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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

POSTURAS E COSTUMES NA ROÇA DE CANDOMBLÉ

Este texto de mãe Marta de Oba, retrata um pouco um dos assuntos básicos de uma casa de orixá.
Com suas características próprias de acordo com sua nação, este texto pode ser adaptado e se voltar à realidade das outras nações de matrizes afro-brasileiras .
Boa Leitura:

'Posturas e Costumes   Na  Casa  de  Santo'



"Quando propus o debate e comentários desse tema, foi com a intenção de refletirmos um pouco mais sobre as práticas e o abandono de alguns costumes que venho observando de uns tempos para cá, não somente nas casas de origem angola-conguense, como em outras denominações do candomblé. Costumes estes que, no meu entendimento, enriquecem os nosso cultos e se tornam um diferencial motivador para que possamos galgar degraus de elevação dentro de nossas Casas, à medida que ficamos mais velhos, tanto em nossa idade cronológica de nascimento, quanto em nossa idade de renascimento para a “Vida de Santo”. Fugir destas práticas e hábitos, me deixa uma sensação de colocar a carroça na frente dos burros, sem um fundamento que justifique isto.
O candomblé, independentemente de qual seja a Nação, é uma religião iniciática, que pauta e valoriza em seus costumes o princípio da hierarquização dos diversos postos existentes em cada família religiosa, além de se caracterizar como uma religião que, milenarmente, transmite, através dos detentores dos conhecimentos, os fundamentos através da oralidade, quer sejam eles os mais basilares, até os mais complexos. Uma outra característica é quanto aos mistérios e magias que estão nos seios de nossos rituais, praticados em nossas casas, sem contar o encanto, beleza e esplendor que são gerados pelos nossos Minkisi e, como tal, não empolgam somente os membros de cada Roça, mas também incentivam, a cada dia, milhares de pessoas que circulam no mundo profano que, maravilhadas por este clima grandioso, buscam seus engajamentos nestas casas, tornando-se membros efetivos das Roças-de-Santo junto com outros milhares de companheiros de nossa religião, com o objetivo final de serem iniciados nestes mistérios e mundo dos deuses do panteão afro-brasileiro.
O aumento do número de pessoas que a cada ano passam a integrar os quadros das diversas Roças, se faz independentemente dos novos adeptos serem ou não descendentes de nossos irmãos do continente africano. São admitidas no seio de nossas Casas-de-Santo pessoas de qualquer raça, de várias camadas sócio-econômicas, de credo religioso anterior que possuem dogmas diferentes dos nossos, de estados civis variados, sem limite de idade cronológica e de ambos os sexos. Devido a isto, temos que ter consciência e sermos flexíveis para o entendimento de que muitos destes, trazem consigo, vícios comportamentais, que no mundo profano ou no seio de outras religiões possam ser considerados normais, mas que se comparados aos nossos costumes e rituais, constituem-se em verdadeiros antagonismos aos conceitos básicos que fundamentam nossa religião.
Apesar de nossas cerimônias, quer sejam públicas ou reservadas, serem normalmente revestidas de um clima alegre, principalmente pela beleza dos cânticos que contam parte da história e estória de nossos antepassados e deuses, merecem por parte de todos um elevado grau de seriedade e comprometimento, sem contar a dedicação necessária para a eterna busca responsável do saber acerca dos mistérios que envolvem nossos ritos.
Desde a condição de neófito que o integrante de uma Casa-de-Santo adquiri no momento de sua admissão na sua nova família espiritual, passando pela sua iniciação e aprendizado a cada ano que completa aniversário como iniciado, até a possibilidade de assumir postos mais elevados dentro desta hierarquia, é necessário que o adepto do candomblé tenha a consciência de que é necessário ser um bom filho-de-santo e que esta condição será eterna, pois por mais velhos que sejamos comparativamente a data de nossa iniciação, sempre seremos um munzenza para o nosso Nkisi. E durante todo esse eterno tempo de aprendizado é necessário o verdadeiro entendimento sobre os costumes, hábitos, responsabilidades e deveres que a nós são impetrados por força de nossos fundamentos religiosos.
Desta forma, a tônica encontrada nos seios das casas de candomblé de que os mais velhos sempre têm razão, poderia eu dizer que está certo em quase sua totalidade. Fato que podemos compreender bastante bem quando reunimos alguns anos de iniciado. Identicamente a frase de que “um bom filho ou filha será um bom pai ou mãe”, tem toda a minha apreciação e aprovação. Quem não deu valor e nem passou pelos “sacrifícios do período de munzenza”, com certeza não saberá dar valor ao período como Kota.
Antes de se poder falar em hierarquia, costumes, posturas e hábitos no centro das comunidades candomblecistas, temos que mais do que entender, sentir o real significado do que é “SER FEITO PARA O SANTO”.
É saber entender a religiosidade do ato em si, onde a parte divina existente dentro de todos nós floresce libertando o nosso ancestre num perfeita harmonia conosco, estabelecendo uma comunhão espiritual perfeita, capaz de nos revelar as belezas da natureza, capaz de nos fazer entender a importância de nos conduzirmos com retilinidade na vida espiritual e civil, capaz de nos mostrar o valor que possui os nossos semelhantes, capaz de nos dar dimensão do grau de importância da Raiz onde fomos iniciados e nossa obrigação em defendê-la sempre e continuamente, capaz de nos mostrar que somos uma criatura com semelhança do Criador e, finalmente, capaz de nos revelar o quanto somos importantes no mundo que habitamos e quanto poderemos ser importantes no mundo que habitaremos após a nossa morte, quando assumiremos outras responsabilidades, inclusive com os nossos descendentes.
Se conseguirmos atingir tais entendimentos e sentimentos, aí sim, poderemos dizer que FOMOS FEITOS COMPLETAMENTE e que nossa parte foi feita a contendo. Aí poderemos ter a certeza que atingimos os objetivos de se FAZER O SANTO, ou seja, conseguiremos manter perpetuados honrosamente a memória ancestral e estaremos renascidos como pessoas mais energizadas, melhores como seres humanos, fortes para enfrentar as adversidades do dia-a-dia de forma segura e com tenacidade e sempre em busca do sucesso e das realizações pessoais e espirituais, não se excetuando, obviamente, o foco na necessidade de manter o espírito de solidariedade e ajuda ao próximo, quer seja ele de nossa irmandade, quer seja ele fora do nosso ciclo religioso.
Entender o propósito dos costumes e posturas adequadas de uma casa-de-santo e conhecer a si mesmo e a importância de ser um iniciado. É ter bem definido o seu propósito de saber que você é e o que representa para sua família espiritual. É saber de onde você se originou no mundo profano e onde você está e onde você irá chegar no seu mundo religioso, pois estas questões não nasceram dentro das Casas de Candomblé aqui no Brasil, mas sempre foram os pilares de sustentação das sociedades religiosas de nossa Mãe África, onde nossos ancestres sempre denotaram e manifestaram suas vontades de estarem o mais próximos da natureza e de seus ancestrais e como estes servem de intermediários entre nós e o Deus Supremo. Sem contar a incessante vontade de melhor entender o que seja o Criador e seus poderes; de entender como nosso mundo foi criado e quais os princípios que o regem em relação ao mundo espiritual. Com certeza esses entendimentos nos ajudam, sobremaneira, a entender, mas claramente a importância da hierarquia, posturas e costumes na vida cotidiana de uma Casa de Candomblé.
Por todas estas questões é que, nós seres humanos, no propósito de perpetuar e divulgar o quanto é belo fui o momento da divinização de nossos Minkisi, é que criamos os rituais que transformaram a RELIGIÃO CANDOMBLÉ numa religião de características iniciáticas e secretas, com o objetivo de que nossos Deuses, que habitam o nosso ser interior, surja manifestado como um ancestre divino que o é. Daí, como toda instituição que é regida por sistemas piramidais, surge as matrizes hierárquicas, onde as diversas camadas desta entidade se distinguem e diferem através de postos assumidos e as respectivas responsabilidades, deveres e competências de cada indivíduo, surgindo, daí, os títulos, cargos, formas de compensação (não financeira), diferenças no modo de se vestir, limites de autoridades, prerrogativas de direito, etc.
Retorno um pouco ao início de meus comentários, por que não será possível entendermos e aceitarmos a importância da hierarquia, dos costumes a serem seguidos e as posturas a serem assumidas, se no momento de nossas iniciações nada disso for ensinado de forma espontânea e sem obrigatoriedades (de forma natural) e, por sua feita, sem que possamos compreender e apreender todo esse significado. Infelizmente, tenha observado em algumas de nossas casas co-irmãs do culto Angola-Congo, a iniciação de pessoas que ficam recolhidas por períodos extremamente pequenos, fugindo aos preceitos básicos que nos ensinou os mais velhos e Kimbandas e Sobas do continente africano, quando nestas ocasiões, já se começa a perder a oportunidade de demonstrar essa importância, dando um exemplo inadequado do que seja uma verdadeira iniciação e seus significados.
Um outro ponto que ao meu ver dificulta o entendimento sobre a importância da hierarquia, costumes e posturas é que na Mãe África, o culto religioso se mistura rotineiramente com a vida civil e este primeiro é realizado no seio das famílias consangüíneas, onde o respeito ao mais velho é uma tônica evidente e um estímulo para que os mais novos perseguiam os caminhos do respeito para que, um dia, também se tornem um “Velho Respeitado”. Já no Brasil, a prática é bem diferente, onde a iniciação dos adeptos do candomblé não obedecem à linhagem de família consangüínea, salvo algumas raízes, que mesmo aceitando pessoas estranhas aos laços de família civil, ainda, assim, respeitam a forma de perpetuar a hierarquia dando posse aos cargos mais elevados e de direção, somente aos parentes desta família civil.
Retomo o momento da iniciação como sendo o primeiro período onde começa a ficar definido a importância dos costumes, hábitos, posturas a serem assumidas, pois no período de recolhimento, o qual não deixa de ser uma alusão ao período de gestação, nos é mostrado o quão sublime é esta hierarquia. Nos é mostrado o quanto somos dependentes e carentes de ensinamentos, carinho e orientações. É neste período que começamos a entender de onde viemos, onde estamos, para onde estamos caminhando e o porque estamos indo e para que direção. Parece-me que neste momento a tão necessária hierarquia se torna bem clara, assim como os costumes e posturas que devemos assumir, lembrando, sempre, só teremos um bom ensinamento nas mãos daqueles que nos criam e que foram muito bem criados, pois não se pode dar aquilo que não se tem.
O período de iniciação é tão importante para que entendamos o significado da hierarquia, costumes e posturas, que é nele onde o neófito começa a dar os seus primeiros passos para o entendimento do que é a Mãe Natureza no seu sentido religioso. É nele que o postulante ao cargo de Munzenza começa a aprender os princípios basilares de nossos Minkisi e de Nzambiapongo. É neste período que começamos a entender e aprender os “Ingorossis” de nossa Raiz, os seus costumes, os princípios que regem nossa família espiritual, quem são as dignidades dessa família/raiz, as formas adequadas quanto às condutas de comportamento perante aos irmãos e visitantes, quer sejam no dia-a-dia ou em dias de festividades públicas e internas. É neste período é que começamos a ter os primeiros contatos e conhecimentos sobre quais as características e particularidades de cada um de nossos Deuses e as respectivas “kijilas”. É neste período que começamos a aprender quais os costumes e procedimentos que devem ser evitados sob qualquer pretexto, com vistas a evitar a desarmonia e a quebra dos costumes religiosos que distinguem nossa Raiz e que a fazem majestosa.
Um alerta quanto a tudo comentado até agora deve ser feito, principalmente que se opta por abraçar o culto dos Minkisi como nossa religião. Obviamente quando começamos a participar de uma comunidade, a exemplo do que são as Casas de Candomblé, onde, indiscutivelmente existem regras claras e bem definidas quanto modelo hierárquico, seus costumes, valores e posturas que têm de ser assumidas, tudo isso nos remete a mudança de algumas posições pessoais que adquirimos ao longo de nossa vida civil, o que não podemos desprezar como sendo difícil, além do que todas mudanças, salvam raros exemplos, sempre trazem sentimentos de receio do desconhecido e ansiedades, angústias, impotências e vontade de desistir a percorrer o nosso caminho dentro da religião. Daí, também a importância de trazermos os ensinamentos que adquirimos em nossas vidas civis, aprendidos no seio de nossas famílias consangüíneas, onde os códigos de ética, educação e respeito, são extremamente importantes e que ajudarão no entendimento do que seja hierarquia sadia, posturas sadias e costumes sadios, eliminando obstáculos, mudando paradigmas e sabendo aceitar que nem sempre o simples é menos grandioso. Ou seja, a boa condição de convivência e ensinamentos de nossos pais, ajudam ou pioram muito a forma de se conduzir no novo meio religioso do neófito.
Costumo dizer que “CANDOMBLÉ É MEIO DE VIDA E NÃO MEIO DE MORTE” e creio que cada um dos Minkisi que carregamos conosco passa a ter um papel muito importante neste momento de aprendizado na nova vida religiosa que escolhemos no momento de nossas iniciações. Eles são os verdadeiros exemplos a serem seguidos, pois a todo o momento, mesmo na condição de “DEUSES”, nos ensinam maravilhosamente bem o que é a hierarquia sem a submissão nociva, o que é a humildade com grandiosidade, o que é o respeito com a civilidade, o que é o castigo sem dor e, principalmente, o que é o verdadeiro amor sem o interesse. Vai, aí, mais uma prova de como é importante e necessário que pratiquemos e respeitemos os costumes, posturas e modelos hierárquicos que nos são transmitidos e vivenciados através dos comportamentos e histórias de nossos deuses ancestrais. Se eles como perfeitos deuses e nossos guardiões os exercitaram e vêm exercitam todos esses hábitos, inclusive quando manifestados em nossas cabeças, por que, como simples seres humanos, deveremos não praticá-los?. Não seria antagônico e contraditório?
Se verificarmos os contos, lendas, histórias, estórias sobre a criação do mundo, nas diversas versões dos povos de origem banto, vemos claramente toda essa hierarquia, formas de agir, responsabilidades, costumes, particularidades e tudo mais que, guardada as devidas proporções, ainda encontramos em nossas Casas-de-Santo e que ajudam significativamente na administração de nossos templos e das pessoas que neles convivem. Cabe lembrar, também, que através dessas lendas e contos, observamos que, muita das vezes, quando essa hierarquia, posturas e costumes eram quebrados, nossos Deuses, através de suas representatividades como caçadores, reis, ajudantes, curandeiros, etc., utilizavam-se de recursos corretivos, que podemos traduzir como castigos, guerras, sacrifícios e penalidades, tudo em nome da manutenção dos princípios que norteiam a hierarquia, posturas e costumes, que tanto questionamos em prol de algumas arrogâncias que mantemos e por medos que inventamos como escudos para as nossas incompetências e falta de humildade. Assim, por analogia, podemos concluir que se plagiarmos nossos Minkisi nos modelos que eles praticam acerca da hierarquia, posturas e costumes no seio de nossas Casas de Candomblé, estaremos demonstrando nossa fé, crença e religiosidade sobre tudo que está relacionado a eles. Obviamente que toda a fé em nossos Minkisi pode ser demonstrada de forma isolada, mas candomblé sem culto coletivo não existe e, mesmo que existisse, assim mesmo teríamos que ter postura hierárquica com o nosso Nkisi e este com o Deus Criador.
Uma outra reflexão que podemos fazer a respeito da hierarquia religiosa, seus costumes e posturas que devem ser seguidos pelos adeptos do Candomblé, é quando nos remetemos aos tempos da escravatura em nosso país. Nas senzalas podiam ser encontradas pessoas com etnias diferentes, que por uma questão de sobrevivência, deixaram de lados suas diferenças, inclusive aquelas que faziam parte de suas rivalidades tribais, como meio de sobrevivência frente ao tratamento que recebiam de seus “donos” europeus. Ali, naquele espaço físico, onde as práticas de desagregação e degeneração da espécie humana era praticada abusivamente, não se deixou de preservar a hierarquia, os costumes e posturas originárias das terras que foram o berço das civilizações.
Foi no calar da noite que as senzalas construídas no Brasil se transformavam num exemplo típico de uma nova sociedade que nascia com o respeito à hierarquia sacerdotal, mesmo quando a Igreja Católica tentava impor o evangelho cristão aos nossos irmãos negros. Foi nas senzalas que, com toda essa organização hierárquica, nasceram, ainda sem uma consciência ordenada, as primeiras Raízes do nosso Candomblé, através das irmandades de escravos existente até os dias atuais.
Foi nas senzalas que ocorreram as maiores trocas culturais da religião africana, que independentemente de serem de origem banto ou nagô, sempre pautaram em suas organizações pelos princípios hierárquicos e posturais, que foram trazidos com cada africano que aqui aportou e desses com transmissão para seus descendentes.
Saindo do campo filosófico e/ou estórico sobre a hierarquia sacerdotal, os costumes e posturas a serem assumidas pelos membros das Casas de Santo, gostaria de fazer alguns comentários relacionados à praticidade desses comportamentos a serem assumidos no dia-a-dia das Casas de Santo. Para tanto, constatamos que existe, na prática, toda uma estrutura de valores e comportamentos desempenhados nas comunidades do candomblé, que permitem a evolução e acesso de todos os seus membros a posições que variam desde a base da pirâmide até o seu topo. Assim, podemos, de uma forma simplificada, dividir esta estrutura piramidal, observada normalmente, em três grupos, que confirmam a hierarquia que muita das vezes é questionada:

