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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

A história de Oxóssi

A história de Oxóssi
Oxalá é pai de Oxossi e sua mãe Yemanjá, seu nome provém do iorubá, e possui significado de guardião popular. Oxóssi é considerado o Rei de Ketu, pois livrou a população de um dos pássaros de Eleyé, quebrando assim um feitiço que ele lançava sobre eles. Diz a lenda que Oxóssi não precisa de mais que uma flecha para matar seu alvo, por sinal desta forma que ele abateu este pássaro. Por isso ele é chamado de Otokan Soso, que é um Okiri com o significado de: guerreiro que precisa somente de uma flecha, pois nunca erra o alvo.
Na região da qual ele era Rei seu culto foi quase extinto, pois essa civilização sofreu grandes agressões e perdas durante a história da humanidade, sendo dizimados ou forçados a se tornarem escravos. Mas a raiz do culto ainda vive em locais como o Brasil, onde sua presença é muito forte e a cultura sobreviveu ao tempo.
A história de Oxum e Oxóssi

Oxóssi e Oxum se apaixonaram logo quando se conheceram, mas por saber que Oxalá não aceitaria tão facilmente o relacionamento, a Orixá teve a ideia de vestir Oxóssi como uma mulher, o levar para o palácio e apresentá-lo como uma amiga. Assim fizeram, e de início o plano dos dois deu certo, mas logo Oxum engravidou e não foi possível manter a farsa por muito tempo. Quando Oxalá descobriu que sua confiança havia sido traída por sua filha, expulsou Oxóssi do palácio e o condenou a ser bissexual, já que passou tanto tempo vestido como mulher.
Leia mais sobre Oxum e o amor de Oxossi com Oxum.
Qualidades de Oxóssi
Otin Vive na mata, tem um temperamento agressivo. Se veste de cor azul claro e usa capangas. Está ligado a Ogum.
Ajenipapo De Iyamis Osorongá. O dono do Irukere. Relacionado as Iyamis Osorongá.
Ibualamo Apresenta-se em águas do rio Irinlé. Veste-se de branco com saiote e um capacete de palha. Um velho caçador. Está relacionado com Omolú e Oxun.
Inkule Está ligado a Oxaguiã e Jagun, habita as montanhas, gosta de vestir turquesa e verde claro.
Inle Ligado a Oxuns, Oxaguiã e Yemanjá. É um caçador jovem, seu culto é as margens do Irinlé.
Dana Dana Este Orixá veste-se de azul claro, está relacionado a Exu e Ossain. Ele não teme a própria morte e a afronta pela mata da morte.
Karé Suas vestes são azuis e dourados, está atrelado às águas e a Oxum e Logun Edé.
Inseewé Habita as matas com Ossain, é o senhor da floresta e está relacionado com as folhas. Usa um capacete que cobre quase todo seu rosto, usa banda de palha nas costas e veste azul claro.
Infamí Só usa branco e está relacionado a Oxaguiã e Oxalufã.
Akueran Gosta de oferendas de comidas cruas. Mora nos lugares mais profundos da mata e é o Orixá da fartura. Veste-se de azul claro com detalhes de tiras vermelhas e usa contas de cor verde claro.
Fonte : iquilíbrio .com

COM A PALAVRA: BÀBÀ ARRUNDEGY OJÉ DEYI



Aqui segue alguns versos de Ìfá. Talvez alguns deles ou todos iram servir.

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"O Odu Oturupon Ofun, fala sobre o suicídio, não é permitido a ninguém essa pratica só Ifá sabe e pode mudar o dia da morte, ainda nesse Odu diz Ifá: à longevidade não é encantamento, devemos nos afastar de tudo que possa diminuir o tempo de nossa vida, devemos fazer tudo para alcançar a longevidade.


No Odu Ogbeyonu, Ifá é bem claro não devemos ser arrogantes dentro da relação afetiva, devemos buscar o companheirismo como forma de melhorar os relacionamentos.


Em Ika Ogunda, ifá fala sobre a necessidade de orar para obter sorte e prosperidade, o homem deve manter suas orações, como forma de disciplina e humildade, nesse Odu assim como no Odu Ogbe Ogunda, diz: o horário de fazer as orações preferencialmente pela manhã logo que acordamos.


O Odu Osetura, diz não devemos nos exibir, devemos manter uma vida regrada e sem exageros, um homem não deve discriminar uma mulher e uma mulher não discriminar um homem, um velho jamais deve ser discriminado por jovem da mesma forma que um jovem não deve ser discriminado por um mais velho, o respeito deve existir indiferente da idade ou sexo.


No Odu Otura Irete, Ifá diz: (a bondade deve ser cultivada como forma de gratidão) a bondade deve ser praticada, não devemos ser ingratos, só Ifá sabe se não vamos necessitar em um futuro da ajuda de quem nos beneficiou no passado, não devemos desfazer de quem um dia nos ajudou.


O Odu Otura Ofun, deixa bem claro a necessidade de manter os ebós indicados por Ifá, se uma pessoa consulta, toma conhecimento do problema e não fazer os ebós indicados a responsabilidade deixa de ser do sacerdote.


