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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

IFÁ NOS ENSINA...

ÀBÓRÚ ÀBÓYÉ

ASHÉ IBORU

IFÁ NOS ENSINOU QUE MUITOS IRÃO NOS BUSCAR...
IFÁ NOS ENSINOU QUE MUITOS IRÃO SE INICIAR...
IFÁ NOS ENSINOU QUE MUITOS IRÃO SE SALVAR...
IFÁ NOS ENSINOU QUE MUITOS IRÃO SE PERDER...
IFÁ NOS ENSINOU QUE MUITOS IRÃO DEIXAR ESSA VIDA SEM CUMPRIR COM TUDO QUE DEVERIA SER CUMPRIDO...
IFÁ NOS ENSINOU QUE QUASE NINGUÉM IRÁ NOS AGRADECER...
IFÁ NOS ENSINOU QUE POUCOS IRÃO NOS RECONHECER...
IFÁ NOS ENSINOU QUE MUITOS MENOS MAIS SE QUER VÃO QUERER A NOSSA AMIZADE...
E DENTRO TUDO ISSO E MUITOS MAIS QUE APRENDEMOS E QUE IREMOS APRENDER COM O DECORRER DA VIDA SACERDOTAL É QUE SEMPRE IREMOS CUMPRIR COM O QUE IFÁ MANDAR E SEMPRE SERÁ ISSO QUE IRÁ NOS IMPORTAR!
OBRIGADO IFÁ POR NOS ESCOLHER,
OBRIGADO IFÁ POR NOS PREPARAR,
OBRIGADO IFÁ POR NOS PERMITIR CUMPRIR COM AFINCO A NOSSA MISSÃO,
OBRIGADO IFÁ POR SERMOS SEUS SACERDOTES...
SEM MAIS,
NÓS ÀWON BÀBÁLÀWÓ IFÁ!”
Por: Robson Abreu Olùwo Ògúndá'Ìretè Ifá Orí.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Obrigação no Candomblé:

Obrigação no Candomblé:
Tudo Que Você Precisa Saber!
Por Olùkó Vander
Mo júbà, Báwo ni o? (Saudações, Como vai?)
O assunto de hoje será obrigações de santo, ou também chamada de obrigações de anos no Candomblé. As obrigações geralmente determinam o grau de um iniciado, alguns até as usam para determinar uma certa hierarquia, pois após os 7 anos de iniciada, a pessoa passa a poder fazer algumas coisas que antes não poderia, passam a ter certa superioridade que os demais irmãos de santo.
Não se sabe ao certo a origem dessas obrigações, posto que na grande matriz, nos países de onde o Candomblé é originado não se têm notícia de obrigação de 1 ano de santo, obrigação de 3 anos de orixá ou a mais querida de todas, a mais almejada: obrigação de 7 anos, onde muitos passam erroneamente serem chamados de “Êbomi”.
Hoje irei falar sobre:
1 – Por que chamam de “Êbomi” quem faz 7 anos de santo?
2 – Por que “Pagar Obrigação” e Por Que Essa Cobrança Toda?
3 – Odu ou Odum? Como é a forma correta de falar a obrigação de anos?
4 – Números em Yorùbá Para Comemoração de Iniciação Ao Òrìsà.
Mas porque erroneamente, você deve estar se perguntando.
Muitas coisas, muitas coisas mesmo são criadas, inventadas aqui no Brasil. Não há na Nigéria, Togo ou Benin vestígios de muitos absurdos que vemos hoje por ai. Claro que algumas coisas foram criadas, ou adaptadas, para melhor organizar as pequenas Áfricas, assim eram chamados os terreiros, as casas de Candomblé.
Mas tantas outras não há fundamento, sendo que baila nos lábios de quem quiser criar conjecturas a respeito do que vem a significar ou de onde surgiu alguma coisa, sendo muitas coisas relegadas aos Ìtàn – Lendas. E nas lendas, não as do corpo de Ifá, mas aquelas que se quer sabem a origem, lá é onde nascem explicações para alguns absurdos.
Mas vamos entender o erro do termo “Êbomi”. Não é um cargo, não é um posto e pasme, uma pessoa com um ano de santo pago ou não, pode ser “Êbomi” de outra. Você não precisa ter 7 anos de santo para ser “Êbomi”!
O termo correto é Ègbón mi e significa meu irmão mais velho. Podemos reduzir ainda mais para Ègbón = irmão mais velho. Onde também há o seu antônimo, Àbúrò, que significa irmão mais novo. O termo Ègbón não é taxativo, não vem dizendo que só podem ser considerados tal quem tiver mais de 7 anos de santos pagos.
Caso um Ìyáwo A tenha 1 ano de santo e um Ìyáwo B tenha 9 meses de iniciado, A é Ègbón de B e B passa a chamá-lo de Ègbón mi (Meu irmão mais velho). Simples assim! E o Ìyáwo A chama o Ìyáwo com 9 meses de iniciado de Àbúrò mi (Meu Irmão mais novo).
Tem se um outro costume errado de chamar quem tem menos de 7 anos de Ìyáwo e quem tem 7 ou mais de “Êbomi”. ERRADO. Todos são Ìyáwo. Todos são filhos de alguém e são “casados”, assumiu um compromisso com seu Òrìsà.
Ègbón = Irmão mais velho;
Ègbón mi = Meu irmão mais velho (Quando seu irmão de santo tem mais tempo de santo que você).
Àbúrò = Irmão mais novo.
Àbúrò mi = Meu irmão mais novo (Quando seu irmão de santo tem menos tempo de santo que você).
Pagar A Obrigação
Há quem discorde, mas pelas pesquisas tudo indica que essa tal “pagar a obrigação” nasceu de uma época em que comprava-se a carta de alforria dos escravos e esse então passava a ter uma “Obrigação” com quem o libertou.
Livre para poder trabalhar, o escravo pagava uma parte no primeiro ano solto, depois outra parte 3 anos após e 7 anos após, onde enfim, estava livre de verdade. Mas não irei jogar a responsabilidade disso em cima de nenhum itan ou algo assim, pois carece de mais fontes históricas.
Mas uma coisa é certa, seu Orí, fonte de sua força, pensamentos, idéias… esse deve estar forte e merece comer todo ano. Somente com seu Orí forte é que seu Òrìsà pode atuar com mais precisão por você.
Importante salientar que essa “Obrigação” é com seu Òrìsà e não com o povo que nada tem com sua vida espiritual. Ou seja, não precisa torrar rios de Dinheiro com festas, convites e comilanças sem fim.
Há quem discorde, mas há muitas pessoas que não são adeptas das obrigações festivas. Dão de comer ao seu Òrìsà todo ano e estão com suas vidas prósperas e seguindo em frente.
Sei que há quase uma lenda urbana que diz que quem não paga as obrigações perde emprego, Òrìsà larga a cabeça, perde amo, saúde e corre até mesmo o risco de morrer. Como dizem: – Òrìsà cobra!
Sou contra tal ideia!
Mas se sua casa prega tal ideia, respeite seu zelador ou zeladora e bola para frente. Mas sempre que houver espaço, pois muitos zeladores não dão espaço para uma conversa com seus iniciados, busque aprender mais sobre obrigações!
Odú, Odún, Odum…. Como se Fala Obrigações de Anos Em Yorùbá