1) GRUPO DOS NEÓFITOS (NDUMBE)
Aqui encontramos as pessoas que estão aguardando o momento de se iniciarem e receberem os chamados “fundamentos” de nossa religião.
2) GRUPO DOS INICIADOS (MUNZENZAS E MUNANZENZAS)
Este é o grupo das pessoas iniciadas e que estão habilitadas a começar a percorrer a longa estrada de sua vida religiosa. É neste grupo que é iniciado os primeiros passos atingindo as graduações através do cumprimento das “Obrigações de Tempo de Iniciação”.
3) GRUPO DOS MAIS GRADUADOS (KOTAS)
Este é o grupo das pessoas que possuem 7 ou mais anos de iniciados e que estão com suas “Obrigações” em dia. Nele podemos encontrar pessoas que têm ou não cargos assumidos dentro da comunidade candomblecista, ou seja, os Tatas Kimbanda, os Tatas Kambondo, as Nenguas, as Makotas e todas as suas derivações.

Como podemos constatar no dia-a-dia de nossas casas, todo essa malha hierárquica sacerdotal demanda responsabilidades individuais e coletivas, períodos de adaptação e ensinamentos, deveres, obrigações e regalias estratificadas que, por conseqüências, trazem em seus bojos, os costumes e posturas peculiares a cada posição assumida. Assim, com o objetivo de podermos fazer um comentário prática, podemos adotar, de forma didática e apenas para exemplificação, algumas posturas e costumes:
- Nossa religião não possui um “Livro Sagrado”, a exemplo de outras religiões e seitas. Tem por característica a transmissão dos ensinamentos através da prática e oralidade. Esta particularidade demonstra não haver um modelo de avaliação para aqueles que receberam os ensinamentos. Dependerá única e exclusivamente de cada um de nós o tempo para retermos as informações que nos forem dadas. Sem contar que somos conhecedores que o fator dedicação, interesse e confiabilidade são extremamente importantes para que possamos receber mais ou menos informações, haja vista que nossos rituais e fundamentos são considerados iniciáticos e secretos. Assim, podemos constatar, mais uma vez, que a condição postural é muito necessária para aqueles que desejam galgar posições hierarquicamente superiores em nossas comunidades.
- Se fizermos uma análise do período que compreende desde a condição de neófito, passando pelas fases que vão desde a iniciação até se completar o período de sete anos desta, podemos verificar que este serve para o aprendizado sobre quem são os Minkisi, suas danças e cantigas, suas lendas. Serve, ainda, para o aprendizado acerca das obrigações, deveres e responsabilidades que fazem parte do conjunto de tarefas de cada ano de iniciação. Serve para se aprender os significados sobre os diversos espaços físicos e sacralizados de uma Casa-de-Santo. Serve para aprimorar os conhecimentos sobre a genealogia da Raiz a que pertence e suas principais autoridades e dignidades. Serve para se conhecer melhor as formas e posturas assumidas no trato de nossos Minkisi e dignidades do candomblé em seus respectivos postos. Serve para o aprofundamento do conhecimento de nossos dialetos e rezas. Desta forma, vemos, mais uma vez, a importância da hierarquia e a prática constante dos costumes e posturas a serem assumidas em cada ocasião e de forma eterna.
- Uma outra demonstração de que os costumes, práticas, posturas e hierarquia se fazem presentes e necessárias em todas as instituições iniciáticas a exemplo do que é o candomblé, é a consideração que se faz ao tempo de iniciação e as “Obrigações Pagas” em seus respectivos tempos. É só observar a maneira de como nossas “Rodas” são compostas em dias de “Toque”, ou seja, os mais velhos na roda ou rodas de dentro e os mais novos na roda ou rodas de fora, obedecendo aos tempos de iniciação. Quer dizer que um munzenza com um ano de iniciado tem suas obrigações, deveres, prerrogativas, formas de se vestir e usar paramentos, forma de se dirigir às pessoas mais novas e mais velhas, como um munzenza de um ano de iniciado e assim por diante, valendo a mesma regra para os que tem 2, 3, 4, 5, 6, 7 ou mais anos de iniciação.