No Odu Òtúrúpon`Otúa, fala sobre a necessidade do sacerdote estudar e ter conhecimento para honrar seus antepassados com sua capacidade, diz Ifá: é responsabilidade do iniciado, assim como do sacerdote o aprendizado, a capacitação daquele que abre as portas para o atendimento é uma responsabilidade assumida diante de Ifá, todo ato praticado dentro da casa de Orisa tem que seguir a orientação dos versos de Ifá; no Odu Iwori Otura, fala sobre a disciplina dos estudos e a educação do iniciado em Ifá deixando bem claro que devemos nos dedicar para obter uma educação adequada. O 
Odu Irete Ofun, fala do estado de perfeição e o alinhamento com Olodumare se não somos perfeitos devemos buscar a melhor forma de se assemelhar com a perfeição.


O Odu Iwori Ofun, fala do respeito que temos que manter por todas as pessoas, se queremos ser respeitados, devemos respeitar todas as pessoas sempre, a vida é um benefício recebido das mãos de Olodumare cabe a nós tornar digno o viver."
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Meus respeitos. ARRUNDEGY OJÉ DEYI

Por: 
Texto extraído da rede social.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Ikú- A Morte

Ikú- A Morte
Por: candomblé para todos
IKÚ O ÚNICO ORIXÁ QUE PEGA TODAS AS CABEÇAS!!
Os yorubás, como os demais grupos africanos, creem na existência ativa dos antepassados. A morte não representa simplesmente um fim da vida humana, mas a vida terrestre se prolonga em direção à vida além-túmulo, exatamente em algum dos nove espaços do Òrun, o domínio dos seres desprovidos do Èmì. Assim, a morte não representa uma extinção, mas mudança de uma vida para outra.
Os antepassados ou ancestrais são denominados Òkú Òrun e Àgbagbà, ou ainda pelo título de Ésà, usado para reverenciar os ancestrais nos ritos de Ìpàdé, dos candomblés do Brasil. Um antepassado é alguém de quem uma pessoa descende, seja através do pai ou da mãe, em qualquer período do tempo, e que o ser vivente conserva relações filiais afetuosas. Somente alcançarão a condição de ancestral com merecimento de culto aqueles que atingiram uma idade avançada, com uma vida de boa qualidade e trabalho expressivo para a sociedade, além de terem deixado bons filhos.
Para os yorubá, um casamento sem filho é algo mal sucedido. Na verdade, seu sistema de valores tem por base três coisas: Owó (Dinheiro), Omo (Filhos) e Àíkú (Vida longa). A Vida Longa é considerada a mais importante porque proporciona a oportunidade que pode tornar possível as duas outras.
São esses e toda a linhagem de gerações passadas que, depois da morte se transformam, para seus familiares. Embora os ancestrais compreendam membros masculinos e femininos das gerações anteriores, os ancestrais masculinos são os mais importantes.
Ao seguirem para o Òrun, os ancestrais são libertos de todas as restrições impostas pela terra, dessa forma, adquirem potencialidades que podem ser usadas para beneficiar seus familiares que ainda estão na terra. Por essa razão, é necessário mantê-los num estado de paz e contentamento.
Quando dissemos que existe um culto ao ancestral, queremos dizer que o que existe de fato é uma manifestação de relacionamento familiar indestrutível entre o familiar que partiu e seus descendentes que aqui ficaram. A palavra culto então colocada tem o significado de homenagem que melhor expressa o nosso entendimento sobre o assunto.
O encaminhamento do espírito, depois dos rituais realizados, corresponde a passar de volta pelo portão do Oníbodè em direção a Olódùmarè, para receber o julgamento de seus atos na terra. De acordo com o Órun ao qual foi destinado, continuará a exercer suas funções familiares, agora de modo mais poderoso sobre seus descendentes que a ele continuam a se referir como Bàbá mi(Meu pai), ou Ìyá mi(Minha mãe). Esta forma salienta o amor e a afeição que caracterizam as relações de ambos.
