuda e melhoria de vida, colocar em cima do telhado, pedindo que OXALÁ o ajude e leve-o o alto AXÉ.

Ebó Para Atrair Clientes

Local: Terreiro de Candomblé.
Horário: O que lhe melhor lhe convir.
Dia da Semana: Terça, Quarta ou Quinta-Feira.

Material Necessário:

02 kilos de Milho Vermelho - 07 Moedas - 01 Omolocum - 09 Acarajés e 01 Ajebó.

Modo de Fazer: Colocar dois quilos de milho no fundo de uma panela. Colocar sete moedas. Sair pela manhã antes do sol nascer, fazer a volta jogando pela rua, e gritar por OGUN, entrar no,portão, tirar as moedas e colocar no jogo. Arriar um Omolocum para OXUN e nove acarajés para YANSAN, após vinte e um dias dar um Ajebó para XANGÔ, dentro de casa, com nove moedas, colocar no canto do quintal, as moedas colocar no jogo.

Oferenda a Obaluaiê ( Inveja e Olho Gordo )

Local: Terreiro de Candomblé.
Horário: Diurno
Dia da Semana: Sexta-Feira.

Material Necessário:
01 quilo de milho alho 10 orogbôs, 10 moedas correntes e 10 favas de olho de boi.

Modo de Fazer: Fazer do milho alho, pipoca ( flores do velho ), colocar dentro de um Oberó ( aguidá ), colocar 10 orogbô, passando um a um pelo corpo, passar em seguida as 10 moedas, uma uma pelo corpo, em seguida passar as favas de olho de boi, pelo corpo pedindo tudo o que quiser. Colocar tudo dentro do Oberó, em cima as pipocas.

Obs: Esta obrigação tem por finalidade segurar sua casa do mal, dos inimigos e dos invejosos. Afastando-se de sua casa e mais quem estiver prejudicando ou perturbando seu lar.

Oferenda a Oyá Onirá ( Bons Negócios )

Local: Alto de um morro
Horário: Diurno
Dia da Semana: Quarta-Feira.

Material Necessário:
01 abóbora, 04 búzios abertos, 04 nóz moscada, 04 moedas correntes, 04 metros de fita branca, 04 metros de fita vermelha, 01 papel com seu nome e da pessoa com quem quer realizar o negócio e mel de abelha.

Modo de Fazer: Corta-se a abóbora moranga em cima e, coloca tudo dentro do saco, colocando em seguida o saco dentro da abóbora, fecha-se a abóbora e amarra-se com fitas brancas e vermelhas, coloca no alto de um morro e entrega a Yansán Onirá.

Obs: Entrega-se a Yansán pelos caminhos de Obará.

Ebó Para Limpeza da Casa ( Moradia )

Local: Dentro de Casa
Horário: Qualquer um
Dia da Semana: Segunda-Feira.

Material Necessário:
01 Pombo branco e 01 metro de fita branca.

Modo de Fazer: Cava-se um buraco e coloca-se uma tigela com ovos gôros, cobrindo-os com prato branco, cobre-se o buraco com uma tampa. Sempre olhar os ovos, para ver se estouram, remove-los e substituí-los.

Obs: Despachar na encruzilhada. Por dentro do barracão em um canto, uma tigela com 07 ovos bons e água com sal grosso. Quando fizer sete dias, despacha-los em uma encruzilhada aberta, fica-se no meio da encruzilhada e joga-se os ovos para trás de si e sai sem olhar para trás, em seguida, coloca-se novos ovos no local.

Para Conseguir Um Bom Emprego

Um Galo Para Xangô Airá

Local: Pedreira
Horário: 18:00 horas
Dia da Semana: Quarta-Feira.

Material Necessário:
01 frango branco novo, 12 quiabos, 01 cebola, camarão seco, azeite doce e 06 acaçás brancos.

Modo de Fazer: Sacrificar o frango, tirar as tripas e limpar bem o frango com os Axés, depois colocar os miúdos dentro da barriga do frango, junto com os quiabos e a cebola e, bastante camarão. Fazer uns espetos e fechar o frango com eles. Colocar para cozinhar, depois de cozido, passar azeite doce até ficar dourado. Oferecer o galo e os acaçás.

Obs: Para que este trabalho saia, é necessário que se leve um fogareiro para a pedreira e as panelas.

Vinho Para Impotência Sexual

Local: Quintal de Casa
Horário: Qualquer um
Dia da Semana: Qualquer um

Material Necessário:
Mel de abelha, vinho mosacatel, gengibre e raiz de jurubeba.