Cabe ressaltar que um iniciado com 30 anos de iniciado, por exemplo, mas que só tenha “pago” sua “Obrigação de Três Anos”, suas obrigações, deveres, prerrogativas, formas de se vestir e usar paramentos, forma de se dirigir às pessoas mais novas e mais velhas, deverá ser de um munzenza com três anos de iniciado, mesmo tendo trinta de “feitura”. Este costume é muito comum, pelo menos nas Raízes mais antigas e mais bem organizadas, independentemente da Nação a que pertença.
- Também na prática diária de nossas Casas-de-Santo, vemos o quanto é importante à hierarquia sacerdotal, quando observamos a divisão das tarefas na administração das “Roças”, quer sejam elas domésticas ou rituais, tais como trabalhos de cozinha, limpezas do espaço físico, arrumação e separação de animais, cuidados com a indumentária própria e dos Minkisi, etc. Vemos como tônica que um Kota que não soube ou aprendeu as tarefas e costumes de Munzenza, nunca será um “Bom Mais Velho”. O que podemos observar que o mais afoitos e que queimam etapas de sua trajetória religiosa, acabam se frustrando como Kotas ou alijados de alguns processos dentro de suas próprias casas, ou não sendo reconhecidos, verdadeiramente, nas comunidades co-irmãs e, convenhamos que é muito desagradável e desabonador que um munzenza fique isolado ou não seja respeitado convenientemente em virtude de seu comportamento ou por estar desalinhado com os costumes e posturas pertinentes ao seu tempo de iniciado. Isto não descredibiliza somente a ele, mas a religião como um todo.
Ainda dentro da linha de exemplificação, muitos outros assuntos poderão ser levantados dentro da proposta lançada por mim para a reflexão e debate dos irmãos e que também fazem parte deste tema central. Senão vejamos:
a) CHEGADA NA CASA-DE-SANTO
Parece-me de bom costume que o filho-de-santo, independentemente do seu tempo de iniciado, entre na “Roça” e fique em local reservado para “Esfriar o Corpo” (exemplo: uns 15 a 20 minutos) e bebendo um pouco de água fresca. Logo depois, tomar o seu banho de asseio, seguido de banho litúrgico (variável de casa para casa) e, depois, colocar a roupa litúrgica específica para ocasião e dentro dos costumes pertinentes ao sua idade de iniciado.
Banho tomado e roupa trocada, cumprimentar ritualisticamente aos Minkisi da Casa e os locais de “Firmeza”. Feito isso, iniciam-se os cumprimentos às dignidades presentes, começando pelas mais antigas de iniciação até os de sua idade. Terminado, os mais novos do que aquele que chegou, vão cumprimentá-lo. Cabe lembrar que os cumprimentos aos mais velhos deve iniciar pelo Zelador/Zeladora da Casa.
Os cumprimentos deverão ser em conformidade com os nossos rituais, ou seja, em posição de “debulé” ou “dobale”, batendo makó, beijando a mão e solicitando que o mais velho nos abençoe na forma dialética da nossa Raiz. Atenta-se para o detalhe que não se cumprimenta seus familiares religiosos ou dignidades de outras Raízes de pé ou com a cabeça alta. Isto só é aceitável em condições igualitárias da hierarquia sacerdotal, ou seja, ndumbe com ndumbe, Munzenza com Munzenza com o mesmo tempo de iniciação e todos os tipos de Kota, com ou sem cargo, com o mesmo tempo de iniciação.
Lembrem-se que tomar a benção a um mais velho não é somente uma obrigação, mas UM DIREITO ADQUIRIDO por todos que fazem parte de uma Casa-de-Santo. O direito que temos de receber de uma pessoa mais velha de iniciação, que nos abençoe naquele momento.

b) PRESENÇA JUNTO AOS MAIS VELHOS

Não se passa entre duas pessoas mais velhas, por exemplo, quando estão conversando, sem que antes se peça licença de forma ritualística e de acordo com os costume da Raiz a que pertença, sempre de cabeça inclinada, num gesto de respeito (NÃO SUBMISSÃO).
Não se senta em condição de igualdade e na mesma altura que pessoas mais velhas de iniciação, a não ser em condições de excepcionalíssima necessidade e com a devida permissão. Lembre-se que a CADEIRA é um mobiliário que faz parte das tradições e hierarquia de nossas comunidades. Por mais presunção que seja de minha parte, o contrário também vale, ou seja, um mais velho se juntar aos mais novos de forma contumaz e corriqueira. Isso o estimulará a não compreender o que é hierarquia e quando ele estiver com o mesmo tempo de iniciação que o seu, não se sentirá prestigiado quando o mesmo acontecer com ele. Isso não é ser pedante nem ter humildade, mas saber mostrar ao mais novos, ESPONTANEAMENTE, COM EDUCAÇÃO e SIMPLICIDADE a importância de ser mais velho e que hierarquia é para ser praticada. Sentar-se à mesa com o Zelador/Zeladora, desnecessário detalhar que somente aqueles que possuem “Cargo” (e confirmados) e as dignidades que o Zelador/Zeladora convidar.
O gesto de servir alimentos e bebidas é privilégio e obrigação das filhas-de-santo que são iniciadas para Minkisi considerados como energias femininas. Munzenzas do sexo masculino, porém com Nkisi “feminino” não serve nos almoços, jantares, cafés da manhã, somente munzenzas do sexo feminino, iniciadas para Nkisi de “energia feminina”. Aos iniciados do sexo masculino deverão estar destinados os trabalhos mais pesados, com, por exemplo, as faxinas do caramanchão e terreno da Roça, a limpeza dos quartos-de-santo e todas as tarefas que necessitem de força mais bruta.
É de boa prática que copos de bebidas (água, refrigerantes, café, etc.) sejam servidos aos mais velhos ou visitantes ilustres, com um prato ou bandeja sob a base do copo, caneca, xícara, etc.
Fumar na presença de mais velhos e visitantes é terminantemente proibido. Apor cinzeiros sobre as cadeiras dos mais velhos ou dos Minkisi é ato de falta gravíssima. Dentro dos “quartos sacralizados”, entendo que não merece nem comentários a respeito.
Em dia de festividades e no momento de distribuição dos alimentos, é de bom tom que se dê preferência a que os visitantes sejam primeiramente servidos, principalmente aqueles que se destacam como dignidades comprovadas, em retribuição a honra que eles nos fizeram pelas suas presenças.
O uso de bebidas alcoólicas dentro de uma Casa-de-Santo, quer seja em dia de festividades ou não, se for utilizada, deverá ser com o máximo de moderação. Lembrar que aqueles que estão de “obrigação”, assim como os nossos Minkisi merecem o máximo de nosso respeito e, com toda certeza, bebida alcoólica não faz um bom par com Nkisi.
Se não solicitado, um irmão mais novo não tira e nem faz conclusões e nem dá opiniões em roda de irmãos mais velhos. Quantos de nós já não presenciamos ou vivenciamos situações constrangedoras a esse respeito e, em algumas ocasiões, com pessoas que não fazem parte de nossas casas?
c) IDUMENTÁRIA, ADEREÇOS, SÍMBOLOS E OBJETOS SAGRADOS.
A indumentária religiosa é um dos fatores que fazem a distinção e mostram a posição hierárquica assumida por uma pessoa dentro da Casa-de-Santo, de acordo com as tradições. Essa distinção é feita tanto em nosso país como em terras africanas. No Brasil, por questões culturais e que também foram absorvidas pelos costumes europeus, tomaram características diferentes daquelas do continente africano, mas, mesmo assim, formaram um modelo que diferenciam desde o Ndumbe até a mais alta dignidade de sua Casa.
Roupas limpas e bem passadas, são condições indiscutíveis em qualquer condição da hierarquia sacerdotal. Os homens devem estar trajados de “Roupa de Ração”, ou seja, calças amarradas com cadarço e camisas com mangas (podendo ser camiseta). Algumas casas dão preferência ao tecido do tipo morim, fustão e cretone, variando de casa para casa. O uso deste tipo de vestimenta deverá ser destinado para os rituais internos. O uso de bermudas e “shorts” não fazem parte de nossos rituais. O uso de batas deve ser destinado aos que possuem 7 ou mais anos de iniciação e com suas “Obrigações” em dia e correspondente a esta idade.
O uso de roupas coloridas não é proibitivo aos iniciados com menos de 7 anos, porém deve obedecer aos critérios da Casa que, normalmente liberam este tipo de estamparia em dias de festividades, dependendo de que tipo é este comemoração. A cor branca sempre é bem aceita em qualquer tipo de ocasião e ritual.
Quanto às mulheres, JAMAIS DEVEM USAR CALÇAS COMPRIDAS dentro da Casa-de-Santo. Os cauçolões devem estar sob as saias.
Uma Ndumbe deve usar poucas anáguas. À medida que é iniciada e vai ganhando tempo de iniciada, o número de anáguas vai aumentando.
O uso de chinelos deverá ser após ter completado e pago a “Obrigação de Três Anos”. As Kotas poderão usar sapatos com saltos e maquiagem, porém a discrição, o bom senso e o bom gosto, combinados, não fazem mal algum para escolha destes complementos, pelo contrário, tornam harmoniosa a imagem da pessoa.
O pano-de-cabeça é obrigatório para os filhos-de-santo do sexo feminino, independentemente se for de Santo Masculino ou Santo Feminino. Em conjunto com o pano-de-cabeça, indispensável o uso do pano-da-costa, que deverá estar com um laço em forma de borboleta para as iniciadas de Santo Feminino e em forma de gravata para as iniciadas de Santo Masculino.
Aos iniciados com mais de 7 anos e com “Obrigação” paga, será permitido o uso de brincos (do tipo: argolas, búzios, corais, monjolos, dependendo do Nkisi para que foi iniciada), da mesma forma a permissão para o uso de pulseiras e braceletes.
As filhas-de-santo que têm permissão para usarem a Bata, deverão estar com seus panos-da-costa colocados na altura do peito ou arrumados na altura da cintura, porém, nunca em forma de faixa enrolada na cintura, pois não é o costume certo e nem elegante para a vestimenta. A quem defenda, em casas mais antigas e tradicionais que o pano-da-costa deverá estar sobre o peito ou na cintura, quando da participação da filha-de-santo em trabalhos ritualísticos. Caso contrário, em dias de festividades, o pano-da-costa deverá estar sobre o ombro direito, caindo para frente e para trás. O pano-da-costa é uma peça do vestuário feminino indispensável para qualquer ocasião que se esteja na Roça-de-Santo ou em visita a uma outra Casa. Talvez seja ele e o pano-de-cabeça sejam as peças mais tradicionais da indumentária feminina em nossos candomblés, oriundo de terras africanas, enquanto o camisu e as anáguas fazem parte do legado dos costumes europeus.
A dixisa, tanto utilizada em nossas casas jamais devem ser arrastadas pelo chão. Sobre ela não se fuma e nem se bebe bebida alcoólica. Elas fazem parte do conjunto de objetos sagrados de nosso culto. Os membros da casa do sexo feminino devem carregar as esteiras debaixo do braço e os de sexo masculino devem carregá-las sobre o ombro. As mulheres iniciadas para Minkisi de “energia feminina” é que devem esticar as esteiras para o dobale de seus irmãos do sexo masculino. Somente em último caso que as mulheres de “santo masculino” estendem as esteiras para os seus irmãos realizarem o dobale.
Às filhas-de-santo é proibido utilizarem os atabaques para tocarem ou mesmo removê-los de seus locais. Da mesma forma a regra serve para outros instrumentos do tipo gã (ganzá), berimbau, reco-reco, xequerê, maracá e outros. Esta atividade é destinada aos Kambondos, confirmados para este fim.
Todos os filhos da Casa, independentemente do tempo de iniciado, ao passarem na frente das cadeiras dedicadas aos Minkisi, atabaques ou pessoas mais velhas, devem fazê-lo abaixando o corpo.
A formação da roda de filhos-de-santo que estarão dançando para os Minkisi deve seguir a hierarquia dos anos de iniciação e postos ocupados na Roça. Não devemos esquecer que a dança também faz parte dos nossos rituais e louvação aos nossos ancestrais, numa forma de reverenciá-los e reviver suas passagens por nossas terras. Sair da roda sem um motivo justificado denota uma falta de respeito e pouco caso com os nossos deuses.
Bem meus irmãos, acho que me empolguei demasiadamente a respeito deste assunto e me tornei prolixo, para o que peço desculpas pela extensão do texto aqui apresentado. Sei também que poderia continuar apontando outros pontos mais que por si só justificariam a necessidade de continuarmos mantendo e sustentando a defesa de que a postura e os costumes ensinados pelos nossos mais velhos e que hoje estamos abandonando em nome de uma igualdade inexistente, fazem parte das tradições afro-brasileiras e só enriquecem os nossos cultos, ao contrário de muitos de irmãos nossos que pelo Brasil afora estão confundindo educação e tradição com anarquia.
Finalmente, há que se chamar à atenção para que os mais velhos sempre tenham em mente que a hierarquia sacerdotal serve para diferenciar os tempos de iniciação, mas que jamais deverão servir aos propósitos da humilhação de seus irmãos mais novos. Que a hierarquia, posturas e costumes servem para ser utilizados entre os componentes de uma comunidade e nunca de nós para com os nossos Minkisi. Para estes, seremos sempre munzenzas, e que bom que seja assim, pois desta forma seremos sempre agraciados por suas dádivas, orientações e ensinamento".