Trazendo ao exemplo: “Eu vou falar com o espírito de meu pai”, mas sim, “Eu vou falar com o meu pai”, numa comprovação de que eles continuam a ter o título de relacionamento que tinham enquanto chefes de família.
O fim da vida na terra envolve a questão a respeito do que se transforma o homem após a vida atual.
Toda religião encara isto: Nascimento, Vida e Morte( Ìbí, Ìyé, Àti Ikú), o Pós- Vida (Iyè Lébìn Kú), o Julgamento Divino (Ìdájó ti Olórun) e o possível retorno em outra vida, sucessivamente (Àtúnwa).
Ikú – Morte
É visto como um agente criado por Olodumaré para remover as pessoas cujo tempo na Terra tenha terminado.
A morte é denominada Ikú, e trata-se de um personagem masculino. Sua lógica é para as pessoas mais velhas e que dadas certas condições, devem viver até uma idade avançada.
Para os Yorubas Iku também é um Orisa. Iku não mata, somente toca as pessoas, com este toque a pessoa se desliga deste mundo acordando no outro.
Por isso , quando uma pessoa jovem morre, o fato é considerado tragédia, por outro lado, a morte de uma pessoa idosa é ocasião para se alegrar. Sobre isto, costuma-se dizer: Ikú Kí pani, ayò I’o npa ni – “a morte não mata, são os excessos que matam”.
O odú Òyèkú Méji revela, em um de seus ìtàn, que a morte somente começou a matar, depois que sua mãe foi espancada e morta na praça do mercado de Ejìgbòmekùn. Ele gritou enfurecido. Fez do elefante a esposa do seu cavalo. Ele fez do búfalo a sua corda. Ele fez do escorpião o seu esporão bem firme pronto para lutar.
“No dia em que a mãe da morte foi espancada
No mercado de Ejìgbòmekùn
A morte ouviu
E gritou alto, enfurecida
A morte fez do elefante a esposa de seu cavalo
Ele fez do búfalo sua corda
Fez do escorpião o seu esporão bem firme pronto para a luta”
Posteriormente, a morte foi subjugado depois que seus inimigos conseguiram que ela comesse o que era proibido comer, segundo o conceito do èwò, visto anteriormente,só conhecido através do jogo de ifá. Neste relato, é a esposa de Ikú, Olójòngbòdú, que revela este segredo:
“Nós consultamos Ifá para Olójòngbòdú
Mulher de Ikú
Ela foi chamada cedo, pela manhã
Eles perguntaram o que seu marido não podia comer
Que o tornasse capaz de matar outros filhos de pessoas ao redor?
Ela disse que a Morte, seu marido, não podia comer ratos
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ratos?
Ela disse que as mãos da morte tremeriam sem parar
Ela disse que a Morte, seu marido, não podia comer peixe
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse o peixe?
Ela disse que os pés da Morte tremeriam sem parar
Ela disse que a morte, seu marido, não podia comer ovo de pata
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ovo de pata?
Ela disse que a morte vomitaria sem parar”.
A conclusão deste odú é que foram dados á morte todos os alimentos proibidos, o que a fez acalmar e impedir a sua tarefa que estava sendo feita sem qualquer critério, ou seja, a Morte foi subjulgada apenas depois que seus inimigos conseguiram que ele comesse o que era proibido comer. Verificamos novamente a importância do respeito às coisas proibidas, éwò, cujo conhecimento só é possível através do sistema de ifá.
Devemos registrar que, no processo de divinização de ifá, ocorrendo a caída deste odú, irá revelar vitória de qualquer pessoa sobre a morte.
Embora a morte seja inevitável, e imprevisível, vimos que ele pode sofrer alterações através da intervenção de Orunmyilá ou de qualquer outro Orixá junto a Olodumaré, e isto é previsto em outro mito, quando Exú consegue subornar o filho de Ikú, que revela o modo pelo qual Ikú matava com o uso de uma clava a fonte indispensável de seu poder. Sem essa clava , Ikú tornava-se impotente.