Modo de Fazer: Ralar a raiz de gengibre e, misturar a raiz de jurubeba, também ralada, adicionar o vinho moscatel e o mel de abelhas, deixar tudo em infusão durante sete dias. Enterrar no fundo do quintal, deixando enterrado durante três meses. Após os três meses retirar o litro e começar a beber um cálice por dia, antes das refeições, mas antes fazer um Ebó.

EBÓ

Material Necessário:
10 Velas brancas, 10 acaçás brancos, 10 acarajés, 10 carretéis de linha branco, 02 metros de morim branco, 01 saco de estopa ( linha ) e 04 metros de cadarço

Obs: Passar o Ebó no corpo da pessoa e depois despachar no mar.

Ebó Para Impedir Que Uma Pessoa Faça Mal a Outra

Local: Dentro de Casa
Horário: Qualquer Um
Dia da Semana: Segunda-Feira.

Material Necessário:
Nome da pessoa que quer fazer o mal - 01 cebola, 02 pires virgens e 01 garrafa de pinga.

Modo de Fazer: Coloca-se o nome da pessoa dentro do pires, e em cima do nome coloca-se a cebola, joga-se a pinga em cima e cobre-se com o outro pires, pedindo para que a pessoa esqueça que você existe.

Ebó Para Ocultar Trabalhos e Não Serem Vistos Através dos Búzios

Quando estiver o trabalho, cobre-se a pessoa e o trabalho com 1 metro de morim branco virgem, enquanto o faz. Depois pode aproveitar o pano para outro trabalho qualquer.

Ebó de União de Casal

Local: Quarto do Orixá
Horário: 2 Horas da manhã
Dia da Semana: Segunda-Feira.

Material Necessário:
02 corações frescos, mel de abelha, 04 velas brancas, palha da costa, 02 palitos grandes ( suficientes para atravessar os corações ) e 01 oberó, nome do casal

Modo de Fazer: Abre-se uma das artérias de um coração por cima e, coloca-se o nome dentro. O outro coração fica intacto, junta-se os dois corações dentro do oberó e atravesse-os com os dois palitos separados um mais em cima que o outro. Prepara-se duas cordinhas com palha da costa, amarra-se os dois corações, dando um laço de cada lado, a entrada dos palitos e nas saídas, coloca-se este trabalho no mesmo dia na mata, ao pé de uma árvore, acende-se as três velas e fa-se o pedido ao entregar. Quando estiver fazendo este trabalho acender uma vela no ronkó, além disso, vai tirando as cantigas de Oxóssi.

Ebó de União

Local: Terreiro de Candomblé
Horário: Diurno
Dia da Semana: Sexta-Feira

Material Necessário:
Canjica cozida, 01 tigela branca, mel de abelha, 02 pombos brancos, 16 bolinhos de inhame e os nomes do casal.

Modo de Fazer: Cozinhar a canjica, por na tigela branca, colocar por cima o mel de abelha mais 16 bolinhos de inhame, dentro da canjica os nomes do casal. Matar um casal de pombo, mais mel, acender uma vela de 7 dias.

Ebó Para Resoluções Rápidas

Local: Entrada
Horário: Noturno
Dia da Semana: Segunda-feira

Modo de Fazer: Torrar feijão fradinho no azeite de dendê, colocar em um alguidar ou em folha de mamona, arriar em estrada de barro.

Ebó Para Trazer Uma Pessoa

Local: Casa da Pessoa
Horário: Diurno
Dia da Semana: Segunda-feira

Material Necessário:
01 Pinto novo sem asa, o nome da pessoa que deseja que volte, mel de abelha e uma panela de barro.

Modo de Fazer: Falar no ouvido do pinto o nome da pessoa sete vezes. Colocar no bico o nome da pessoa com bastante mel de abelha, enterrar tudo na panela de barro no quintal de casa e oferecer a Exú. Depois tomar um banho de Erva Doce, alfazema, açúcar Cristal, Nome da Pessoa. Do pescoço para baixo.

Ebó Para Tirar Influências Negativas ( Exú )

Local: Casa da Casa
Horário: Qualquer Um
Dia da Semana: Qualquer um, exceto Sexta-feira

Material Necessário:
03 Ovos, 01 cebola e 02 garrafas de água.

Modo de Fazer: Passar tudo no corpo da pessoa e despachar em uma mata fechada.

Ebó Exú Para Afastar Más Influências ( 1 )

Local: Cemitério
Horário: Meia-Noite
Dia da Semana: Segunda-feira

Material Necessário:
Um galo preto, verduras de todas as qualidades, um pedaço de carne seca, um pedaço de carne de porco salgada, 07 bolinhos de farinha e água com carvão, 07 farofas de azeite-de-dendê, 07 farofas de mel de abelha, 07 velas brancas, 1 metro de morim branco, Duburu, feijão preto cozido, feijão preto torrado, milho vermelho e galhos de aroeira.