terça-feira, 15 de novembro de 2016

OLOKUN

Por Alessandra de Osun/SP

OLOKUN, orixá de grande importância, ainda pouco conhecido no Brasil, porém muito difundido e cultuado na Nigéria.
As crenças, em geral, são fundamentadas em algo original ou histórico; na África existem inúmeras. Diz-se que OLODUMARÉ vagava pelo espaço, quando somente havia pedras e fogo. Em função do vapor produzido pelas chamas, grande quantidade de nuvens se acumulou no espaço, precipitando sob a forma de chuva. Onde o fogo havia queimado mais, o terreno ficou mais profundo, dando origem aos grandes oceanos que cercam a terra. Neste momento, nascem todas as YEMANJÁS do mar, desde OCUTÉ até OLOKUN, que é a mais alta representação dos orixás, depois de ODUDUWA.
Quando o mundo se formou, existia maior quantidade de água do que de terra e, por isso, OLOKUN ocupa o segundo lugar no panteão yorubá. Esta divindade, também, é conhecida pelo nome de AAGANA-EKUN IJÁ MOAJÉ, que significa “a profundidade dos oceanos, mãe dos peixes e dos caracóis do mundo”. Ninguém sabe o que há no fundo do mar, isto é tratado no signo Iroso Meji (4-4 Meji), um dos signos do meridilogun; daí vindo a reza: OMI TUTO, ONA TUTO, TUTO ILÊ, TUTO ARIKU BABAWA (água fresca em minha vida, água fresca em minha casa, água fresca para todos os espíritos bons desta vida).
Com OLOKUN vivem dois espíritos: SAMUGAGAWA, que simboliza a vida e ACARO, que simboliza a morte. Ambos estão representados nas ferramentas de OLOKUN.
Este orixá não fala diretamente por sua boca, mas se comunica através de YEMANJÁ, já que esta foi o primeiro caminho que veio à terra e que, também, se denominou YEMBÓ. Gostaria de chamar-lhes a atenção quando digo “caminho de orixá”, pois muitos interpretam mal o que isto significa. Por exemplo, YEMANJÁ possui oito caminhos: primeiro YEMBÓ, segundo OLOKUN, terceiro MAYELEWÓ, quarto ASHABÁ, quinto OCUTÉ, sexto OCOTÓ, sétimo IBU-ARU e oitavo IBU AYEE. Estes caminhos estão representados nos sete mares que rodeiam a terra e nas sete reencarnações deste orixá em sua trajetória. Tudo isto está explicado em um patakin do signo Iroso Ogbe (4-8).
Existe a tradição de assentar OLOKUN para todos aqueles que irão fazer YEMANJÁ. OLOKUN só se assenta, ou seja, não se faz na cabeça de ninguém; aos filhos de OLOKUN se faz YEMANJÁ. Também, se assenta OLOKUN a qualquer pessoa que seja feita, não importando o santo, porém deve possuir assentamento de ESÚ. Os signos (4-7), (7-4), (4-3), (3-4), (7-7) e (1-4) tratam desta questão. Caso uma pessoa tenha algum impedimento para o feitura do santo, também, assentamos OLOKUN para esta, com o objetivo de garantir sua saúde e, particularmente, para protegê-la de doenças graves, até que seja possível a feitura do santo, porém, antes, ESÚ deve ser assentado.

MAIS:

LENDA DE OLOKUN

Como Olokun se torna a Rainha das Águas
Olokun, senhora das águas, consulta Ifá, numa época em que suas águas não eram bastantes para que alguém nelas lavasse o rosto. Se alguém recolhesse água em seu leito, recolheria, também, areia. Porque ela estava pobre de água.
Olossá, senhora da lagoa, consulta Ifá, numa época em que suas águas não eram bastantes para que alguém nelas, lavasse os pés. Se alguém quisesse com elas lavar os pés, sujar-se-ia de lama e areia. Pois havia, na lagoa, muito pouca água.
Olokun e Ôlossá foram, ambas, aos pés de Orunmilá rogar-lhe examinar os seus casos. Poderiam elas tornar-se as maiores do mundo?
Orunmilá respondeu que se elas pudessem fazer as oferendas que ele escolhera para elas, suas vidas seriam um sucesso. Ele disse que Olokun deveria oferecer duzentas cobertas pretas, duzentas cobertas brancas, um carneiro e vinte e seis mil búzios da costa. Depois ele recomendou a Olossá que fizesse o mesmo. Olokun fez as oferendas. Ela empregou tudo o que possuía. Ela chegou a empregar-se, como serva, para completar as oferendas.
Olossá fez também as oferendas com tudo o que possuía. Mas suas oferendas não foram completas, porque ela não encontrou onde se empregar.
Oxum, o rio, elegante senhora do pente de coral, consultou Ifá no dia em que ia conduzir todos os rios.
Os rios não sabiam em que direcção seguir.
Eles correriam para a frente ou para trás?
E haviam pedido o conselho de Oxum.
Ifá respondeu: "Tu, Oxum, vais a um certo lugar e, neste lugar, serás muito bem recebida. Os outros rios te seguirão. Nenhum outro poderá proceder-te em nenhum lugar onde estejas presente."
Oxum reuniu todos os rios, e os rios seguiram todos juntos. Quando chegaram à beira da Lagoa (osa) eles a cobriram completamente, quando deixaram a lagoa, eles cobriram completamente o mar (okun). Foi colocada a questão quem seria a rainha das águas.
Olokun declarou: "O território onde vocês se encontram é meu!"
Eles discutiam aqui e ali. Olodumaré manifestou-se então: "A que possui o território é a rainha!"
Olokun foi por direito a rainha. Olossá disse aos rios que se retirassem das suas terras, mas os rios não encontraram saída por onde passar. Assim, Olossá foi eleita segunda pessoa de Olokun. A cada ano, todos os rios vêm adorá-la.
Foi assim que Olokun e Olossá se tornaram populares na Terra e famosas no mundo dos Deuses

LENDA DE ERINLÉ

LENDA DE ERINLÉ

Orunmilá consultou Ifá, antes de deixar Ifé, para ir a um país de vales.Os adivinhos lhe disseram:"Neste país de vales, onde pretendes ir, encontrarás um bom amigo.Deves fazer oferendas antes de partir, para que tua viagem seja feliz."Orunmilá fez as oferendas. Ele ofereceu quatro pombos e oito mil búzios da costa.Quando ele chegou lá, quando Orunmilá chegou naquele país de vales, ele tornou-se amigo de Erinlê.Erinlê é um caçador.Erinlê é também um guerreiro. Erinlê é, além de tudo, um orixá. Esta amizade foi grande. Erinlê tomou dinheiro emprestado a Orunmilá. O montante deste empréstimo foi de doze mil búzios. Quando chegou a hora de Orunmilá retornar à casa de Ifé, Erinlê teria de reembolsar o empréstimo.Mas ele não tinha dinheiro. Ele sentiu vergonha e foi consultar Ifá. "Onde poderei encontrar este dinheiro?" Os adivinhos lhe aconselharam a oferecer um carneiro, um galo e um cachorro. Disseram-lhe, ainda, que deveria oferecer vinte e um sacos de búzios da costa.Erinlê exclamou: "Ah! Já devo doze mil búzios! Onde poderei encontrar todas estas coisas?" Erinlê tinha um talismã na mãos. A qualquer momento ele poderia, graças a este talismã, transformar-se em água. Quando ele assim o desejasse. Erinlê foi, então, ao lugar onde costumava caçar. Pôs o talismã no chão e entrou terra adentro. Neste lugar havia uma jarra com água. Seus filhos o procuraram durante muito tempo. Eles foram consultar Orunmilá para que ele examinasse o caso. Orunmilá lhes disse: "Façam oferendas para encontrar vosso pai. Talvez não o vereis mais, Mas encontrarão um sinal dele." Disse-lhes, ainda, Que oferecessem sete cachorros, sete carneiros, sete galos e Vinte e um sacos de búzios da costa. Os filhos de Erinlê fizeram as oferendas. Orunmilá lhes dissera, também, que deveriam irCom os carneiros, os cães e os galos, chamar pelo pai. E eles foram. Percorreram todos os lugares onde Erinlê costumava ir. Quando chegaram ao local onde Erinlê entrara terra adentro, Encontraram seus instrumentos de caça: Fuzil, lança, arco e flechas. Todo o material que ele usava para caçar. E, bem no meio disso tudo, eles viram a jarra com água. Esta água começou a escorrer.Esta água era abundante. Os filhos saudaram o pai assim: "Oh! Erinlê, o caçador, retorne à casa! Nós oferecemos carneiro, cachorro e galos!" E chamaram Erinlê, sem descanso. Quando eles ofereceram estas coisas, o rio os seguiu no caminho de casa. Erinlê lhes disse para deixar os galos livres, no lugar onde os encontraram. Os galos que naquele dia eles deixaram livres, são os galos que Erinlê cria perto de seu rio, até hoje. Ninguém ousa mata-los. Certa vez, pessoas ignorantes mataram alguns. Mas os galos ressuscitavam sempre. Dede que o prato estivesse pronto, Os galos saltavam da tigela, Batiam novamente suas asas – Puf! Puf! Puf! E iam empoleirar-se numa árvore Akô, Cantando de novo seu cocoricô!No mesmo momento em que Erinlê, o rio, se pôs a correr, Oxum preparava-se para partir da cidade de Ijumu. Ela também se pôs a correr. E eles se encontraram perto de Edé. Ali onde se encontraram, o leito destes rios é suave – eles estão felizes. E o curso de ambos tornou-se um mesmo. Juntos, eles correm para a lagoa.

FONTE: SITE DE BUSCA.

ORIXÁ AJÊ XALUGÁ

Orixá Ajê Xalugá
Ajê Xalugá é o orixá da prosperidade, nasce por um caminho do odu Obará. Este caminho conta que Ajê morava no fundo do mar, onde era a esposa principal de Olokum, mas muito negligenciada por ele. Daí, quando sua filha Oxum foi viver com Xangô em terra firme, ela pediu para ser levada com eles.

Olokum enciumado, invadiu a terra para reaver sua mulher, mas Obatalá levantou sua espada e o expulsou para as profundezas de onde veio, para não causar maiores estragos. Essa é uma versão iorubá do relato do dilúvio. A Riqueza passou então a existir na terra, através de Oxum e Xangô. Ajê é assentada junto a esses dois orixás, representada por um búzio gigante que não pode ser comprado no mercado, apenas achado, ganho, ou mesmo surrupiado de alguém (!)para ser morada legítima de Ajê. A tradição iorubá conta que o som escutado na concha de Ajê não é o do mar, como dizemos no Ocidente, mas o do burburinho de um mercado.

