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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Batuque digital nos terreiros do Eng. Velho da Federação

Terreiros do Engenho Velho da Federação contarão, a partir de agosto, com três infocentros para jovens carentes do bairro, graças a uma parceria firmada com universidades, governo e fundações culturais. O Programa Roda Baiana, que teve mais uma etapa inaugurada ontem, promoverá aulas de informática para estudantes do Engenho Velho, dando continuidade a uma iniciativa - em atividade - que prepara alunos negros para a inserção no ensino superior.

"Esta é a segunda etapa do Roda Baiana, a próxima será a de capacitação profissional para o mercado de trabalho", explicou Karine Limeira, uma das coordenadoras do projeto. Os terreiros do Cobre, Tanuri Junçara e Bogum, das nações Ketu, Angola e Jeje, respectivamente, ganharam seis computadores, cada um, e deverão contar com monitores contratados durante as aulas, em três turnos diários. Os centros terão conexão rápida, com acesso à internet.

Arraigada nas tradições do candomblé, mãe Val, ialorixá do Terreiro do Cobre, vê a chegada da tecnologia digital sem muito estardalhaço. Ela cedeu uma de suas salas para a instalação dos equipamentos, que não deverão comprometer as atividades religiosas da casa. "Será mais uma experiência, dentre tantas aqui no bairro, além de nos possibilitar trabalhar com outros terreiros, nos fortalecer", diz.

Numa comunidade que reúne anualmente caminhadas contra a intolerância religiosa, como gosta de frisar Karine, a união dos terreiros é uma forma de autodefesa. Mães-de-santo e fiéis do candomblé, caracterizados pela cor branca da sexta-feira, se reuniram ontem em torno dos rituais típicos, desta vez por uma causa nobre. "Num bairro como o nosso, onde o jovem é exposto à violência, precisamos mostrar alternativas para ele", disse mãe Val.

não é lan house - Bem-humorada, a makota Valdina de Oliveira Pinto, considerada liderança religiosa do Engenho Velho, preferiu dar logo seu recado. "Isso aqui não vai ser lan house", decretou, dedo em riste e autoridade de matriarca. Para ela, a importância de se "trabalhar para o mercado de trabalho, não somente tirando o jovem da rua e da marginalidade", sobrepõe o uso do computador para a diversão despropositada. Ou seja, nada de jogos de luta e tempo perdido em páginas de relacionamento, como o Orkut.

Responsável pela doação dos computadores, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) pretende trabalhar com software livre, mas o coordenador de inclusão digital da Bahia, Jorge Vasconcelos, admite encontrar alguma resistência, por se tratar de uma configuração diferente da habitualmente implantada nas empresas. "Nosso objetivo é doar outras máquinas consideradas ociosas, beneficiar outros projetos", disse.

"A orientação atual é que empresas públicas doem estas máquinas a entidades filantrópicas ou instituições que tenham um trabalho social importante", esclareceu o coordenador de inclusão digital.

FONTE: Jornal A TARDE

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