Exú foi ajudado pôr Ajàpàá, a tartaruga, que conseguiu o que desejava, conforme o dito: Ajàpàá gbé òrúkú I’owó Ikú – “A tartaruga tirou a clava das mãos de Ikú”.
Posteriormente, fez um pacto com Orunmyilá, com a condição dele ajudá-lo a recobrar a sua clava; em troca, Ikú só levaria aqueles que não se colocarem sob a proteção de Orunmyilá ou aqueles que estivessem com a data já determinada para o fim de suas vidas na terra. Isto reflete a necessidade de um constante acompanhamento da situação de uma pessoa através do jogo. Daí o provérbio: Arùn I’a wò, a Ki Wo Ikú – “A doença pode ser curada a morte não pode ser remediada”. E ainda o odú Irò-sùn – oso revela:
“Se Ikú não chegar, adoremos Oxum
Se Ikú não chegar, adoremos Orixá
Se ikú realmente chegar, não adianta Ikú receber sacrifício”
Ìsinkú – Ritos Funerários
A circunstância que cerca a morte de uma pessoa, a idade, condição social e o seu relacionamento religioso são fatores importantes que impõem a forma dos rios funerários. No Brasil, para os indicados das religiões de etnia yorubá, os ritos são denominados Àsèsè – retorno às origens. O falecimento de um indicado é marcado pela retirada, com o corpo já no ataúde do elemento central de sua iniciação, o osù. Trata-se de uma retirada simbólica de algo, agora abstrato, juntamente com alguns fios de cabelo do alto da cabeça, no lugar onde foi colocado o osù.
Outros elementos são utilizados neste ritual: efun (Pó branco); eyin (ovo); èiè eiyelé (sangue de pombo); acassá (Pudim de milho branco enrolado em folha verde); òwú (algodão), com o qual tudo é recolhido e despachado .
Posteriormente , o jogo do obí tudo confirmará . Em alguns casos, o ritual é feito em cima de um igbá, uma meia cabeça. O manipulador deste ritual deve ser sempre uma pessoa com orô mais antigo que o falecido, ou , pelo menos com a mesma expressão religiosa.
Após o enterro é iniciada uma seqüência de cerimônias noturnas, idênticas e diárias, que duram sete dias, sendo que, no sexto dia, deverão ser feitos os sacrifícios propiciatórios e o Erù Éégún – “Carrego do Morto”. No último dia, denominado “arremate”, cantar – se com o dia claro.
Somente no ritual de Àsèsè, o Ìpàdé é realizado à noite, com exceção do último dia, quando é feito de dia. Durante todo o Àsèsè, os toques são feitos em cima do igbá, uma meia cabeça, ou do akèrègbè, uma cabaça inteira.
Somente no último dia os atabaques são utilizados. Todos os presentes se vestem de branco, aso òkè, cobrindo toda a parte de cima do corpo até o pescoço. No pulo amarra-se uma tira de palha da costa (ìko) e nas pálpebras, passa-se um pouco de efun, pó branco, assim como também na nuca, fronte e peito.
Àsèsè , meus respeitos
Àsèsè, Àsèsè o (As escravas saúdam os mais antigos)
Os cânticos são acompanhados de danças individuais em frente a um igbá, colocado no chão, onde são depositadas moedas recebidas de todos os presentes, passadas antes em volta de suas cabeças . É o ” pagamento” de proteção para as pessoas não irem com a alma do morto.
Os cânticos são efetuados na modalidade Ketu e em duas outras etnias: Jêje e Angola – Congo, pois Égún existe em toda nação de Candomblé, não tem bandeira, muda de nome, mas é um só.
Quando, em vida, a pessoa morta teve seus assentamentos, Ìdí Orixá, acompanhados por quartinhas cheias de água , símbolo de vida ativa. Agora, sua quartinhas serão esvaziadas e emborcadas, como símbolo da vida que partiu. É o jogo que irá definir o que irá no carrego do morto e o que poderá ficar como Ojúbo da casa, ou seja, a permanência dos assentados e outros símbolos como elementos de culto e adoração.