Por existirem búzios "machos" e "fêmeas" pelo seu formato, se estabeleceu que Ajê também pode ser macho e fêmea. Este Ajê macho é mais relacionado à Ossaim e Exu, pois conta outra história que Ajê distribuía riquezas indiscriminadamente a todos, e que ninguém procurava Ossaim, o grande mágico para mais nada, pois Ajê supria as necessidades de todos igualmente. Ossaim, invejoso, então enguliu Ajê, que desapareceu da terra. As pessoas recorreram à Orumilá, pois não suportavam viver sob o fardo da necessidade. E Ifá enviou Exu com uma oferenda para Ossaim, que se constituía de milho bem cozido e temperado, mas misturado com lascas de axá (fumo de rôlo). Ossaim, guloso, comeu a refeição inteira oferecida achando que era um sinal de reconhecimento das pessoas em relação à sua importância, mas o axá é um emético muito forte, e fez com que Ossaim vomitasse, vomitasse e vomitasse até reaver Ajê. Só que Ajê já havia sido digerido e retornou em forma de miniaturas de Ajê (ouô eió, os búzios), que Exu passou a controlar, e assim nasceu o dinheiro, que é distribuído desigualmente entre as pessoas.
SAUDAÇÃO: Ocum iá!
ALIMENTOS PREFERIDOS: Arroz cru com mel.
TABUS: Carneiro e galo.
DOMÍNIOS: Riqueza, saúde. marés e paixões.
SÍMBOLOS: Concha e abano (abebé).
ELEMENTOS: Água.
CORES: Verde-água, azul-claro e prata.
DIA: Sábado.
Ajê Xalugá é uma divindade feminina do mar, é uma orixá dona das riquezas que existem no fundo do oceano, riquezas maiores do que da terra inteira, domina as marés, o subir e descer das águas marinhas. Ajê Xalugá é dona da saúde, ela leva e traz as doenças, sendo assim ligada á Omolu, é conhecida por trazer riquezas queando agradada. Ajê Xalugá se apaixona fácil, seu caráter solitário e amável, ao contrário de sua irmã mais velha, Iemanjá, Ajê não leva homens ao fundo do mar para morrer, por que seu amado assim morreu, por isso quando Ajê se apaixona ela traz riquezas ao amado.

É uma das 9 filhas de Olocum (qualidade de Iemanjá no Brasil), a mais velha é Iemanjá a mais nova Ajê Xalugá. Ajê Xalugá dominava as marés, e cegava os homens coma a brilhante espuma que vinha sobre ela. Olocum então, lhe deu um segredo. “Oque fizeste aos outros acontecerá contigo”, Ajê se sentiu muito poderosa, agora era detentora de um segredo, pois Ajê entendeu o segredo depois dese cegar também.

Ajê e Iemanjá sempre andam juntas, cavalgando as duas as ondas do mar, Ajê já teve seu culto muito difundido na África, tanto que os muçulmanos a chamavam Anabi, aquela que traz riquezas aos homens, hoje seu culto é raro, restando apenas em Cuba. Ajê Xalugá é no Brasil, tida em alguns lugares como face de Oxumarê, por tanto, são dois deuses ligados pelo envolvimento com a riqueza, um do mar, outro da terra, atualmente seu culto vem lentamentesendo reconstruído aqui.

Ajê Xalugá é tida por alguns, por um orixá masculino, por outros como uma deus meio macho, meio fêmea, mas o que se sabe é que Ajê é uma orixá feminina, dona de aspectos indispensáveis para os seres humanos; saúde, riqueza e paixões. Ajê possui um doce tem,peramento, é o arquétipo da menina sonhadora e que protege, a qualquer custo o seus amados.

Ajê Xalugá
é uma divindade feminina do mar, é uma orixá dona das riquezas que existem no fundo do oceano, riquezas maiores do que da terra inteira, domina as marés, o subir e descer das águas marinhas.
Ajê Xalugá é dona da saúde, ela leva e traz as doenças, sendo assim ligada á Omolu, é conhecida por trazer riquezas queando agradada.
Ajê Xalugá se apaixona fácil, seu caráter solitário e amável, ao contrário de sua irmã mais velha, Iemanjá, Ajê não leva homens ao fundo do mar para morrer, por que seu amado assim morreu, por isso quando Ajê se apaixona ela traz riquezas ao amado. Ajê sefundo o mito é uma das 9 filhas de Olocum (qualidade de Iemanjá no Brasil), a mais velha é Iemanjá a mais nova Ajê Xalugá.
Ajê Xalugá dominava as marés, e cegava os homens coma a brilhante espuma que vinha sobre ela. Olocum então, lhe deu um segredo. “Oque fizeste aos outros acontecerá contigo”, Ajê se sentiu muito poderosa, agora era detentora de um segredo, pois Ajê entendeu o segredo depois dese cegar também.

Ajê e Iemanjá sempre andam juntas, cavalgando as duas as ondas do mar, Ajê já teve seu culto muito difundido na África, tanto que os muçulmanos a chamavam Anabi, aquela que traz riquezas aos homens, hoje seu culto é raro, restando apenas em Cuba.
Ajê Xalugá é no Brasil, tida em alguns lugares como face de Oxumarê, por tanto, são dois deuses ligados pelo envolvimento com a riqueza, um do mar, outro da terra, atualmente seu culto vem lentamentesendo reconstruído aqui. Ajê Xalugá é tida por alguns, por um orixá masculino, por outros como uma deus meio macho, meio fêmea, mas o que se sabe é que Ajê é uma orixá feminina, dona de aspectos indispensáveis para os seres humanos; saúde, riqueza e paixões. Ajê possui um doce tem,peramento, é o arquétipo da menina sonhadora e que protege, a qualquer custo o seus amados.
Ajê Xalugá é o orixá da prosperidade, nasce por um caminho do odu Obará. Este caminho conta que Ajê morava no fundo do mar, onde era a esposa principal de Olokum, mas muito negligenciada por ele. Daí, quando sua filha Oxum foi viver com Xangô em terra firme, ela pediu para ser levada com eles. Olokum enciumado, invadiu a terra para reaver sua mulher, mas Obatalá levantou sua espada e o expulsou para as profundezas de onde veio, para não causar maiores estragos.

Essa é uma versão iorubá do relato do dilúvio. A Riqueza passou então a existir na terra, através de Oxum e Xangô. Ajê é assentada junto a esses dois orixás, representada por um búzio gigante que não pode ser comprado no mercado, apenas achado, ganho, ou mesmo surrupiado de alguém (!)para ser morada legítima de Ajê.
A tradição iorubá conta que o som escutado na concha de Ajê não é o do mar, como dizemos no Ocidente, mas o do burburinho de um mercado. Por existirem búzios "machos" e "fêmeas" pelo seu formato, se estabeleceu que Ajê também pode ser macho e fêmea. Este Ajê macho é mais relacionado à Ossaim e Exu, pois conta outra história que Ajê distribuía riquezas indiscriminadamente a todos, e que ninguém procurava Ossaim, o grande mágico para mais nada, pois Ajê supria as necessidades de todos igualmente.
Ossaim, invejoso, então enguliu Ajê, que desapareceu da terra. As pessoas recorreram à Orumilá, pois não suportavam viver sob o fardo da necessidade.

E Ifá enviou Exu com uma oferenda para Ossaim, que se constituía de milho bem cozido e temperado, mas misturado com lascas de axá (fumo de rôlo). Ossaim, guloso, comeu a refeição inteira oferecida achando que era um sinal de reconhecimento das pessoas em relação à sua importância, mas o axá é um emético muito forte, e fez com que Ossaim vomitasse, vomitasse e vomitasse até reaver Ajê.
Só que Ajê já havia sido digerido e retornou em forma de miniaturas de Ajê (ouô eió, os búzios), que Exu passou a controlar, e assim nasceu o dinheiro, que é distribuído desigualmente entre as pessoas. Ajê Xalugá é o orixá da prosperidade, nasce por um caminho do odu Obará.
Este caminho conta que Ajê morava no fundo do mar, onde era a esposa principal de Olokum, mas muito negligenciada por ele. Daí, quando sua filha Oxum foi viver com Xangô em terra firme, ela pediu para ser levada com eles.

Ewé Òrìsà Ajé Salugá – Ervas do Orixa Ajê Xalugá.
Erva de lagarto
Orelha de elefante
Erva da fortuna
Erva folha da riqueza

Ajè Salungá ou Ajê Xalungá é a irmã mais nova de Yemanjá e uma das nove filhas de Olokun, o dono do oceanao.

Olokun dividiu o segredo do oceano em nove partes e entregou a cada uma de suas filhas uma parte desse segredo, sendo que nenhuma delas detinha todo o conhecimento, apenas Olokun e Olorun (Deus Supremo) poderiam deter total conhecimento, Então Olokún deu a Ajè Salungá o conhecimento das Marés do mar e a Yemanjá o poder das águas mais profundas do Oceano.

Ajè Salungá é bela e muito poderosa, se apresentava muitas das vezes como a espuma que cobria as ondas do mar.

Ajê Xalugá cega os homens e também perde a visão:

Ajê Xalugá é a irmã mais nova de Iyemoja. Ambas são as filhas prediletas de Olokun. Quando a imensidão das águas foi criada, Olokun dividiu os mares com suas filhas e cada uma reinou numa diferente região do oceano. Ajê Xalugá ganhou o poder sobre as marés. Eram nove as filhas de Olokun e por isso se diz que são nove as Iyemojas. Dizem que Iyemoja é a mais velha Olokun e que Ajê Xalugá é a Olokun caçula, mas de fato ambas são irmãs apenas. Olokun deu às suas filhas os mares e também todo o segredo que há neles. Mas nenhuma delas conhece os segredos todos, que são os segredos de Olokun. Ajê Xalugá era, porém, menina muito curiosa e sempre ia bisbilhotar em todos os mares. Quando Olokun saía para o mundo, Ajê Xalugá fazia subir a maré e ia atrás cavalgando sobre as ondas. Ia disfarçada sobre as ondas, na forma de espuma borbulhante. Tão intenso e atrativo era tal brilho que às vezes cegava as pessoas que olhavam. Um dia Olokun disse à sua filha caçula:

“O que dás para os outros tu também terás, serás vista pelos outros como te mostrares.

Este será o teu segredo, mas sabe que qualquer segredo é sempre perigoso”.

Na próxima vez que Ajê Xalugá saiu nas ondas, acompanhando, disfarçada, as andanças de Olokun, seu brilho era ainda bem maior, porque maior era seu orgulho, agora detentora do segredo.

Muitos homens e mulheres olhavam admirados o brilho intenso das ondas do mar e cada um com o brilho ficou cego.

Sim, o seu poder cegava os homens e as mulheres.

Mas quando Ajê Xalugá também perdeu a visão, ela entendeu o sentido do segredo.

Iyemoja está sempre com ela, Quando sai para passear nas ondas.

Ela é a irmã mais nova de Iyemoja.