O motivo dessa postagem sem sombra de dúvidas foi essa parte. Onde nasceu a ideia de postar sobre como escrever corretamente “Obrigação de X anos” em Yorùbá. Recebo e-mails com muitas dúvidas e escrever corretamente um convite de comemoração de anos de iniciação é o campeão.
Vejo que as pessoas escrevem ao seu bel prazer. Colocam acentos onde não existe, pronunciam como querem e dão significados trocados ou errados às palavras.
Vamos então começar a entender por partes:
Obrigação em Yorùbá
A palavra “Obrigação” em Yorùbá, segundo o Dicionário são as seguintes:
Oore – Obrigação
Igbese oore – Obrigação
Idè – Obrigação
Logo podemos notar que o termo comumente usado atualmente em nada se aproxima ao termo “Obrigação” em Yorùbá. Mas na verdade, o que ocorre, é que o povo Yorùbá é muito festivo e nota-se isso em seus festivais muitos públicos, apesar de muitas vezes serem religiosos.
Então podemos entrar na próxima explicação:
Odù, Odum ou Odún … O que é o que?
Vamos conhecer cada palavra para podermos analisar melhor essa questão. Lembrando que estarei escrevendo como geralmente escrevem em redes sociais, convites e afins!
Odù – Signos de Ifá, sinais que trazem mensagem sobre a vida de uma pessoa. Alguns traduzem como destino, mas assim como a palavra àse, essa palavra também merece por vezes longas explicações.
Odún – Festa, festividade, festival, aniversário. Também significa: ano, idade.
Odum – Palavra inexistente nos dicionários de Yorùbá.
Bem, de posse das duas palavras mais próximas do que queremos dizer (comemorar algo), podemos concluir que a segunda chega mais próximo do que realmente queremos, indicar que estamos comemorando um marco (1 ano, 3 anos, 7 anos etc).
Mas caso você saiba seu Odù e em determinada data você quer fazer algo para poder comemorar a data, pode dizer: Irei comemorar o meu Odù (No caso, como disse, que saiba após consultar um Bàbáláwo e não o Odù da mesa de um zelador ou zeladora.).
Mas se estamos falando realmente da comemoração de por exemplo 3 anos de santo, já sabemos que a palavra é Odún , pois esta significa uma comemoração, uma festa e até mesmo idade. Porém, precisamos aprender algo mais nessa lição: os números em Yorùbá.
No curso de Introdução ao Idioma Yorùbá (Clique Aqui e Conheça Mais), você aprender todos os números em Yorùbá, mas para essa lição basta apenas saber 3 números: 1, 3 e 7. E novamente caímos em alguns erros bem comuns.
Números em Yorùbá
Assim como no português, em idioma Yorùbá os números se classificam em Ordinais (indicam ordem, colocação), Cardinal (indicam contagem), Fracionários e etc..
Aqui teremos algumas considerações importantes: Há uma forma quase correta e outra corretíssima.
Números Cardinais (Não especifica o que): 1 = Okan, 3 = Etá, 7 = Eje;
Números Ordinais (Ordem): 1 = Kíni ou Ekini, 3 = Ekéta ou Kéta, 7 = Ekéje ou Kéje;
Números Totais (Indicam quantidade de algo especificado): 1 = Kan, 3 = Méta, 7 = Méje.
Os números totais são os corretos para usarmo em nosso caso, pois eles é que especificam o que está sendo contato. Gramaticalmente, eles que modificam o substantivo “anos”.
Agora vamos ver como fica então a síntese, o resumo disso tudo:
Um ano = Odún kan
Três anos = Odún méta
Sete anos = Odún Méje
Em um convite impresso ou postado em alguma rede social, poderíamos escrever assim:
“Gostaria de Convidá-los para meu Odún Méta, onde estarei recebendo todos em…”
ou
“Dia XX/XX acontece o meu Odún Méje t’Òrìsà. Venha louvar o Òrìsà na Rua…”
Conclusão:
Chegamos ao fim da postagem onde aprendemos que esse termo “pagar Obrigação” é mais pejorativo do que outra coisa, sendo, possivelmente, reflexo histórico da época da escravatura, apesar de faltas de provas históricas.
Vimos também que estão usando o termo errado, mais um termo errado, dentro do Candomblé. Mas podemos aprender a forma correta, mas apropriada, para “Obrigação de ano”, que na verdade significa “comemoração de ano”.
Espero que tenha gostado e tenha visto como é importante aprender mais sobre essa linda cultura e também sobre o idioma Yorùbá, pois a maioria do Candomblé se utiliza deste idioma, de forma errada, mas usa muito.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