Há um aspecto nos ritos de Àsèsè que devemos observar e que está ligado ao Orixá Oxóssi . Após os cânticos iniciais, é feita uma série de reverências a Ode Àrólé, um outro nome dado a Oxóssi, e ancestral míticos dos candomblés da nação Ketu no Brasil. Relacionado ao fato, vamos transcrever trechos de uma citação feita pela Iyalorixá – Stella de Oxóssi e posteriormente pôr
Oba Ka Kanfó, ambos pertences ao Candomblé do Axé Opó Afonjá em Salvador Bahia:
“Uma outra denominação dada ao rito de Àsèsè é Àjèjé, que significa a vigília do caçador. Conta a tradição que Oduleke criou uma menina e que deu o nome de Oyá. Já crescida, se tornou mulher inteligente e altiva conhecendo todos os segredos da caça e artes de magia. Quando Odukele faleceu, Oyá lhe prestou uma homenagem. Reuniu os seus pertences, colocando-os numa grande trouxa e, durante 7 dias, dançou e cantou em homenagem ao pai adotivo. Ao final dos 7 dias, um grande cortejo foi depositar a grande trouxa aos pés de uma árvore sagrada. A este carrego foi dado o nome de Àjèjé e que deu nome também ao ritual. A princípio era praticado apenas pelos caçadores e, com o tempo, se entendeu a todas as pessoas recebendo o nome de Àsèsè”.
Uma das sequências das cantigas em louvor a Oxóssi nos fala sobre isto:
” O nascimento que nos trouxe o mundo
Ode Àrólé nos trouxe ao mundo”
O ritual de Àsèsè, descrito em parte é dedicado exclusivamente as pessoas iniciadas. Em fins do século passado, os descendentes de africanos no Brasil faziam esse ritual indistintamente. Em outra exposição de Oba Ka Kanfó sobre o assunto, destacamos o trecho:
“Os pêsames eram dados com um tabuleiro de akarajé, panela com èkuru, abara, acassá etc. Estas comidas ficavam em volta do corpo, na sala, e pertencia ao morto ou morta. Quando chegava um visitante, ele fazia a saudação. “E Kú àse o” e servia usando uma folha de mamona passada no fogo onde estavam sendo feitas as comidas, e comia. Depois jogava a folha num balaio e ia dançar em volta do corpo para pagar a comida que comera. Porque, geralmente, naquele tempo, o Àsèsè era feito em qualquer casa. Nos dias de hoje, é feito somente nos terreiros”.
Entre os yorubás, quando morre uma pessoa, o corpo é envolvido imediatamente numa mortalha branca. Antes ele é banhado. Se for uma mulher, o cabelo é devidamente penteado, e se for homem, algumas vezes é inteiramente raspado. A condição de estar devidamente limpo é para ser bem recebido na morada de seus ancestrais. Em algumas religiões, um pouco do cabelo, das unhas dos dedos dos pés e das mãos do falecido é cortado e guardado para “2º enterro”, que ocorrerá dias ou semanas depois.
Conhecedores da maneira de preservar o corpo, o mesmo pode ficar dois ou mais dias sem exalar mal cheiro e recebendo as honras devidas.
Os sacrifícios efetuados objetivam fortalecer o espírito, igualmente os alimentos e oferendas fortalecer o espírito, igualmente os alimentos e oferendas, que são colocados aos pés do morto como forma dele não sentir fome durante a jornada à terra dos ancestrais. Os parentes e amigos chegam para cantar, dançar e comer.
Antes do pôr do sol a dança pára e o corpo é envolvido em roupas pesadas e bonitas, tudo conduzido em procissão solene até a sepultura. Há o costume de se mandar recados para os antepassados que se foram antes, numa prova da crença no além e no poder dos antepassados.
Todo este conjunto de situações objetivas não perde o vínculo com os familiares e que a vida lá continue do mesmo modo que a vida na Terra. Em outros tempos, as sepulturas eram cavadas no interior da casa, mas o costume passou.
Vários dias após o funeral, há um outro rito conhecido como fífa éégún Òkùú wo lé – “Trazer o espírito falecido para a casa”. Um santuário é construído no canto da casa, onde são feitos os pedidos e oferendas, numa conversa íntima familiar. Este vínculo fortalece a condição deles tudo verem o que está acontecendo na Terra. Quando se diz Babá mimá sùn o – “Meu pai, não durma”, trata-se de um apelo ao falecido para ficar atento ás coisas da Terra. Em outras palavras, há uma comunhão constante e um apelo à vigilância.
Òrun
Há um lugar definido, fora desta terra, para onde os falecidos vão. O nome utilizado para este lugar é Òrun que, num sentido geral, significa Céu, o lugar onde Olodumaré, os Orisás e os espíritos diversos habitam. A denominação de todos esses habitantes do Òrun é Ara Òrun, cuja principal diferença entre eles e os araàiyé (habitantes da terra) é a de que aqueles não necessitam do èmí, a respiração, para sobreviver, no dizer de J. E dos Santos – “o òrun é todo espaço abstrato paralelo ao aiyé”. Outros alegam que o Òrun é muito longe, sendo por isso que o recém-morto tem que adquirir energia, consumido a comida e a bebida oferecidas durante a s cerimônias fúnebres, antes da ida para a longa viagem.
O Òrun é dividido em noves Céus de acordo com a evolução de cada pessoa.
Os nove céus são:
Orun Alàáfià. Espaço de muita paz e tranquilidade, reservado para pessoas de gênio brando, ou índole pacífica, bondosa, pacata.
Orun Funfun. Reservado para os inocentes, sinceros, que tenha pureza de sentimento, pureza de intenções.
Orun Bàbá Eni. Reservado para os grandes sacerdotes e sacerdotisas, Babalorixás, yalorixás, Ogans, Ekedes, etc.
Orun Aféfé. Local de oportunidades e correção para os espíritos, possibilidades de reencarnação, volta ao Aiye.