Maneira de Fazer: Passar pelo corpo da pessoa todos os ingredientes acima descriminados, obedecendo a mesma ordem. Deixar tudo no local que fizer o Ebó. Levar a pessoa imediatamente para tomar banho de Abô.

Ebó Exú Para Afastar Más Influências ( 2 )

Local: Cemitério
Horário: Meia-noite
Dia da Semana: Segunda-feira

Material Necessário:
Um casal de galinhas brancas. Além de todos os ingredientes acima mencionados. A maneira de fazer é a mesma do Ebó acima.

Oferendas a Odé

Material: 1 milho verde com casca; Milho vermelho em grãos; Coco; 1 alguidar.

Modo de fazer: Cozinhe o milho vermelho e coloque dentro do alguidar, desfie a palha do milho verde deixando apenas o milho descoberto e as palhas desfiadas penduradas, desfiar sem arrancar a palha do milho. Corte o coco em fatias finas e enfeite sobre o milho cozido, coloque o milho verde em pé sobre o coco, apontado para cima e com as palhas escondendo os grãos e o coco que ficarão em baixo. Coloque em cima da casa ou em um lugar alto pedindo à Oxóssi o que se quer.

Oferendas a Ossain

Material: Batata doce; Cebola; Azeite de dendê; 1 alguidar

Modo de fazer: cozinha-se a batata-doce apenas em água. Depois, descasca-se e amassa-se feito purê. Aí, mistura-se num refogado de cebola ralada com azeite de dendê e coloca-se tudo no alguidar. Coloque próximo a plantas e faça seus pedidos.

Oferendas a Obaluaiê

Material: Milho de pipocas; Areia de praia; 1 alguidar; 1vela branca.

Modo de fazer: Este é o prato mais comum oferecido à Obaluaie ou Omolu. Coloque a areia de praia em uma panela e deixe esquentar, depois de quente coloque o milho de pipoca para estourar nesta areia. Quando estiver estourado, coloque o milho no alguidar e está pronta a oferenda, faça seus pedidos à esse grande Orixá.

Oferendas a Xangô

Material: 12 quiabos; mel de abelhas; azeite de oliva; água; 1 tigela branca.

Modo de fazer: Corte os quiabos em rodelas finas, coloque na tigela com água, ponha um pouco de mel e um pouco de azeite por cima e mexa com as mãos até que se forme uma baba viscosa, enquanto estiver amassando com as mãos vá pedindo o que se quer à Xangô, Depois coloque em um lugar alto .

Oferendas a Oxumarê

Material: Feijão fradinho; Milho vermelho em grãos; Cebola; Azeite de dendê; 1 prato colorido.

Modo de fazer: Cozinha-se o feijão fradinho em água. Separadamente, cozinha-se o milho vermelho também em água. Depois, juntar o feijão e o milho, misturar bem e depois colocar num refogado de cebola ralada e azeite de dendê que deverá estar pronto. Coloque no prato e coloque próximo as plantas oferecendo a Oxumarê e fazendo seus pedidos.

Oferendas a Yansã

Material: Feijão fradinho; Camarão seco ralado; Cebola ralada; Azeite de dendê; 1 prato de barro ou louça.

Modo de fazer: Coloque o feijão de molho de um dia para o outro. Descasque o feijão um a um. Triture o feijão e misture com cebola ralada e o camarão seco socado, mexa por um tempo até que se obtenha uma massa firme. Coloque a massa para descansar coberta com um pano e com uma pedra de carvão dentro. Coloque +/- um litro de dendê em uma panela funda e deixe esquentar bem, faça bolos da massa de feijão com uma colher e coloque para fritar. Quando estiverem todos fritos, coloque no prato e deixe esfriar. Ofereça-os para Yansã. Faça seus pedidos.

Oferendas a Obá

Material: Feijão fradinho; Cebola; Camarão seco socado; Azeite de dendê; Farinha de mandióca; 1 Alguidar; Flores e velas coloridas.

Modo de fazer: Cozinha-se o feijão fradinho em água. Depois,mistura-se num refogado de cebolas raladas, camarão seco socado, azeite de dendê e água. Por cima coloca-se a farinha de mondioca, fazendo um pirão e coloca-se no alguidar. Deixe esfriar e enfeite com flores por cima do prato. Coloque nas margens de um rio e acenda as velas coloridas pedindo o que se quer a Obá. Sendo por muitos divindade interligada ao amor.