MÃE CRIADEIRA


MÃE CRIADEIRA
Axé hoje e sempre
Por: Nilza Azuane
Tem uma função especialíssima dentro de um axé. Ela representa a Iemanjá de cada roncó. É ela quem prepara esse filho, esse adolescente iniciado digamos assim para o futuro. É ela quem impõe, que implanta a hierarquia, o respeito pelo axé, o comportamento de sala, o comportamento de um Iyawo, quer dizer, normalmente um Iyawo descompreendido, que é o termo que se usa, está ofendendo no caso a mãe criadeira dele, porque o Iyawo mal criado significa que ele teve uma má criação. Muitas vezes, a mãe criadeira não é vista com muita simpatia pelo Iyawo, porque ela tem que ser rígida, tem que ser rigorosa, ela tem que cobrar posicionamento, ela tem que cobrar milhares de paós, ela tem que cobrar toda uma postura de Iyawo; porque a grande verdade é que quem não sabe ser um Iyawo, jamais será um bom zelador, porque a base de um bom zelador, é ter sido um bom Iyawo.
Então, a função da mãe criadeira é justamente essa, além de cobrar a parte cultural do axé que são as rezas do roncó, rezar com o Iyawo pela manhã, ao meio-dia, na chegada da noite e cobrar a presença do Orixá também nos momentos específicos, porque cada sequencia de rezas, tem um momento que o Orixá se manifesta, o Orixá se faz presente, e é ela que tem que polarizar essa permanência ou essa chegada do Orixá no Iyawo, acompanhar o seu desenvolvimento com o seu próprio Orixá, porque esse período de 21 dias é todo um processo de encontros, de desencontros, de roupagem cultural, e ela que passa todo esse processo para o Iyawo, ou seja, ela tem uma função especial.
Não é justo colocar uma pessoa sem base cultural para criar um Iyawo. O ideal é, cada casa, cada axé ter uma Iyarrunsó ou Mãe Criadeira específica, mas lamentavelmente requer tempo, requer abdicar-se de uma vida familiar, porque todo ser humano tem que ter sua prole, seu marido, seus filhos e muitas vezes não pode ficar 21 dias ou mais, porque na realidade fica mais que 21 dias, porque ela só deixa o axé quando o Iyawo sai e vai para a sua casa, e mesmo assim, na realidade é ela quem deve levar o Iyawo para a casa dele, juntamente com o zelador se isso se fizer necessário. Hoje a coisa ficou deteriorada devido à evolução, devido a simplificar muitas coisas, mas deteriorou-se muito porque antigamente a mais ou menos 25 à 30 anos atrás, era levado o Iyawo para casa. A mãe criadeira chamava o Orixá do Iyawo na porta, na entrada da casa, apresentava as dependências da casa para o Orixá. Muitas vezes, a mãe criadeira ia até a casa do Iyawo antes de sua chegada para defumar, para colocar quartinhas com água do lado de fora do portão, era tudo muito bonito e tudo funcionava mais. Tinha-se mais Iyawo qualificados, pois a mãe criadeira, ela acompanha o Iyawo durante todo o período de Kelê, porque na realidade, o compromisso da Iyarrunsó, a mãe criadeira, não termina quando o Iyawo dá o Orunkó no salão. O compromisso dela só termina quando o Kelê do Iyawo cai e daí então ela é chamada novamente para acompanhar o seu Bori, suas obrigações intermediárias, quer sejam elas quais forem, ela acompanha, ela faz parte, ela tem uma função muito importante na criação desse Iyawo, até ele virar um Egbomi.
O zelador de santo não tem tempo e não quer esse compromisso de ficar dentro de um roncó tomando reza de Iyawo, tomando cultura de Iyawo, tomando paó, como é que se dá um adobá, ensinando a dar um ginká, mostrando e fazendo os ensaios básicos que tem que ser feito para as saídas, fazendo o seu bengüe, dando as maiongas, enfim, cuidando do Iyawo, como se fosse seu próprio filho. Lamentavelmente nós temos por aí, muitas mães criadeiras desrespeitadas dentro de um axé, porque a elas infelizmente não delegaram os poderes que a elas pertencem.
Hoje, pegam-se para mães criadeiras, Iyawos como se fossem acompanhantes, como se fosse uma dama de companhia para o Iyawo e aí fica lá dentro do roncó de conversa fiada, jogando conversa fora, muitas vezes até quebrando podres indevidos e aí lamentavelmente, o Iyawo sai sem um pingo de cultura, sai sem um um comportamento de axé adequado. e muitas vezes depois que tira seu Kelê, com menos de um ano de santo, já estão dando pião na casa dos outros, já estão frequentando candomblés de todo mundo, e aí quando se vê está o Iyawo estragado, e é uma pena, pois é um trabalho longo, cansativo, dificultoso para o zelador e muitas vezes, por má qualificação de mães criadeiras, ou até mesmo por elas não terem oportunidade, porque na verdade, a maior preocupação de um zelador não deve ser a de por Iyawo para dentro se ele não tem quem crie adequadamente; é melhor que não coloque para dentro.É preciso qualificar a Mãe Criadeira, é preciso saber se ela tem todas as rezas, se ela sabe as posições certas, se ela conhece a hierarquia do axé, se ela conhece como é a procedência do zelador, ela tem que ser que nem aquela mãe que fala com o filho: "Filho, olha o seu comportamento, olha seu pai vai chegar heim, daqui a pouco quando ele chegar, eu vou falar pra ele o que você está fazendo", aí o filho com medo da cobrança do pai, ele muda o seu comportamento. É mais ou menos por aí a função de uma mãe criadeira. Agora, colocar uma ninguém sabe tudo dentro do roncó, só terá Iyawo estragado. Esse Iyawo vai rodar, vai dar nome e vai se perder, porém a culpa não é só de quem cria. A culpa é de quem coloca uma pessoa qualquer para criar, afim de botar Iyawo para fora, quer botar o boneco para rodar e gritar Orunkó e sai com a cabeça vazia, sai desprovido de cultura e muitas vezes quizilado, sem fundamento nenhum, sem doutrina de sala, sem comportamento de Iyawo, pois o que anda acontecendo por aí, é Iyawo com menos de uma ano de santo, já não quer usar mucan, não quer usar sendala, já não quer abaixar a cabeça, já não quer mais tomar a benção aos egbomis, não quer tomar a benção aos Ogãs, as Ekédis, tudo porque não foi ensinado passo a passo para ele.