Orun Ìsòlú ou Àsàlú. Local de julgamento por Olodumare para decidir qual dos respectivos oruns o espírito será dirigido.
Orun Àpáàdì. Reservado para os espíritos impossíveis de ser reparados.
Orun Rere. Espaço reservado para aqueles que foram bons durante a vida.
Orun Burúkú. Espaço ruim, ibonan "quente como pimenta", reservado para as pessoas más.
Orun Mare. Espaço para aqueles que permanecem, tem autoridade absoluta sobre tudo o que há no céu e na terra e são incomparáveis e absolutamente perfeitos, os supremos em qualidades e feitos, reservado à Olodumare, olorun e todos os orixás e divinizados.
Alguns dos òrun relacionados se equivalem pela finalidade que possuem.
O Òrun para onde iremos após a morte é baseado nos atos praticados na terra e devidamente registrados no orí inú, que retorna para Olódùmarè.
Àtúnwa – Reencarnação
Há diferentes caminhos para os antepassados voltarem à terra, e um dos mais comuns é que a alma seja reencarnada e nascida como um neto, bisneto, bisneta, etc… de um filho ou filha dos antigos pais, ou seja, processo de ida e vinda se dá entre o meio familiar do qual era oriundo. A isto é dado o nome de Àtúnwa (Reencarnação), aquele ou aquela que volta novamente.
O mundo, segundo os yorubá, é o melhor lugar onde vivemos. Isso é contrário ao ponto de vista de algumas tradições religiosas, que consideram o mundo um lugar de sofrimento e dor.
Existe um forte desejo por parte do ser vivo, em ver reencarnados seus pais logo depois da morte deles. Daí a expressão Babá / Ìyá á yà á tètè yà o – “Que seu pai ou sua mãe venha logo”. Este desejo é observado quando do nascimento, Ìbí, de uma criança; aos três meses de idade, um Babalaô é consultado para saber qual o antepassado que foi reencarnado, se a linhagem paterna ou materna. Esse ritual é conhecido como Mimò orí omo – “Conhecendo o orí da criança” ou Gbígbó orí omo – “Ouvindo o orí da criança”. É verificado o seu Orixá, seus ewò, tabus, e o tipo de espírito encarnado (Àbìkú etc.) A partir deste conhecimento, um determinado nomes passará a fazer parte de seu nome civil para lembrar constantemente à criança a sua origem.
A reencarnação de um ancestral é conhecida pelo nome de Yíya omo – “Voltar a ser criança ou tornar a encarnar”. Ao se constatar o fato, o nome da criança poderá ser alusivo ao fato. Alguns nomes yorubá evidenciam isto e relacionamos alguns:
Babátúndé – o pia voltou, ou seja um ancestral de linhagem paterna,
Ìyátúndé – a mãe voltou,
Babájídé – papai acordou e chegou
Ìyábò – a mãe retornou
Omotúndé – a criança voltou de novo.
Nesta visão da concepção yorubá sobre a reencarnação devemos salientar que , apesar de uma criança ser chamada de Babátúndé, o espírito do antepassado ainda continua a viver no mundo espiritual, onde é invocado de tempos em tempos. Em face disso, alguns entendem que, na verdade, há uma reencarnação parcial. Os vivos ficam satisfeitos ao verem parte de seus ancestrais nos filhos recém-nascidos, mas, ao mesmo tempo, são felizes por saberem que eles se acham no mundo espiritual , onde têm maior potencialidade no auxílio de seus familiares na terra.
Na tradição do culto à Xangô há um fato sugestivo sobre este assunto. Bayànnì é vista como a irmã mais velha de Xangô, que governou Oyó como regente, depois da abdicação ineficaz de Dada Àjaká, irmão mais velho de Xangô, governante ineficaz para época. A palavra Bayànnì é uma concentração da expressão Babá yàn mi, “Papai escolheu-me”, refere-se à crença de que o ancestral masculino escolheu-a para retornar à vida na forma corporal de Bayànnì. Sendo assim, esta seria a razão da coroa de búzios que usa, um símbolo de continuidade em termos de reencarnação.
Itan:(lenda)
A esposa da morte.
Ojontarigi era a única esposa da Morte.
Mesmo assim Orunmila quis arrebatá-la. À Orunmila foi dito para ele fazer sacrifício, E ele fez. Depois que ele terminou de fazer o sacrifício, Ele arrebatou Ojontagiri para longe da morte. Então a Morte pegou o seu Kumo, E foi para a casa de Orunmila. Ele viu Esu na frente da casa.
Esu disse: “Como vai você ?”, Iku Ojepe cujo artigo de vestuário é tingido em osun. Depois que eles trocaram saudações, Esu pergunta para ele: Onde você vai? Morte respondeu que ia para a casa de Orunmila.
Esu pergunta: Qual o problema? Morte disse que Orunmila levou sua esposa, E por isso tem que matá-lo. Esu, então, implorou para Morte se sentar. Depois que ele se sentou, Esu deu comida e bebidas.
Depois que Morte comeu até se satisfazer, Ele se levantou, Pegou seu bastão, E começou a ir.
Então, Esu perguntou novamente: “Onde você vai?”, Morte respondeu que ele ia para a casa de Orunmila.
Então Esu disse: “Como você pode comer a comida de um homem, e ao mesmo tempo querer matá-lo ?” Você não sabe, que a comida que a pouco você comeu, pertence à Orunmila? De repente morte não sabia o que fazer, Ele diz: “Diga para Orumila que ele pode ficar com a mulher” Assim Ikú ficou sozinho, sem filho e sem esposa!
Sendo o Orisa mais fiel a Òlòdumàré .
Por isso se recebemos uma pessoa em nossa casa, damos abrigo, alimentação, esta pessoa não poderá nos fazer mal, e se o fizer pagará com a própria vida por este ato.
Nem Ikú matou Òrumilá depois de comer sua comida.
Quem somos para fazer mal aquele que nos alimenta.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