Oferendas a Oxun

Material: 5 batatas doces brancas; mel de abelhas; velas amarelas; prato branco; fitas coloridas.

Modo de fazer: Coloque as batatas para cozinhar em água até que fiquem bem molinhas. Deixe esfriar e amasse estas batatas com mel pedindo o que se quer. Tenha muita concentração em amassar, depois de amassado, coloque no prato e molde um coração com a massa. Depois enfeite com flores e fitas. Ofereça à Oxum em uma lagoa ou riacho. Esta oferenda é muito eficaz em casos amorosos.

Oferendas a Logun Edé

Material: Milho vermelho; Feijão fradinho; Azeite de dendê; Cebola; Camarão seco socado; 1 Alguidar; 1 inhame; ovos cozidos; coco; mel de abelhas.

Modo de fazer: Cozinha-se o milho vermelho só em água. Separado, cozinha-se o feijão fradinho, também só em água. Refoga-se o feijão fradinho com azeite de dendê, cebola ralada e camarão seco socado. Coloca-se o feijão em uma metade do alguidar e, na outra, o milho vermelho cozido. Frita-se o inhame e coloca-se por cima em fatias, em volta, enfeita-se com ovos cozidos em rodelas, fatias de coco e coloca-se bastante mel de abelhas por cima. Pede-se o que se quer e oferece-se ao Orixá Logun Edé.

Oferendas a Exú

Material: Farinha; Azeite de dendê; Mel de abelhas; Farinha de milho branco; Figado, coração e bofe de boi; Cebola; Camarão seco socado; Um alguidar.

Modo de fazer: Faça uma farófa com dendê, uma com mel e uma com água, separadamente. Faça o acaça branco cozinhando a farinha de milho em água, deixe a massa bem consistente, depois coloque em um pedaço de folha de bananeira e enrole. Deixe esfriar. Corte os miúdos de boi em padaços pequenos e coloque para refogar com dendê, cebola, um pouco de sal, o camarão e rodelas de cebolas. Coloque as farófas no alguidar sem misturar muito, ponha o refogado de miúdos sobre a farófa e coloque o acaça no centro. Oferece-se para Exú pedindo o que se quer. Coloque em uma praça bem movimentada.
Ebónada mais é do que uma limpeza espiritual, como alguns dizem é uma limpeza da aura, de uma pessoa, de uma casa, de um local de comércio. Transfere-se para os alimentos a energia maléfica que está na pessoa ou no local, com a ajuda de Exú e dos Orixás.

Não adianta só oferecer as comidas, o segredo está nas cantigas, e na receita, algumas podem ser conhecidas mas a maioria faz parte do segredo do Candomblé. Pode-se fazer ebó para abrir os caminhos para emprego, ebó de saúde, ebó de prosperidade, o que varia é a receita. Existem vários tipos de ebós, mas sempre será feito de acordo com o determinação do jogo de búzios merindilogun.

No jogo de búzios define-se a qual orixá será oferecido o ebó, sendo que cada um leva seus ingredientes especiais tais como: o pombo de Oxalá, a batata doce de Oxumaré ou a canjico de Ogun. Há ainda aqueles ebós pra afastar espíritos desencarnados que ainda atrapalhas a vida de algun, o ebó de Egun, e outros para curar traumas e ajudar no esquecimento e superação de experiências ruins, o ebó de susto e para prevenir problemas no futuro.

Não é em todos eles que ocorre a sangria de animais, pois há os chamados ebós brancos nos quais não é permitido qualquer sacrifício e os animais utilizados, geralmente neste caso os frangos e galos são soltos com vida.

Após o ritual do ebó há uma rígida cartilha a ser seguida para que se tenha resultados, e o sacrifício seja aceito, por exemplo: a não ingestão de qualquer tipo de carne vermelha nem tão pouco frutas vermelhas ou ácidas[incluindo seus sucos], a abstinência principalmente de praticas sexuais como também beijos e abraços, fica proibido a ida a velorios, hospitais, cemitérios ou mesmo a passagem sob arames enfarpados ou escadas.

O ritual é largamente praticado em diversas casas e centros religiosos de candomblé e obtém elogios os resultados obtidos por seus praticantes.

Por Pai Jose d' Ogum em 13 fevereiro 2009



fonte: http://josedogun77.ning.com/forum/topics/ebos-e-oferendas


EM TEMPO:


As oferendas estão ligadas às forças sutis da Natureza, aos espíritos elementares e que habitam, quando Superiores, uma mata limpa, uma praia limpa, uma montanha, uma cachoeira etc. Esses elementos estagiam nos 3 Reinos da Natureza (mineral, vegetal e animal). São seres espirituais que ainda não encarnaram nenhuma vez, encontrando-se em estágios variados de qualificação e credenciamento para encarne. São o mais simples dentro da evolução planetária.