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

GRANDE VERDADE DO CANDOMBLÉ




GRANDE VERDADE DO CANDOMBLÉ
“Há um tempo atrás, uma zeladora de Òrìṣà foi entrevistada por um jornalista e ao final da entrevista o jornalista perguntou: _Quantos filhos de Santo a senhora têm? E ela não respondeu. Apenas o convidou para vir a roça para que visse o andamento de tudo que havia sido perguntado. Então assim o jornalista o fez. Na primeira festa, lá estava ele. E observou que existiam lá mais de quarenta pessoas na roça, fora as pessoas que foram para assistir o toque. Uns olhando suas belas roupas e outros querendo aparecer um pouco mais. Essas pessoas ficavam pelos cantos conversando entre si. Mas observou também que dentre essas quarenta e poucas, havia um grupo de cinco pessoas que se desdobravam para o bom andamento da casa. No final do toque, observou também que a maioria saia apressada para chegar em suas casas ou em outro lugar qualquer que tinham a intenção de ir.
Foi embora e voltou em uma outra vez. E novamente pode observar a mesma coisa. Aquele grupo de cinco pessoas sempre dando a maior atenção a tudo e a todos. No final a Zeladora de Orisás foi até ele e perguntou: _ E aí meu filho. Gostou? E ele respondeu. Sim gostei muito! E ela então perguntou a ele: _E quanto a pergunta que você me fez, sobre a quantidade de filhos que eu tinha? Já obteve a resposta? E ele respondeu: _Sim, sim. Contei uns quarenta e três. E então ela disse: ─ Não, filhos de verdade tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa. ─ E os outros? ─ Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum trabalho ou programa ‘melhor’, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabarem os trabalhos. O rapaz muito sério perguntou: ─ E por que a senhora não impõe regras para mudar isso? ─ Meu filho nossa religião (Candomblé) não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega. O amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante, respeita o livre arbítrio de todos os seres… E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” do Candomblé?”
Asè.
Por : autor desconhecido.