ÌYA ODU O MAIS IMPORTANTE DE TODOS ORIXAS.

ÌYA ODU O MAIS IMPORTANTE DE TODOS ORIXAS.
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Ìyá mi Odùlógbòjé
Ìyá Odu, o mais importante assentamento no culto aos òrìsàs, representa o útero materno gerador dos odus que dão origem a tudo que existe no universo. Ela também representa a capacidade adquirida pelo Bàbàláwo de assentar qualquer òrìsà inclusive àqueles que ele não foi iniciado.
Se todo òrìsà nasce em um odu, e o Bàbàláwo tem o assentamento de ìyá odu ele pode invocar o odu de origem de qualquer òrìsà.
Para ser feito uma cerimonia de Itelodu existe a necessidade de ter o assentamento de Iya Odu que deve ser alimentada, no itefa ìyá odu é alimentada de outra forma e não é necessário o assentamento.
No território Yoruba é comum encontrar Bàbàláwos antigos que tem somente três assentamentos, Èsu, Òrúnmìlà e Ìyá Odu.

Umas das diferenças entre um Bàbàláwo e um Babalórisá, é que um Babalórisá, só pode assentar orixás que ele foi iniciado, um Bàbàláwo pode assentar qualquer òrìsà, para isso ele tem que ter conhecimento e o assentamento de Iya odu.
Em território Yoruba as famílias do culto a ifá consideram que um awo que não tenha sido apresentado para Ìyá odu durante o seu Itelodu, não é reconhecido como Bàbàláwo.
O assentamento de Ìyá Odu é aberto somente em situações muito especiais como nos itelodus e no odun Ifá.
Os homens que não foram submetidos ao Itelodu não podem ser apresentados para esse assentamento sobre o risco da responsabilidade de tal ato cair sobre o portador desse assentamento.
Em razão de existir um juramento feito pelos Bàbàláwos diante de Ìyá odu de jamais divulgar o conteúdo do assentamento não entraremos em mais detalhes, esse assentamento é o maior segredo do culto aos òrìsàs.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

O que é ITELODU?

O que é ITELODU?
É a consagração do Awo, é o reconhecimento do caminho sacerdotal dele. A grosso modo Itelodu quer dizer pisar na terra de odu, numa adequação mais simbólica quer dizer: vê Iya mi Odu - Oduolugboje.
É o momento mais importante do caminho sacerdotal dado por Ifá a um awo (homem, haja vista tal rito ser exclusivo aos homens) - porque é o momento onde seu caminho, seu destino é reconhecido e acolhido por Iya Odu.
Confirmado tal caminho o Awo pode dá sequência de forma mais efetiva, publica etc., da sua missão enquanto Babalawo. É o momento onde ele vai se apegar mais ao seu Oluwo, ao seu Ojugbona, aos seus mais velho para aprender tudo acerca do Culfo a Ifá.
É um passo de muita responsabilidade, porque a partir desse momento seu compromisso não é mais solitário, ele passa a ter um compromisso coletivo, consigo, com o cosmo, com sua família carnal e espiritual e com todos aqueles que o cerca.
A partir desse passo dado o Awo necessita de uma conexão com Ifá muito profunda, uma vida regrada, atenta e de dedicação exclusiva a Baba Ifá - Orunmila.
É o momento de mergulho no mais profundo de si mesmo, é uma chave de conexão profunda com todo seu destino e sua destinação. É uma topada com sua essência e com o lugar que você tem na sua vida pra você mesmo e para os outros.
A partir desse momento o Awo já não pode pensar mas somente em si, ele pensa em si numa conexão com o universo e com todos a sua volta.
Ele passa a ser responsável e participante de todo o movimento energético vivo no cosmo. Sua ligação com essas energias através de Ifá passa ser coletiva, exclusiva e rápida.
Ki Ifá gbee wa oo
Por : Ifáyomí Adèlonán

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

O Milho Branco (agbadô ou ebô)

O Milho Branco (agbadô ou ebô)
É um grão muito importante para o Povo do Santo.
Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser considerados pelos seguidores do Candomblé. Todos os Orixás, de Esú à Oxalá e até mesmo os ancestrais, recebem oferenda a base deste grão.
Todas as cerimônias, do ebó mais simples aos mais sofisticados, em rituais de iniciação, de passagem, ritos de vida e de morte, em tudo mais que ocorra em uma casa de Candomblé, só acontecem com a presença do Milho Brando (agbadò ou ebô). 

A pasta branca de milho branco depois de pilado ou moído chama-se (èko), o mingau chama-se (denguê), depois de moído e cozido e envolvida na folha de bananeira verde, chama-se de àkàsà, Os grãos cozidos só na água chama-se egbô, moído e cozido, envolvido em palha de bananeira seca chama-se aberem; os grãos recheados com cebola, camarão, azeite doce e dendê chama-se Dibô, os grãos inteiros cozidos com coco e açúcar chama-se mukunza.
Toda oferenda com milho branco restitui e redistribui o axé, por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-se a comida predileta de todos os Orixás.
Nem todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar e expressar o valor de uma oferenda a base de milho branco. Basta admitir que os segredos estão nas coisas mais simples, para ver que muitos julgaram insignificantes, a comida extremamente importante do candomblé, banalizando o sagrado e privilegiando a intuição imaginária em detrimento do fundamento. Constituem grandes fundamentos "cristalizados" ao longo de anos e anos de tradição. Fundamento é o segredo compartilhado com o Povo de Santo, o mistério sagrado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode enganar o Orixá que existe em cada um de nós. O grande fundamento é que em todos os rituais por menor que seja a presença de alguma comida com milho branco deve estar presente, seja ela em forma de Ebô, Àkàsà, Aberem, Dibô, Denguê, que possibilita a paz, alegria e longevidade. O maior segredo e melhor fundamento do Candomblé é um ritual indispensável a todos nós, constituído do ato de oferecer Milho Branco à cabeça, chamado de Bori ou Ebôri, pois é este ritual que mantém todo Povo de Santo de pé e totalmente equilibrado axé hoje e sempre.