Esses Elementares colaboram com a Natureza enquanto evoluem, subordinando-se portanto a certa classe de Espíritos Superiores, situados ao nível de um Orixá. Assim, quando fazemos oferendas a um Orixá ou Entidade afim a este orixá, estamos oferecendo a estes Elementares, que, devido aos elementos radicais usados na oferenda, são atraídos por ela. Como os Elementares detêm altos teores energéticos vitais, em virtude de estagiarem na Natureza e por não terem a mancha do sangue e da carne, vitalizam profundamente o indivíduo que fez a oferenda.

Essas oferendas devem conter os elementos água, fogo, terra e ar.

água - sucos, sumo de ervas, chás, cerveja, guaraná etc

terra - frutos, raízes, fumo, ervas etc

fogo + ar= chamas produzidas pelas velas, incensos, defumações, evaporações, cigarros, charutos etc.

Uma coisa é importante ressaltar: Nenhuma oferenda deve agredir a Natureza, sob qualquer aspecto (daí, também, a Umbanda não trabalhar com sacrifícios). Portanto, não devemos deixar garrafas, lixo, material que a Natureza não absorva etc.

A verdadeira oferenda é uma restituição de energias, o que equilibra o indivíduo e lhe ativa várias funções.

Ao contrário do que muitos pensam, as oferendas não são Obrigações. Nenhum Orixá ou Espírito Superior obriga alguém a oferecer algo.

Também não podemos confundir as oferendas com o ritual de amacy. Amacy é um ritual feito para os médiuns, que só deve ser executado por um Iniciado, com alguns conhecimentos fundamentais e específicos.

Mais um ponto importante: A oferendas não são para os Espíritos COMEREM, mas para que absorvam teores energéticos de suas emanações.

As oferendas em Umbanda nunca devem ser feitas depois das 18 horas, conforme me ensinaram.

O intuito da oferenda também faz diferença - se for para pedidos materiais, deve-se utilizar número par de velas, flores etc; Caso seja pedido espiritual ou de ordem mediúnica, o número deve ser ímpar.

Segundo aprendi, e dentro do que já expliquei, vou fazer um resumo pra vocês:

Oxalá - pão, canjica, azeite, suco de uva (alguns utilizam vinho branco puro), frutas, cravos ou jasmins brancos e vela branca comum. Não é necessário fumo, pois nenhuma entidade desta vibração o aceita ou utiliza.

Já vi, em alguns lugares, colocar tais oferendas em portas de Igreja, o que eu considero um desrespeito à fé alheia. O lugar mais indicado é a beira de um rio, às margens de uma cachoeira, ou na falta destes, na entrada de uma mata ou bosque.

Na Umbanda Esotérica, aconselha-se que seja feita no Domingo.

Iemanjá - ovo cozido, água de coco verde (alguns utilizam também o champanha), perfume (ou essência) de qualquer natureza sobre algodão, flores diversas, velas amarelas. Não se deve jogar a oferenda ao mar. deve-se fazê-la na praia, numa distância conveniente para que as ondas não a destruam. O dia melhor, na Umbanda Esotérica, é a Segunda-Feira. Algumas pessoas gostam de ofertar, pentes, espelhos etc. Não vi nada a favor ou contra este hábito, em meus estudos.

Xangô - batata-doce, espigas de milho verde, postas de coco ou abóbora; cerveja preta ou vinho misturado com leite de coco; fumo na forma de charuto ou cigarro de palha; velas marrons e flores.

Na Umbanda Esotérica, o melhor dia é Quinta-feira (ligado a Júpiter) e as oferendas devem ser colocadas nas cachoeiras ou pedreiras.

Ogum - aimpim, frutas diversas, fumo na forma de charutos ou cigarros de palha, velas na cor vermelha (na Umbanda Esotérica), espada de São Jorge, flores como “crista-de-galo, palmas vermelhas etc, cerveja branca ou vinho misturado com chá preto. O melhor dia seria Terça-feira (ligado a Marte). Os locais de entrega podem ser na mata ou na beira da praia, dependendo se o caboclo trabalha com o mar ou com a mata (Ogum Beira-Mar, Sete Ondas etc trabalham com Mar; Ogum Rompe-Mato, 7 Espadas etc trabalham com Mata).