domingo, 4 de novembro de 2018

ERROS COMUNS DE PAIS E MÃES DE SANTO



Recebemos pedidos para falarmos mais sobre a postura de zeladoras e zeladores. 
Encontramos este texto do pessoal da umbanda para recomeçarmos a reflexão. 
Em breve traremos um texto para complemento do assunto e tentaremos responder às indagações que nos foram feitas. 
Aproveitem o texto .
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ERROS COMUNS DE PAIS E MÃES DE SANTO
“Não existe ninguém perfeito. Tratando-se de espíritas, Umbandistas e afins, entendemos que todo ser está na terra para sua evolução. Antigamente o médium entrava em um terreiro e ficava lá por anos, hoje assim como acontece nas empresas o médium pode pedir sua saída ou é convidado a se retirar por suas atitudes.
Já escrevemos um texto sobre as atitudes dos médiuns que atrapalham a mediunidade Clique aqui para acessá-lo. Este texto se dirige aos pais e mães de santos, pois também não são perfeitos. Fabiana e Eu (Dirigentes na nossa casa Terreiro Pena Verde, Pena Azul e Caboclo Flecheiro de Aruanda em SP) começamos a nossa missão muito cedo e até a data deste artigo temos apenas 2 anos de casa aberta. A gente sempre fala que "ser pai de santo não é ter cargo mas ter atitude".
Ser pai de santo pode ocorrer por herança, dom, vontade, etc, porém, independente de como seu deu a sua missão, o pai e a mãe de santo devem se esforçar para serem as referências da sua casa. Uma por que serão seguidos em suas atitudes e outra porque serão cobrado pelos seus guias. Não é fácil e utilizaremos o nosso exemplo de vezes que já batemos a cara na parede:
ERROS COMUNS DE PAIS E MÃES DE SANTO
1) PREFERENCIALISMO: Formar panelinhas de filhos preferidos. Observa-se isso se o pai e a mãe de santo (incorporado ou não) cuida apenas dos filhos que a matéria gosta. Pai e mão não deve fazer distinção de filhos dentro de uma casa. O desenvolvimento deve ser distribuído em mesma força e proporção. O pai de santo não pode privilegiar uma pessoa porque é seu irmão de sangue, parente, marido, esposa ou namorados. Deve ser imparcial e tomar as mesmas decisões a todos que ali estão.
2) FOFOCA: Pais de santo devem ficar longe de fofocas e não serem os primeiros a provocá-las. Assuntos de terreiro ficam no terreiro. Assuntos de dirigência não se envolve filhos de santo (salvo se os assuntos forem pertinentes a seus cargos no terreiro: Secretaria, tesouraria, líder de limpeza, etc).
3) FALTA DE PULSO: Pai e mãe de santo que não são capazes de dr as devidas broncas em um filho permitem que outras pessoas o façam. Ser pai e ser mão não é só ser reconhecido pelas festas, pelas afinidades de watzap ou interesses. Faz parte de ser pai e mão dar puxão de orelha, broncas, limites e correções. Se um pai ou mão não sabe lhe dar com isso, é preciso rever a sua formação.
4) FALTA DE LIDERANÇA: Liderar é despertar nas pessoas a vontade e segurança de segui-los. Liderar é fazer com que pessoas comuns acreditem em seu potencial para fazer coisas comuns. Líderes não criam seguidores, líderes criam novos líderes. A falta de liderança em pais ou mães de santo é mais comum de que imaginamos. Seja casa com 40 anos aberta ou recém aberta pode passar por diversos problemas pela falta de liderança. Sub - lideranças começam a ser criadas, médiuns começam a se dividir e a culpa não pode ser só da corrente se o pai e a mãe não rever este quesito.
5) FALTA DE REUNIÕES: Pai ou mãe que não fazem reuniões em suas casas não podem cobrar de seus filhos o conhecimento de doutrina. É preciso instruir para depois cobrar.
6) FALTA DE ENSINO DA DOUTRINA: Pais que não fazem desenvolvimento e acompanham de perto a firmeza dos novos guias nos aparelhos de seus filhos colocam em risco a segurança da casa. Na nossa casa, temos uma metodologia de quando um filho está preparado para dar passe Clique aqui. A casa que não ensina sua doutrina não pode colocar a culpa dos comportamentos inadequados nos guias, embora sejam eles os principais corretores dos seus filhos.