EM TEMPO:

A importância do milho branco
Por: Papo de Yawo:
O milho branco (agbadô ou ebô) é um grão muito importante para o povo do santo. Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser considerados pelos seguidores do Candomblé.
Todos os Orixás, de Esú à Oxalá e até mesmo os ancestrais, recebem oferendas a base deste grão. Todas as cerimônias, do ebó mais simples aos mais sofisticados, em rituais de iniciação, de passagem, ritos de vida e de morte, em tudo mais que ocorra em uma casa de Candomblé, só acontecem com a presença do milho branco (agbadò ou ebô).
A pasta branca de milho branco depois de pilado ou moído chama-se (èko).
O mingau chama-se (denguê).
Depois de moído e cozido e envolvida na folha de bananeira verde, chama-se de àkàsà.
Os grãos cozidos só na água chama-se egbô.
Moído e cozido, envolvido em palha de bananeira seca chama-se aberem.
Os grãos recheados com cebola, camarão, azeite doce e dendê chama-se Dibô.
Os grãos inteiros cozidos com coco e açúcar chama-se mukunza.
Toda oferenda com milho branco restitui e redistribui o axé, por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-se a comida predileta de todos os Orixás. Nem todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar e expressar o valor de uma oferenda a base de milho branco.
Basta admitir que os segredos estão nas coisas mais simples, para ver que muitos julgaram insignificantes, a comida extremamente importante do candomblé, banalizando o sagrado e privilegiando a intuição imaginária em detrimento do fundamento.
Constituem grandes fundamentos "cristalizados" ao longo de anos e anos de tradição. Fundamento é o segredo compartilhado com o povo de santo, o mistério sagrado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode enganar o Orixá que existe em cada um de nós.
O grande fundamento é que em todos os rituais por menor que seja a presença de alguma comida com milho branco deve estar presente, seja ela em forma de Ebô, Àkàsà, Aberem, Dibô, Denguê, que possibilita a paz, alegria e longevidade.
O maior segredo e melhor fundamento do Candomblé é um ritual indispensável a todos nós, constituído do ato de oferecer milho branco à cabeça, chamado de Bori ou Ebôri, pois é este ritual que mantem todo Povo de Santo de pé e totalmente equilibrado.
POR GIACHIERRI

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

MAIS UM ANO DE MUITAS SAUDADES!...


Hoje ,04 de fevereiro, todos candomblecistas ligados à Casa Branca , à Miguel Couto e admiradores da Mãe Nitinha de Oxum,Iyá kekerê da Casa da Branca (segundo posto na hierarquia do terreiro), relembram com saudades , de uma das maiores líderes da religião Afro-brasileira que faleceu  na tarde do dia 04 de fevereiro de 2008  aos 83 anos, no Hospital Evangélico, em Brotas, onde permaneceu  internada por 12 dias, vítima de insuficiência respiratória, foi sepultada no dia 05/02/2008, por volta das 14h, no Cemitério Jardim da SaudadeSalvadorBahia.



Linha do Tempo:
Areonithe da Conceição Chagas ou Iyá Nitinha, nasceu na Bahia e é um dos mais tradicionais nomes do Candomblé brasileiro. Filha de Mãe de santo, Mãe Nitinha “fez o santo” aos quatro anos de idade, no tradicional terreiro da Casa Branca, onde nasceu Mãe Nitinha, professora primária e parteira da comunidade, foi Iyakekerê, Iyatebexê, Ojuodé e Iyalorixá em sua casa no Rio de Janeiro, Terreiro de Nossa Senhora das candeias em Miguel Couto na baixada fluminense.
Em 2005, foi escolhida pelo governo brasileiro como representante do candomblé na comitiva multirreligiosa que participou, em Roma, das cerimônias funerais do Papa João Paulo II. Contudo, não conseguiu embarcar, perdeu o voo por haver chegado atrasada.
Mãe Nitinha se casou aos 14 anos, conseguiu que a família composta pelos filhos naturais e de criação, além de 12 netos, aprendesse a compartilhá-la com os fiéis que tanto a respeitavam.
Em 2000, reconhecida a aposentadoria aos pais e mães de santo, Mãe Nitinha tornou-se a primeira a beneficiar-se com a medida. Morreu em 4 de fevereiro de 2008, quando foi enterrada com as vestes brancas e douradas de Mãe Oxum.
Quem conheceu Mãe Nitinha diz que ela seguia à risca os passou ditados por Mãe Oxum, seu Orixá, pois cresceu dentro do terreiro, aprendendo orikís e cantigas. Iniciou-se muito cedo, por isso, sabia conduzir um candomblé como ninguém.
Conheceu o presidente Lula no no Rio de Janeiro e, cerca de dez anos depois, foi escolhida para participar da comitiva ao enterro do Papa João Paulo II. Ao ser perguntada sobre o atraso no voo, Mãe Nitinha dizia: “O santo mandou ficar”.
Em vida, Mãe Nitinha foi mulher ilustre, importante dentro da comunidade e que se relacionava muito bem com outras religiões, sempre lutando pelas mulheres “do santo”, tanto que em 2007, recebeu do presidente Lula a “comenda do Rio Branco”.
Mãe Nitinha não era apenas um exemplo de Iyalorixá, tinha poder nas decisões e a magia no olhar, foi incontestavelmente uma das maiores lideranças religiosas no Rio de Janeiro.
Fonte: Revista Cultura Afro-Brasileira ” Candomblé”
imagens: site de busca.