Aje Shalugá eu Aje Xalugá cega os homens e também perde a visão Aje Xalugá é a irmã mais nova de Iyemoja. Ambos são os filhos predilectos de Olokun. Quando a imensidão das águas foi criada, Olokun dividiu os mares com seus filhos e cada uma reinou em uma região diferente do oceano. Aje Xalugá ganhou o poder sobre as marés. Os filhos de Olokun eram nove e, portanto, eles dizem que são nove Iyemoja. Dizem que Iyemoja é o mais antigo e Olokun que Aje Xalugá é o mais jovem Olokun, mas na verdade ambos são irmãs apenas. Olokun também deu a seus filhos os mares e todo o segredo que tem neles. Mas nenhum deles conhece os segredos todos, que são os segredos de Olokun. Aje Xalugá foi, porém, menina muito curiosa e sempre ia bisbilhotar em todos os mares. Quando Olokun deixou para o mundo, a AJE Xalugá fez subir a maré e ia atrás cavalgando sobre as ondas. Ela foi disfarçado sobre as ondas, no forma de espuma de bolhas. Tão intensa e encantadora era tal brilho que às vezes cega as pessoas a quem eles olharam. Um dia Olokun disse que sua filha caçula: "O que você dá para os outros, você também vai ter, você vai ser visto pelos outros como a revelar. Este será o seu segredo, mas sabe que qualquer segredo é sempre perigoso ". Na próxima vez que Aje Xalugá deixado nas ondas, acompanhando, disfarçada, as aventuras de Olokun, Seu brilho era ainda bem maior , porque maior era seu orgulho, agora detentora do segredo. Muitos homens e mulheres olharam admirados o brilho intenso das ondas do mar e cada um com o brilho era cego. Sim, o seu poder cega os homens e as mulheres. Mas quando Aje Xalugá também perdeu a visão, ela entendeu o sentido do segredo. Iyemoja está sempre com ela, quando ela sai para passear nas ondas. Ela é a irmã mais nova de Iyemoja. Iton extraída de "Mitologia dos Orixás ", de Reginaldo Prandi II Quando se encontraram no céu perto de Mawu, o caramujo Aje é chamado Aina e era do sexo feminino. Naquela época, Fa Ayedogun passou por sérias dificuldades financeiras e, por ser muito pobre, ele não foi convidado a participar de qualquer partido ou uma reunião social. Aina, acabado de nascer, era muito feio. Sua aparência terrível fez com que todos os impediu sua empresa e ninguém aceitou ter ela em casa. Depois de ser rejeitado em todas as casas, Aina bateu na porta de Fa Ayidogun, que, apesar do estado de miséria em que se encontrava, recebeu a menina. Uma bela noite, Aina acordou Fa, anunciando que estava pronto para vomitar. O anfitrião apresentou uma tigela de vomitado, mas ela se opunha. Uma cabaça foi trazida e também recusada e depois, uma jarra foi . objeto de nova recusa Fá perguntou então, o que poderia fazer para ajudá-la e Aina disse: "No lugar de onde eu venho, usamos a vomitar todos os dias, em da sala. chumbo para o quarto, Aina começou a vomitar todos os tipos de pedras preciosas, branco, azul, vermelho, verde, etc Naquele momento, um marabu que passava, penetrou na casa de Fá e perguntou por Aina. " Ela está no quarto ataque, por uma crise de vômito. ". Fá respondeu O estrangeiro foi ver o que está acontecendo e quando pagar com Aina pedras preciosas vômitos, ele disse: "Ha! Nós não sabíamos os poderes de Aina, hoje revelados "Disposto a servi-la, ele colocou o nome de Anabi ou Ainayi, que em iorubá quer dizer: Aina vomita, Aina deu . toda a riqueza a Fá Ayidogun O Muslen, após este , fizeram de Aina uma divindade, conhecida entre eles, como Anabi. (Este Itan descreve a lenda do surgimento do Orixá Aje Shaluga, no Alafia Odu) Ire O Babá efun Dàiyé

Surgimento do Orixá Ajé Salugá

Quando se encontrava no céu perto de Mawu, o caramujo Aje se chamava Aina e era do sexo feminino.

Naquela época, Fa Ayedogun passava por sérias dificuldades financeiras e, por ser muito pobre, não era convidado a participar de qualquer festa ou reunião social. Aina, recém nascida, era muito feia. Sua aparência terrível fazia com que todos evitassem sua companhia e ninguém aceitava tê-la em casa.

Depois de ser rejeitada em todas as casas, Aina bateu na porta de Fa Ayidogun, que apesar do estado de miséria em que se encontrava, acolheu a menina. Uma bela noite, Aina acordou Fa, anunciando que estava prestes a vomitar. O hospedeiro apresentou-lhe uma tigela para que vomitasse, mas ela recusou-se. Uma cabaça foi trazida e também recusada e depois, uma jarra foi objeto de nova recusa.

Fá perguntou então, o que poderia fazer para ajudá-la e Aina disse: "Lá no lugar de onde venho, costuma-se vomitar todos os dias, no quarto. Conduzida ao quarto, Aina começou a vomitar todos os tipos de pedras preciosas, brancas, azuis, vermelhas, verdes, etc. Naquele momento, um marabu que passava, penetrou na casa de Fá e perguntou por Aina. "Ela está no quarto, acometida por uma crise de vômitos." Respondeu Fá.

O estrangeiro foi ver o que se passava e ao deparar com Aina vomitando pedras preciosas, exclamou: "Ha! Nós não conhecíamos os poderes de Aina, hoje revelados!" Disposto a serví-la, colocou-lhe o nome de Anabi ou Ainayi, que em Yoruba quer dizer: Aina vomita, Aina deu toda riqueza a Fá Ayidogun. Os muçulmanos, depois disto, fizeram de Aina uma divindade, conhecida entre eles, como Anabi.

DEUSA DA PROSPERIDADE!
Ajê Xalugá é o orixá da prosperidade, nasce por um caminho do odu Obará. Este caminho conta que Ajê morava no fundo do mar, onde era a esposa principal de Olokum, mas muito negligenciada por ele. Daí, quando sua filha Oxum foi viver com Xangô em terra firme, ela pediu para ser levada com eles.

Ajê Xalugá é o orixá da prosperidade, nasce por um caminho do odu Obará.
Este caminho conta que Ajê morava no fundo do mar, onde era a esposa
principal de Olokum, mas muito negligenciada por ele. Daí, quando sua filha
Oxum foi viver com Xangô em terra firme, ela pediu para ser levada com eles.
Olokum enciumado, invadiu a terra para reaver sua mulher, mas Obatalá
levantou sua espada e o expulsou para as profundezas de onde veio, para não
causar maiores estragos. Essa é uma versão iorubá do relato do dilúvio. A
Riqueza passou então a existir na terra, através de Oxum e Xangô. Ajê é assentada junto a esses dois orixás,
representada por um búzio gigante que
não pode ser comprado no mercado, apenas achado, ganho, ou mesmo surrupiado de alguém (!)para ser morada legítima de Ajê. A tradição iorubá conta que o som escutado na concha de Ajê não é o do mar, como dizemos no Ocidente, mas o do burburinho de um mercado.
Por existirem búzios "machos" e "fêmeas" pelo seu formato, se estabeleceu que Ajê também pode ser macho e fêmea. Este Ajê macho é mais relacionado à Ossian e Exu, pois conta outra história que Ajê distribuía riquezas
indiscriminadamente a todos, e que ninguém procurava Ossaim, o grande mágico para mais nada, pois Ajê supria as
necessidades de todos igualmente. Ossaim, invejoso, então enguliu Ajê, que desapareceu da terra. As pessoas recorreram à Orumilá, pois não suportavam viver sob o fardo da necessidade. E Ifá enviou Exu com uma oferenda para Ossaim, que se constituía de milho bem cozido e temperado,
mas misturado com lascas de axá (fumo de rôlo). Ossaim, guloso, comeu a refeição inteira oferecida achando que era um sinal de reconhecimento das pessoas em relação à sua importância, mas o axá é um emético muito forte, e
fez com que Ossaim vomitasse, vomitasse e vomitasse até reaver Ajê. Só que Ajê já havia sido digerido e
retornou em forma de miniaturas de Ajê (ouô eió, os búzios), que Exu passou a controlar, e assim nasceu o dinheiro, que é distribuído desigualmente entre as pessoas.

Ajê Xalugá cega os homens e também perde a visão

Ajê Xalugá é a irmã mais nova de Iemanjá.
Ambas são as filhas prediletas de Olocum.
Quando a imensidão das águas foi criada,
Olocum dividiu os mares com suas filhas
e cada uma reinou numa diferente região do oceano.
Ajê Xalugá ganhou o poder sobre as marés.
Eram nove as filhas de Olocum
e por isso se diz que são nove as Iemanjá.
Dizem que Iemanjá é a mais velha Olocum
e que Ajê Xalugá é a Olocum caçula,
mas de fatos ambas são irmãs apenas.
Olocum deu às suas filhas os mares
e também todo segredo que há neles.
Mas nenhuma delas conhece os segredos todos,
que são os segredos de Olocum.
Ajê Xalugá era, porém, menina muito curiosa
e sempre ia bisbilhotar em todos os mares.
Quando Olocum saía para o mundo,
Ajê Xalugá fazia subir a maré
e ia atrás cavalgando sobre as ondas.
Ia disfarçada sobre as onas,
na forma de espuma borbulhante
que brilhava ao sol tão intensamente.
Tão intenso e atrativo era tal brilho
que ás vezes cegava as pessoas que olhavam.
Um dia Olocum disse à sua filha caçula:
"O que dás para os outros tu também terás,
serás vista pelos outros como te mostrares.
Esse será o teu segredo, mas saiba
que qualquer segredo é sempre perigoso".
Na próxima vez que Ajê Xalugá saiu nas ondas,
acompanhando, disfarçada, as andanças de Olocum,
seu brilho era ainda bem maior,
porque maior era seu orgulho, agora detentora do segredo.
Muitos homens e mulheres
olhavam admirados o brilho intenso das ondas do mar
e cada um com o brilho ficou cego.
Sim, o seu poder cegava os homens e as mulheres.
Mas quando Ajê Xalugá também perdeu a visão, ela entendeu o sentido do segredo.
Iemanjá está sempre com ela,
quando sai para passear nas onas.
Elaé a irmã mais nova de Iemanjá.

Ajê Xalugá faz seu amado próspero e rico

Ajê Xalugá vive no fundo do oceano,
onde se senta num trono de coral,
num belo sítio no profundo chão do mar.
Toda a riqueza da terra não suplanta a riqueza do mar,
pois tudo o que há na terra é levado pro mar
e o que é próprio do mar na terra não existe.
Ali está Ajê Xalugá, entre algas e cardumes
e outras maravilhas do lugar.
Às vezes sai sobre as ondas,
seguindo Olocum em seus passeios.
Quando as ondas avançam muito praia adentro,
ela aproveita e desce à terra para distrair-se.
Foi assim que certa vez ela conheceu um homem do mercado,
um comerciante que vendia azeite-de-dendê,
e por ele logo se apaixonou.
O comerciante também desejou Xalugá
e pediu para com ela se casar.
Não podendo viver fora da água,
ela levou seu amado para o fundo do mar
e para sua tristeza ele se afogou, morreu.
Tempos depois, noutra onda, voltou Ajê Xalugá à terra firme
e foi uma vez visitar o mercado do lugar.
De novo conheceu um mercador e ambos se apaixonaram.
Não podendo dar-lhe amor, para não matá-lo,
antes de retornar a seu trono submarino,
ela o cobriu de riquezas,
fazendo dele o homem mais importante do mercado.
Há sempre prosperidade quando Ajê Xalugá
vem visitar os homens que trabalham nos mercados.
O mar é o mais rico tesouro existente
e tudo isso pertence à Ajê Xalugá.
Ajê Xalugá é a dona da riqueza.
É ela quem pode dar prosperidade ao homem.
E, do seu trono de coral na areia,
Ajê Xalugá ajuda quem precisa
e quem lhe oferece presentes no mar.

BRILHO NO MAR

Quando Olokun saía para o mundo, Ajê Xalugá fazia subir a maré e ia atrás cavalgando sobre as ondas.
Ia disfarçada sobre as ondas, na forma de espuma borbulhante.
Tão intenso e atrativo seu brilho que às vezes cegava as pessoas que olhavam.
Um dia Olokun disse à sua filha caçula: o que dás para os outros tu também terás, serás vista pelos outros como te mostrares.
Este será o teu segredo, mas sabe que qualquer segredo é sempre perigoso.

Na próxima vez que Ajê Salugá saiu nas ondas, acompanhando, disfarçada, as andanças de Olokun, seu brilho era ainda bem maior, porque maior era seu orgulho, agora detentora do segredo.
Muitos homens e mulheres olhavam admirados o brilho intenso das ondas do mar e cada um com o brilho ficou cego.
Sim, o seu poder cegava os homens e as mulheres.
Mas quando Ajê Salugá também perdeu a visão, ela entendeu o sentido do segredo.
Iemanjá está sempre com ela, quando sai para passear nas ondas.

CALMANTE SINISTRO

Uma lenda conta que Olokun e Olorum eram casados e criaram tudo.
Mas se separaram numa disputa de poder e viveram em guerra, separação do céu e da terra.
Certa vez, Olokun invadiu a Terra para destruir a humanidade e demonstrar seu poder.