7) OLHAR OS DOIS LADOS: Para ser justo, sempre que houver conflitos no terreiro, os pais devem olhar os dois lados da moeda. Fazendo isso, evitam o telefone sem fio. Havendo comprovação de condutas incabíveis não devem ter medo ou receio de tomar as medidas necessárias.
😎 DUPLA LIDERANÇA: Um dirigente fala uma coisa e outro fala outra. Na nossa casa mesmo com a presença de uma "mãe pequena", as decisões são feitas pelo pai e pela mãe de Santo, que nada mais são do que zeladores de santo, ou seja, são eles que traçam todas as medidas para que os guias e Orixás da casa sejam zelados da melhor forma possível. Não pode haver dupla unidade de comando para que os filhos não entrem em parafuso. Na dúvida sobre uma determinada decisão, os guias de frente podem ser consultados para um ponto final.
9) NÃO SE CUIDAR ESPIRITUALMENTE: É um erro achar porque já virou pai ou mãe de santo que não é mais necessário fazer seus banhos, velas e proteção. Quanto mais cargo se ganha no terreiro, maior é o cuidado (vide quando viramos porteira, pai ou mãe pequena, etc).
10) VITIMIZAÇÃO: Pai ou mãe ficar se vitimizando para os filhos é absurdamente imaturo. Pai e mãe devem dar conta das suas responsabilidades. Pedir ajuda é uma coisa, achar que só você tem problemas é o que a psicologia chama de vitimização. Faça mais e reclame menos. Pai e mãe fazem fazem fazem e nunca está bom. Não espere elogios, não trabalhe que agradar os outros. Ser zelador de santo como o nome diz é para agradar o santo e não os seres vivos.
Ser pai ou mãe de santo é uma missão muito árdua. Muitos iniciam e poucos terminam ela em vida. Muitos terreiros fecham pelo desgosto ou abandono dos dirigentes. Se você é pai ou mãe de santo decida suas coisas com seus guias ou seus pares, jamais leve a desmotivação para sua corrente.
PRECE PARA PAIS E MÃES DE SANTO
Aos pais e mães de santo que levam esta árdua jornada vai a nossa prece:
"Eu pedi forças e Deus me deu dificuldades
para me fazer forte.
Eu pedi sabedoria e Deus me
deu problemas para resolver.
Eu pedi amor e Deus me deu pessoas
com problemas para ajudar.
Eu pedi favores e Deus me deu oportunidades.
Eu não recebi nada que pedi,
mas tive tudo o que precisava..."
DICAS DE PAIS DE SANTO RECENTE DE JORNADA PARA FUTUROS PAIS DE SANTO
Como eu disse, até a data deste artigo Fabiana e eu estamos com cerca de 2 anos de casa aberta e ainda temos muito a aprender, mas já temos muito a ensinar, em especial aqueles que querem abrir suas casas;
- Não desanime, provação vem para todos não só a você por ser pai de santo;
- Se o seu terreiro é só seu, faça por merecer;
- Se você divide o terreiro com alguém, faça valer apena;
- Corra para seus guias e Orixás, eles sabem de todas as coisas e "sempre fica quem tem que ficar";
- Antes de criticar a corrente, pare e veja se você não está sendo parte do problema;
- Não se exponha por qualquer coisa, assim como em uma empresa, a sua imagem deve ser preservada.
- Amizade fora do terreiro podemos ter com quem quiser, só não deixe elas trazerem ou levarem privilégios; 
- Nunca se esqueça das suas raízes, na dúvida, recorra a pais de santos com mais experiências;
- Busque fortalecer sua corrente, pois a força de uma casa vem dela;
- Aprenda com seus erros.
BANHOS PARA PAIS DE SANTO
São os mesmos que você indica para seus filhos!
Para os dias de tristeza > Banho de levante
Para os dias de mágoa > Banho de alecrim
Para os dias de canseira física > Banho de casca de michirica
Para os dias de carga > Banho de arruda
Para os dias que precisa de força > Banho de Guiné / Folhas de café
Para os dias que precisa de calma > Banho de Camomila
Para os dias de pouca intuição > Banho de anis estrelado / Noz moscada
Etc
Aprenda que se serve para o outro, serve para você!
CONCLUSÃO
Antes de pensar em abrir seu terreiro, veja bem se está ciente das responsabilidades. Se já estiver com ele aberto não fique fazendo ameças em sair ou chantagens, fique ou saia, mas escolha isso com seus guias. Os itens mencionados acima não vão deixar de ocorrer pois somos humanos, mas devem ser policiados e corrigidos”.
Fonte : baiano Juvenal .