Oxóssi - mel de abelha, frutas, hortelã, cerveja branca, vinho, fumo na forma de charutos ou cigarros de palha, velas verdes, folhas de bananeira. Melhor dia Sexta-feira (Vênus), e o local é a mata.

Yorimá (pretos-velhos) - tutu de feijão, milho, abóbora, farinha torrada com sal, café amargo ou vinho tinto, flores e frutas diversas, arruda, cachimbo e fumo de rolo, velas brancas ou brancas e pretas (alguns lugares utilizam a vela roxa). Melhor dia é Sábado (Saturno) e o local mais apropriado é na Mata, na base do tronco de árvores frondosas.

Yori (crianças) - cocadas, doces diversos, maçã, amendoim, sucos, refresco de guaraná, manjar branco, velas cor-de-rosa, azuis ou brancas. Rosas, flores diversas e frutas diversas.Melhor dia: Quarta-feira (Mercúrio). Os locais mais indicados são os campos abertos e os jardins floridos.

[2]

Exu - Encruzilhada preferivelmente de terra, uma garrafa de cachaça, 1 vela preta e vermelha, 1 charuto e uma caixa de fósforos: após agradecer a Entidade o que ela lhe tem feito de bom, abra a cachaça, derrame um pouco na terra.Acenda a vela, acenda o charuto, de 3 baforadas, e coloque o mesmo sobre a caixa de fosforos entre-aberta.

Pomba-Gira - Três rosas vermelhas, 1 carteira de cigarrilhas, um garrafa de licor de anis, uma vela preta e vermelha. Procedimento como acima. Atenção a encruzilhada para pomba gira é aquela em T.

E claro que existem outros trabalhos para Exu, mas nao cabe menciona-los aqui. Horário para Exú ao meio dia ou apos as 18:horas. Dia mais que apropriado sexta feira.

Lembrete – Não vá sozinho a encruzilhada, vá com 3 ou 4 acompanhantes.Para isso ao encerrar os trabalhos afaste-se de costas para ele, pedindo a entidade que proteja sua retirada dali.

OBS.: Esse trabalho serve para se pedir coisas, porem como é o primeiro passo é necessário pensar na compensação que se vai dar a Eles quando o que queremos for concedido. Muito cuidado com o que pedir a Exu, às vezes Ele atende além da conta.

FONTES:

[1] Texto retirado do Livro: [red]Mistério e Práticas na Lei de Umbanda – W.W. da Matta e Silva – Mestre Yapacani – Editora Ícone - 1999[2] Vivência do Terreiro

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

"Ode à rainha"


Iemanjá é uma divindade de muitas faces explicitadas em seus muitos nomes. Estas denominações guardam segredos, alguns a sete chaves, o que é chamado "fundamento" do candomblé e não devem ser publicizados na avaliação da yalorixá Stella de Oxóssi do Opô Afonjá.

O mesmo repete o religioso do candomblé e doutorando em História Social, Jaime Sodré. "As qualidades da divindade, como a gente chama no candomblé, são próprias do espaço sagrado", completa Sodré. A música então foi buscar na poesia a forma de saudá-la, nas suas diversas formas de ser, mesmo sem entrar em detalhesJanaína, Marabô, Princesa de Aiocá, Inaê, Sereia, Mucunã, Maria, Dona Iemanjá desfiam Pedro Amorim e Paulo César Pinheiro na canção Iemanjá, Rainha do Mar.

Oguntê, Kayala, Sogbá, Oloxum completam A Lenda das Sereias de Vicente Mattos, Dinoel Sampaio e Arlindo Velloso, samba-enredo da Império Serrano, que ganhou interpretação também na voz de Marisa Monte. Na Bahia,segundo Pierre Fatumbi Verger, no livro Orixás são sete os tipos de Iemanjá: Iemowô, Iamassê, Euá, Olossá, Ogunté, Asabá e Assessu. Estas definições, de acordo com Fatumbi, são descritas mais detalhamente na cultura religiosa cubana, nos passos do trabalho de Lydia Cabrera, que,na verdade, seriam os sete caminhos para se chegar a uma só divindade.

Em meio a segredos e revelações, o certo é que Salvador sabe bem como celebrar a divindade que parte do seu povo acredita reger um dos seus mais belos bens: o mar. Em praças localizadas em endereços variados Rio Vermelho, Itaigara, Itapuãgradis e outros cenários para a criação livre de artistas, a rainha do mar é saudada.

Tão imenso como o mar é a representação que Iemanjá ganha na sensibilidade de quem aprendeu a vê-la como extensão de um elemento que é infinito. Às vezes, calmo, e em outras turbulento, sensível à criação da vida e capaz de hipnotizar o olhar com a sua beleza ou a sua força.