Olorum salvou parte da humanidade lançando uma corrente para os homens subirem. Com essa mesma corrente, Olorum atou Olokun ao fundo do mar.
Olokum mandou uma gigantesca serpente marinha engolir a lua, mas Olorum disse que sacrificaria um humano por dia para acalmar a deusa. Assim, todo dia uma pessoa se afoga no mar.

CAMINHOS PARA A LIBERDADE

Iemanjá, grande orixá das águas, era filha de Olokun, o senhor dos oceanos.
Era possuidora de um grande instinto maternal, que fez dela mãe de dez filhos.
Embora casada, não tinha grande apego por seu marido. Às vezes, pensava em deixá-lo, mas ele era um homem muito importante e poderoso, e não permitiria tal desonra.
Iemanjá, também pensava no bem-estar de seus filhos, não podendo deixá-los desamparados.
Seu marido usava o poder com tirania, inclusive com sua família, tornando a vida dela insuportável.
Ela não agüentava mais se submeter aos caprichos de um homem que ela desprezava.
Ela procurou seu pai para aconselhar-se sobre a atitude que deveria tomar.
No fundo, ela já estava decidida a fugir, mas precisava de seu apoio.
Olokun não a recriminou, pois ela era uma soberana e, como tal, não poderia aceitar o jugo de ninguém.
Ele, então, deu à sua filha uma cabaça com encantamentos, para que ela usasse quando estivesse em perigo.
Iemanjá, colocou seu plano em prática, fugindo com todos os seus filhos.
Quando ela já estava bem longe de sua aldeia, viu que estava sendo perseguida pelo exército de seu marido. Pensou em enfrentá-los, mas eles eram muitos e seria uma luta desleal.
Iemanjá odeia os confrontos, pela destruição que causam, já que é um orixá propagador de vida.
Quando se sentiu acuada, resolveu abrir a cabaça e pedir socorro ao seu pai.
Do seu interior escoou um líquido escuro, que, ao tocar o chão, imediatamente formou um rio, que corria em direção ao oceano.
Foi nessas águas que Iemanjá, e seu povo encontraram um caminho para a liberdade.

COMPLICAÇÃO EM CASA

Bará foi chamado ao reino de Olokun, senhor dos mares, para um trabalho que somente ele poderia realizar.
Ao chegar à sala do trono ficou encantado ao conhecer Iemanjá, a filha do rei, que andava pelo salão a procura de uma jóia que tinha perdido.
A beleza da moça era indescritível e Bará sentiu o ardor da paixão queimar-lhe o peito.
Saiu determinado a cumprir a missão e voltar o quanto antes para pedir a mão da princesa.
Nunca ele fora tão rápido no cumprimento de uma tarefa quanto naquela.
Em dois dias estava de volta apresentando as provas do sucesso da empreitada.
Olokun ficou contentíssimo e ofereceu ao rapaz grandes riquezas, mas este foi inflexível.
A ele somente interessava casar-se com Iemanjá.
O monarca ficou extremamente irritado com tamanha audácia e mandou que o colocassem para fora de seus domínios.
Bará jurou vingança.
Nunca ninguém o tinha tratado daquela forma e não engoliria a desfeita tão facilmente. Durante semanas nada mais fez a não ser arquitetar um plano para raptar a princesa.
Certa manhã, Iemanjá com um imenso séqüito, passeava pelas areias da praia, quando um imenso buraco se abriu a seus pés e a tragou para seu interior.
Foi tudo tão rápido que ninguém pode fazer nada.
A fenda se fechou como se ali nada jamais houvesse acontecido. Os escravos desesperaram-se, como contar ao rei o sucedido?
Certamente seriam mortos sem piedade. Não havia quem não conhecesse a fúria real. Pensando dessa forma todos fugiram e nunca mais apareceram para testemunhar o ocorrido.

Enquanto isso nas profundezas da terra Bará desvelava-se em carinho e atenção para ganhar o amor de Iemanjá.
Desesperado com o sumiço da filha o velho rei foi procurar um Babalaô que lhe contou exatamente o que tinha acontecido e o aconselhou a procurar por Iansã, jovem guerreira que nada temia e por sua rara beleza poderia granjear a simpatia de Bará.
Iansã foi chamada e prontificou-se a buscar a jovem. Providenciou uma oferenda a Ifá, pedindo proteção e força e partiu para o resgate.
Depois de muito andar sentiu sob os pés a quentura que denunciava a presença do seqüestrador.
Brandiu sua espada no ar, chamando os raios de seu domínio, e enfiou-a na terra com toda a força.
Uma cratera se formou e a guerreira foi descendo lentamente. Logo avistou a bela moça sentada a um canto chorando copiosamente, a seu lado Bará afagava-lhe os longos cabelos fazendo juras de amor eterno.
- Vim buscar a princesa! - Seu tom de voz não deixava dúvidas, viera disposta a tudo.
- Como ousa invadir meu reino e ainda por cima ditar-me ordens? - Bará gritava descontrolado.
- Minha princesa daqui não sai! - Apontou para os pés de Iansã e um circulo de fogo se formou em torno dela impedindo seu avanço.
- Não discutirei com você, peço a intercessão de Orunmilá, para cumprir a missão para a qual fui incumbida! Raios começaram a se espalhar por todo o espaço, uma ventania muito forte envolveu o corpo de Iansã, que assim chegou perto da moça que a tudo assistia perplexa.
Bará foi jogado contra uma parede atingido pela violência do vento.
Um redemoinho as envolveu transportando-as para o reino de Olokun.
O mar se abriu dando passagem para o pequeno tufão cavalgado por Iansã. Dos olhos do rei correram lágrimas de alegria e gratidão quando avistou em meio ao tormento o rosto da querida filha.
Iemanjá e Iansã tornaram-se amigas pela eternidade.

DIFERENÇAS

Olukun é, às vezes, representada por uma serpente gigante presa por Obatalá e, um dia, irá subir a terra e se mostrar aos homens.
Portanto, é a escuridão do mar, sombria, dona das ondas e a fúria do oceano, capaz de engolir a Terra.
Mas também tinha seu lado bondoso, Olokun que, vestida de branca, mandava mensagens de responsabilidade, pureza, respeito, honra e caráter, dançava majestosamente e lançava búzios de riqueza em forma de benção.

Em sua versão masculina, vestia-se de corais e cada perna era um rabo de peixe.
Com Olokun vivem dois espíritos: Samugagawa, vida e Acaró morte, ambos representados em suas ferramentas, às vezes, como lagartos.
Tem ligações com os Eguns, pois têm um papel crítico na morte, na vida e na transição de humanos e espíritos entre as duas existências.

DOR DA SEPARAÇÃO

Olokun proprietário do oceano é a divindade iorubá do mar.
Casada com Oduduwa, Olokun era triste e infeliz e se largou na escuridão ao se separar.
Pediu, então, para Olodumaré transformá-la em água.
O deus, que já vagava pelo mundo quando somente havia pedras e fogo, transformou o vapor das chamas vulcânicas em uma grande quantidade de nuvens que se precipitaram sob a forma de chuva: era Olokun, que ocupou os espaço da Terra e formou os oceanos.

Poderosa, tornou-se Rainha dos Iorubás. Dizia-se que morava no fundo do mar em um vasto palácio, e que tinha humanos e peixes como criados.

FILHA PREDILETA

Ajê Salugá é a irmã mais nova de Iemanjá.
Ambas são as filhas prediletas de Olokun.
Quando a imensidão das águas foi criada, Olokun dividiu os mares com suas filhas e cada uma reinou numa diferente região do oceano.
Ajê Salugá ganhou o poder sobre as marés.
Eram nove as filhas de Olokun e por isso se diz que são nove as Iemanjá.
Dizem que Iemanjá é a mais velha Olokun e que Ajê Salugá é a Olokun caçula, mas de fato ambas são irmãs apenas. Olokun deu às suas filhas os mares e também todo o segredo que há neles. Mas nenhuma delas conhece os segredos todos, que são os segredos de Olokun.

PRIMORDIOS

No principio do mundo, só reinava Olokun, a deusa do oceano avó de Olokun e bisavó de Iemanjá, e Olodumarê, o deus supremo estava aborrecido com tanta monotonia de só haver água cobrindo tudo, então ordenou a Oroina, o fogo universal, matéria de origem do sol, a lava vulcânica contida nas entranhas da terra, a fazer surgir com a força vital da existência que lhe deu Olodumarê a primeira colina do fundo do mar que cresceu em forma de um vulcão em erupção lançando lava que Oroina, com a ajuda de Oloke, Aganju, e Igbona, traziam das profundezas da terra e que eram resfriadas por Olokun.

RAINHA DAS ÁGUAS

Olokun, senhora das águas, consulta Ifá, numa época em que suas águas não eram bastantes para que alguém nelas lavasse o rosto.
Se alguém recolhesse água em seu leito, recolheria, também, areia.
Porque ela estava pobre de água.
Olossá, senhora da lagoa, consulta Ifá, numa época em que suas águas não eram bastantes para que alguém nelas, lavasse os pés.
Se alguém quisesse com elas lavar os pés, sujar-se-ia de lama e areia.
Pois havia, na lagoa, muito pouca água.
Olokun e Ôlossá foram, ambas, aos pés de Orunmilá rogar-lhe examinar os seus casos. Poderiam elas tornar-se as maiores do mundo?
Orunmilá respondeu que se elas pudessem fazer as oferendas que ele escolhera para elas, suas vidas seriam um sucesso.
Ele disse que Olokun deveria oferecer duzentas cobertas pretas, duzentas cobertas brancas, um carneiro e vinte e seis mil búzios da costa.
Depois ele recomendou a Olossá que fizesse o mesmo. Olokun fez as oferendas. Ela empregou tudo o que possuía. Ela chegou a empregar-se, como serva, para completar as oferendas.
Olossá fez também as oferendas com tudo o que possuía. Mas suas oferendas não foram completas, porque ela não encontrou onde se empregar.
Oxum, o rio, elegante senhora do pente de coral, consultou Ifá no dia em que ia conduzir todos os rios.
Os rios não sabiam em que direção seguir.
Eles correriam para a frente ou para trás?
E haviam pedido o conselho de Oxum.
Ifá respondeu: Tu, Oxum, vais a um certo lugar e, neste lugar, serás muito bem recebida. Os outros rios te seguirão. Nenhum outro poderá proceder-te em nenhum lugar onde estejas presente.
Oxum reuniu todos os rios, e os rios seguiram todos juntos.

Quando chegaram à beira da Lagoa eles a cobriram completamente, quando deixaram a lagoa, eles cobriram completamente o mar.
Foi colocada a questão quem seria a rainha das águas.
Olokun declarou:O território onde vocês se encontram é meu!
Eles discutiam aqui e ali. Olodumarê manifestou-se então: A que possui o território é a rainha!
Olokun foi por direito a rainha. Olossá disse aos rios que se retirassem das suas terras, mas os rios não encontraram saída por onde passar. Assim, Olossá foi eleita segunda pessoa de Olokun.
A cada ano, todos os rios vêm adorá-la.