sábado, 3 de novembro de 2018

QUAL ORIXA QUE MOLDOU OS SERES HUMANOS?

Do grande Mestre Luiz Antônio Simas:
‘Oxalá moldou os humanos a partir de um barro primordial; para isso pediu a autorização de Nanã, a venerável senhora que tomava conta da lama. Os seres humanos, depois de moldados, recebiam o emi - sopro da vida - e vinham para a terra. Aqui viviam, amavam, geravam novos seres, plantavam, colhiam, se divertiam e cultuavam as divindades.Aconteceu, porém, que o barro do qual Oxalá moldava os humanos foi acabando. Em breve não haveria a matéria primordial para que novos seres humanos fossem feitos.
Ciente do dilema da criação, Olodumare convocou os Orixás para que eles apresentassem uma alternativa para o caso. Como ninguém apresentasse uma solução, e diante do risco da interrupção do processo de criação, Olodumare determinou que se estabelecesse um ciclo. Depois de certo tempo vivendo no Ayê, os humanos deveriam ser desfeitos, retornando à matéria original, para que novos homens pudessem, com parte da matéria restituída, ser moldados.
Resolvido o dilema, restava saber de quem seria a função de tirar dos homens e mulheres o sopro da vida e conduzi-los de volta ao todo primordial - tarefa necessária para que outros viessem ao mundo.
Vários Orixás argumentaram que seria difícil reconduzir os humanos ao barro original, privando-os do convívio com a família, os amigos e a comunidade. Foi então que Iku, até ali calado, ofereceu-se para cumprir o designo de Olodumare, que por isso o abençoou. A partir daquele momento, Iku tornava-se imprescindível para que se mantivesse o ciclo da criação.
Desde então Iku vem todos os dias ao Ayê para escolher os homens e mulheres que devem ser reconduzidos ao Orum. Seus corpos devem ser desfeitos e o sopro vital retirado para que, com aquela matéria, outros possam ser feitos - condição imposta para a renovação da existência. Ao ver a restituição das pessoas ao barro, Nanã chora. Suas lágrimas amolecem a matéria-prima e facilitam a tarefa da moldagem de outros viventes.
A vida, desde então, não conhece limites.
Oriki de Nanã:

A morte
Na lama é a arte
de renovar a vida
Ilustração: Carybé: o mistério de Nanã.