Daí que não é supresa ganhar Iemanjá os ares da representação de mãe e rainha, duas boas traduções para o poder feminino. Também ela aparece em forma de sereia, num encontro entre a tradição africana e a européia. Então, acompanhando o coro dos poetas que a celebra com as mais variadas artes, saudações à rainha e mãe: Odoyá!

fonte: a tarde on line

domingo, 1 de fevereiro de 2009

OS AFRICANOS NO BRASIL

Reelese da obra:


“Somos míopes para outras culturas e cegos para nossa própria cultura.” (Claude Lévi-Strauss - antropólogo francês).

A obra traz à tona as tradições, os valores e a cultura dos africanos em nosso país, que desembarcavam de todos os cantos da África, em navios negreiros em condições subumanas.

De uma forma bruta e totalmente traumática, eram retirados de seus lares e trazidos sem direito a nada.

Mas mesmo assim, eles traziam consigo uma bagagem muito valiosa, que ninguém poderia lhes tirar: as diversas tradições e os valores culturais de seus antepassados.

O autor da obra, Raimundo Nina Rodrigues, nascido no Brasil, em Vargem Grande, Maranhão, foi antropólogo, médico, historiador e escritor. Passou mais de 15 anos estudando e praticando a cultura dos negros no Brasil, incluindo culinária, música e religião.

Nina Rodrigues foi pioneiro na assistência médico-legal a doentes mentais e, ousadamente, defendeu a aplicação de perícia psiquiátrica nos tribunais.

Grande parte de seu trabalho foi realizada em Salvador, onde se encontrou.

Realizou inúmeras pesquisas sociais que eram herdeiras diretas da antropologia criminal do médico italiano Cesare Lombroso.

O interesse por seu trabalho foi tão vasto que ele percorreu não só as ruas de Salvador, como também as de outros Estados.

Entrevistou antigos africanos, procurando descobrir a verdade oculta no decorrer dos tempos.

Dedicou parte de sua vida tentando salvar a memória negra brasileira.

Em sua pesquisa, teve mais de 2 mil africanos catalogados à época da abolição da escravatura, dedicou-se à clínica médica voltada ao atendimento dos menos favorecidos, sendo logo intitulado ‘Doutor dos Pobres’.

Nina Rodrigues lamentava a perda do idioma, dos costumes e das tradições dos africanos trazidos ao Brasil.

Mesmo assim, conseguiu destacar a influência do negro na culinária, no linguajar e na música.

Ele também lamentava o estágio civilizatório dos escravos iletrados e fazia referências positivas aos escravos sudaneses que eram islâmicos, sabiam ler e escrever, e que lideraram uma revolta importante em Salvador, em 1835, conhecida como “Revolta dos Malês”.

Embora já tivesse publicado diversos ensaios sobre a cultura negra, foi em “Os Africanos no Brasil” que ele reuniu a parte mais consistente de suas pesquisas sobre os costumes preservados pelos afro-descendentes.

OS AFRICANOS NO BRASIL é uma obra de verdadeiro resgate cultural. Mostra a verdadeira identidade do negro e suas raízes.

É um clássico brasileiro, e como tal, deve ser lido, estudado e apreciado.





Título: OS AFRICANOS NO BRASIL

Autor: Nina Rodrigues

Assunto/Gênero: História / Antropologia

Páginas: 254

Formato: 16x23 cm

Editora: Madras Editora Ltda.

ISBN: 978-85-370-0366-4



Consulte: www.madras.com.br



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“Nina Está Maluco!”

Por Alexandre Cumino



“Frequenta Candomblés, deita-se com yaôs e come a comida dos Orixás”, era a afirmação de alguns colegas e críticos sobre Nina Rodrigues e seu interesse pelo negro e sua dedicação à pesquisa de campo. Nina Rodrigues não fala como alguém de dentro, mas sim como alguém que esteve por dentro e expressa o que até então ninguém havia expressado antes.



Médico por profissão, antropólogo por especialização, também exerceu as funções de legista, epidemiologista, clínico, professor, escritor, etnólogo e muito mais...



Incentivado pelos estudos de antropologia criminal, convivendo com republicanos e abolicionistas, tocado pela situação dos menos favorecidos, chamado de médico dos pobres, Nina Rodrigues se encantou com o universo dos africanos no Brasil.



Entre os seus escritos, destaco dois livros de importância fundamental para o estudo da cultura negra no Brasil, um deles é O Animismo Fetichista dos Negros na Bahia, publicado em 1900, e o outro é a presente obra, escrita entre 1890 e 1905, publicada em 1932.



O que temos em mãos neste momento é um estudo fundamental que vai muito além da Antropologia.



Nina Rodrigues foi o primeiro brasileiro a estudar com profundidade a cultura negra de forma multidisciplinar, o que dá ampla visão do panorama que envolvia a questão do negro no imediato momento pós lei áurea.



Seu estudo registra, também, os cultos afros, oferecendo base de estudo para a Sociologia da Religião, a Psicologia da Religião, a História das Religiões, a Teologia Comparada e a Ciências da Religião, entre outras.



Ao ler a obra de Nina Rodrigues, é importante lembrar em que época e condição ela foi escrita: no período final da escravidão em que imperava a visão positivista de Augusto Comte. O Positivismo pregava que a Mitologia havia sido superada pela Religião que, por sua vez, seria superada pela Ciência. Na mesma época, cristãos acreditavam que as demais religiões não cristãs eram deturpações da “religião verdadeira”, e que um dia todos iriam “evoluir” e se tornar cristãos; em virtude disso, eram empreendidas as “missões” com objetivo de converter e salvar as almas.



Nina Rodrigues traz uma visão preconceituosa com relação à raça negra e também a respeito do culto ou da Religião Afro definida como animismo e fetichismo. No entanto, a riqueza desta obra nos faz desconsiderar essa parcialidade, levando ainda em consideração “a viva simpatia” declarada por ele ao “negro brasileiro”.



São poucos os que tiveram acesso à obra deste autor, todavia, desses poucos podemos citar alguns ilustres, como o “pai da Antropologia Brasileira”, Arthur Ramos, autor da obra “O Negro Brasileiro”, 1934, que foi considerada uma continuação do trabalho de Nina Rodrigues. Edson Carneiro, discípulo de Arthur Ramos, também bebeu nessa fonte fecunda, vindo a publicar títulos como: Negros Bantos, Quilombo dos Palmares e Candomblés da Bahia. Pierre Verger, fotógrafo e antropólogo, faz referência a Nina Rodrigues em sua obra Orixás e Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns, que são consideradas fundamentais para o entendimento dos Cultos de Nação e Candomblé.



Em 1934, é fundada a USP, que traz uma missão de franceses para o Brasil, como colaboradores e professores, entre eles, Roger Bastide, que se destaca nos estudos de Sociologia da Religião. Será ele o primeiro sociólogo a se interessar pelos cultos afro-brasileiros, escrevendo, entre outros, As Religiões Africanas no Brasil e O Candomblé da Bahia, em que também é feito referência a Nina Rodrigues como pioneiro no estudo da sobrevivência religiosa africana no Brasil.



Podemos afirmar que muitos já ouviram falar da obra de Nina Rodrigues por meio de outros autores, ilustres, o que gera até uma certa curiosidade e aura em torno deste autor, que não deixa a desejar pela profundidade e clareza no discurso.



O material colhido por Nina Rodrigues também serviu para fundamentar o Candomblé como religião.



Hoje os estudos de religião e do que é religião seguem com uma visão mais ampla e inclusiva, na qual foram fundamentais as colaborações de:



Max Müller (1823–1900), fundador da disciplina História das Religiões e pioneiro no estudo comparado das religiões e de Ciência da Religião;



Rudolf Otto (1869–1937), com o estudo do termo Numinoso, ou seja, o Sobrenatural Sagrado;



Émile Durkheim (1858–1917), distinção do Sagrado e do Profano;



Mircea Eliade (1907 –1986), com seu estudo de “História Comparada das Religiões” e suas “Hierofanias”, elementos que compõem o sagrado.



Muitos outros colaboraram nesse sentido, o que importa é que hoje vamos degustar a obra de Nina Rodrigues com muito mais sabor, pois com todos os recursos e tecnologia de que dispomos, aprendemos a dar muito mais valor a quem nada tinha nesse sentido, mas que foi muito mais longe em seus estudos, fruto de dedicação, determinação, e claro, do encanto que a cultura africana exerce.



Muito mais do que dar os parabéns à Madras Editora, na pessoa de seu Presidente Wagner Veneziani Costa, pela publicação desta obra rara, aproveito para agradecer a enorme quantidade e qualidade de títulos afro-brasileiros, em geral, e Umbanda, em específico.

Alexandre Cumino

Presidente do Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca, Sacerdote de Umbanda, Ministrante dos cursos livres de “Teologia de Umbanda Sagrada” e “Sacerdócio de Umbanda Sagrada”, Editor do Jornal de Umbanda Sagrada e Estudante de Ciências da Religião (Faculdade Claretiano).