VôMITO PRECIOSO

Aje se chamava Aina e era do sexo feminino.
Naquela época, Fa Ayedogun passava por sérias dificuldades financeiras e, por ser muito pobre, não era convidado a participar de qualquer festa ou reunião social.
Aina, recém nascida, era muito feia.
Sua aparência terrível fazia com que todos evitassem sua companhia e ninguém aceitava tê-la em casa. Depois de ser rejeitada em todas as casas, Aina bateu na porta de Fa Ayidogun, que apesar do estado de miséria em que se encontrava, acolheu a menina. Uma bela noite, Aina acordou Fa, anunciando que estava prestes a vomitar.
O hospedeiro apresentou-lhe uma tigela para que vomitasse, mas ela recusou-se.
Uma cabaça foi trazida e também recusada e depois, uma jarra foi objeto de nova recusa.
Fá perguntou então, o que poderia fazer para ajudá-la e Aina disse: Lá no lugar de onde venho, costuma-se vomitar todos os dias, no quarto. Conduzida ao quarto, Aina começou a vomitar todos os tipos de pedras preciosas, brancas, azuis, vermelhas, verdes, etc. Naquele momento, um marabu que passava, penetrou na casa de Fá e perguntou por Aina.
Ela está no quarto, acometida por uma crise de vômitos. Respondeu Fá.
O estrangeiro foi ver o que se passava e ao deparar com Aina vomitando pedras preciosas, exclamou:
Ha! Nós não conhecíamos os poderes de Aina, hoje revelados!
Disposto a serví-la, colocou-lhe o nome de Anabi ou Ainayi, que em Yoruba quer dizer: Aina vomita, Aina deu toda riqueza a Fá Ayidogun.

Ajê Salugá é a irmã mais nova de Yemoja. Ambas são as filhas prediletas de Olokun. Quando a imensidão das águas foi criada, Olokun dividiu os mares com suas filhas e cada uma reinou numa diferente região do oceano. Ajê Salugá ganhou o poder sobre as marés. Eram nove as filhas de Olokun e por isso se diz que são nove as Iyemojas.

Dizem que Iyemoja é a mais velha Olokun e que Ajê Salugá é a Olokun caçula, mas de fato ambas são irmãs apenas. Olokun deu às suas filhas os mares e também todo o segredo que há neles. Mas nenhuma delas conhece os segredos todos, que são os segredos de Olokun. Ajê Salugá era, porém, menina muito curiosa e sempre ia bisbilhotar em todos os mares. Quando Olokun saía para o mundo, Ajê Xalugá fazia subir a maré e ia atrás cavalgando sobre as ondas.

Ia disfarçada sobre as ondas, na forma de espuma borbulhante. Tão intenso e atrativo era tal brilho que às vezes cegava as pessoas que olhavam. Um dia Olokun disse à sua filha caçula: "O que dás para os outros tu também terás, serás vista pelos outros como te mostrares. Este será o teu segredo, mas sabe que qualquer segredo é sempre perigoso".

Na próxima vez que Ajê Salugá saiu nas ondas, acompanhando, disfarçada, as andanças de Olokun,Seu brilho era ainda bem maior, porque maior era seu orgulho, agora detentora do segredo.Muitos homens e mulheres olhavam admirados o brilho intenso das ondas do mar e cada um com o brilho ficou cego.Sim, o seu poder cegava os homens e as mulheres.
Mas quando Ajê Salugá também perdeu a visão, ela entendeu o sentido do segredo.Iyemoja está sempre com ela, Quando sai para passear nas ondas. Ela é a irmã mais nova de Iyemoja. Nós não conhecíamos os poderes de Aina, hoje revelados!" Disposto a serví-la, colocou-lhe o nome de Anabi ou Ainayi, que em Yoruba quer dizer: Aina vomita, Aina deu toda riqueza a Fá Ayidogun.

Ajê Xalugá

Ajê Xalugá é o orixá da prosperidade, nasce por um caminho do odu Obará. Estecaminho conta que Ajê morava no fundo do mar, onde era a esposa principal deOlokum, mas muito negligenciada por ele. Daí, quando sua filha Oxum foi viver comXangô em terra firme, ela pediu para ser levada com eles.Olokum enciumado, invadiu a terra para reaver sua mulher, mas Obatalá levantou suaespada e o expulsou para as profundezas de onde veio, para não causar maioresestragos. Essa é uma versão iorubá do relato do dilúvio. A Riqueza passou então aexistir na terra, através de Oxum e Xangô. Ajê é assentada junto a esses dois orixás,representada por um búzio gigante que não pode ser comprado no mercado, apenasachado, ganho, ou mesmo surrupiado de alguém (!)para ser morada legítima de Ajê. Atradição iorubá conta que o som escutado na concha de Ajê não é o do mar, comodizemos no Ocidente, mas o do burburinho de um mercado.Por existirem búzios "machos" e "fêmeas" pelo seu formato, se estabeleceu que Ajêtambém pode ser macho e fêmea. Este Ajê macho é mais relacionado à Ossaim e Exu, pois conta outra história que Ajê distribuía riquezas indiscriminadamente a todos, e queninguém procurava Ossaim, o grande mágico para mais nada, pois Ajê supria asnecessidades de todos igualmente. Ossaim, invejoso, então enguliu Ajê, quedesapareceu da terra. As pessoas recorreram à Orumilá, pois não suportavam viver sobo fardo da necessidade. E Ifá enviou Exu com uma oferenda para Ossaim, que seconstituía de milho bem cozido e temperado, mas misturado com lascas de axá (fumo derôlo). Ossaim, guloso, comeu a refeição inteira oferecida achando que era um sinal dereconhecimento das pessoas em relação à sua importância, mas o axá é um eméticomuito forte, e fez com que Ossaim vomitasse, vomitasse e vomitasse até reaver Ajê. Sóque Ajê já havia sido digerido e retornou em forma de miniaturas de Ajê (ouô eió, os búzios), que Exu passou a controlar, e assim nasceu o dinheiro, que é distribuídodesigualmente entre as pessoas.

Adivinhação Ifá é composto por canções de louvor, elogio ou a recitação de poemas os atributos ea realização de uma divindade iorubá - Orunmila. . Orunmila nasceu em Ile-Ife, na unidade da cidade, chamada Oke-Itase, que até agora é o local de peregrinação anual para os adoradores de Ifá. Entre seus contemporâneos foi a Olofin um velho monarca, que era o Sr. Ife Orunmila e seu amigo íntimo. Orunmila Ifa e é sinônimo de ser os principais divindades dos povos iorubás, que é amplamente conhecido e altamente favorecido. O nome de Ifá, originalmente se referia aos instrumentos de adivinhação desta divindade, enquanto Orunmila era o seu nome pessoal. A divina atributos Orunmila este é expresso em um dos sub-Ejiogbe odu como se segue:
Orunmila Eleri-IPIN
Olodumare Ibikeji
Aje-Ju oogun
Obiriti Iku dá um POJO,
Oluwa milha-i-ba jaiye,
Gold-jigbo Abiku,
Oluwa me ajiki,
Gbaiye Ogege a-arma,
Odudu você emere originais NDU,
A - ko sunwon tun original que você faz
A - MO - i-ku
Oluwa aiyere
Agiri, ile-ilogbon
Oluwa me amorimotan
tradução dos versos, como segue:
"Orunmila, testemunhar o destino
Segundo a Olodumare (Deus)
Você é muito mais eficaz do que a medicina,
Você órbita imensa que evita o dia da morte,
Meu Senhor, o Todo-Poderoso para salvar
Espírito misterioso que lutou morte
Para você primeiro cumprimentá-lo pela manhã.
Você equilíbrio de poder no mundo que se encaixa
Você é o único com o esforço é
Para reconstruir a criatura de um monte de mau
Reparação de má sorte
Quem sabe você se torna imortal
Perfeito na casa da sabedoria
"Senhor! Conhecimento infinito!
Oh, se pudéssemos, mas sei te todo;
Tudo vai ficar bem com a gente. "
Embora referindo-se a todos os atributos acima, argumenta que Orunmila era um lingüista que tinha comando de várias línguas e foi o mais sábio homem enviado por Olodumaré para criar um sistema de desenvolvimento aberto e altamente acréscimo de conhecimento sobre a terra. Através de seu vasto conhecimento e sabedoria, que projetou o sistema de adivinhação para saber, explicar e predizer os acontecimentos nos mundos físico e social. O sistema de adivinhação consiste em um grupo de instrumentos, uma técnica de usá-los, e um grande corpo de pensamentos não escritas, idéias, conceitos e proposições, que contêm declarações de princípios ou leis utilizados para ordenar, explicar e prever fenômenos.

Estes instrumentos de adivinhação foram dadas aos oito crianças que mais tarde chamados ele após seu desespero após a ascensão ao céu Orunmila. Ele exortou-os a usar técnicas de adivinhação quando você quiser saber os seus desejos ou os de outras divindades. Assim, Orunmila é substituída aqui na terra com os frutos da palmeira dezesseis chamados Ikin e desde então os frutos da palmeira sagrados dezesseis ele se tornou o instrumento de adivinhação Ifa, de acordo com um informante-chave em Ibadan. O conceito de Ifá pode, portanto, ser considerado um ponto de vista dos símbolos verbais para um conjunto contável de experiências sobre os iorubas no sudoeste da Nigéria. Nessas referências, que são explicitamente removidos em adivinhação Ifa através do qual a construção do conhecimento e idéias como o conhecimento indígena numeroso médica. É uma consciência baseada no conhecimento automatizado de Ifá.
Ifa Corpus (ODU) está disponível em muitos odu. Cerca de 1680 sub-Odu. E os sacerdotes de Ifá tem de memorizar e reter grandes volumes destes Odu, que não estão escritas. Embora seja um ditado comum entre os babalawo que nenhum sacerdote que pode dominar tudo Odu, no entanto, o modo de transmissão e da recitação do Odu Ifa sacerdote, destacando a capacidade auditiva segurando entre os iorubás. O ato de corpo docente altamente desenvolvida da mente das pessoas é usado para manter uma vasta biblioteca de conhecimento não-escrita de vários tipos e escopo. Esta ação é usada pelos sacerdotes de Ifá para adquirir e armazenar os sistemas de conhecimento não escritas codificados em Odu Ifá. Não surpreendentemente, a formação de sacerdotes de Ifá é uma escrita pré-escolar, em outras palavras.
Uma declaração de um sacerdote de Ifá que "nem Ifa Opon ou Opele imoran, Ao-da de-moo, ou você Oriki Babalawo eh", traduzida como significado: bandeja de adivinhação (Opon) é Ifá, enquanto o Opele (fusão cadeia) é o conhecimento de questões, Ao-você-está-moo é o nome dado ao sacerdote de Ifá. A palavra mo Tise AO na sua componente de análise é uma questão literária declaração retórica é, como se chegou a conhecer. Ou como agir a fim de saber? Para isso, os sacerdotes de Ifá conduzem adivinhação Ifa são filósofos, epistemólogos e metodólogos. Isto implica que os sacerdotes de Ifá sempre certo em uma profissão que tenta descobrir a pergunta - como sabemos? Isso é central para a filosofia e ciência.
Assim, o filosófico e científico maquiagem contadores Ifa, a posição efetivamente como profissionais de saúde através da adivinhação, eles eram principalmente interessado em prosseguir a descoberta e aplicação de conhecimento válido de curar as doenças ou problemas de saúde. Neste sentido sacerdotes de Ifá / adivinhos são botânicos e cientistas de saúde que dedicam seu tempo a estudar a natureza biológica e espiritual de plantas, animais e ervas, e produzi-los em efetivos ervas medicinais, que eles e outros Terapeutas

Ajê Xalugá é o orixá da prosperidade, nasce por um caminho do odu Obará. Este caminho conta que Ajê morava no fundo do mar, onde era a esposa principal de Olokum, mas muito negligenciada por ele. Daí, quando sua filha Oxum foi viver com Xangô em terra firme, ela pediu para ser levada com eles.

Olokum enciumado, invadiu a terra para reaver sua mulher, mas Obatalá levantou sua espada e o expulsou para as profundezas de onde veio, para não causar maiores estragos. Essa é uma versão iorubá do relato do dilúvio. A Riqueza passou então a existir na terra, através de Oxum e Xangô. Ajê é assentada junto a esses dois orixás, representada por um búzio gigante que não pode ser comprado no mercado, apenas achado, ganho, ou mesmo surrupiado de alguém (!)para ser morada legítima de Ajê. A tradição iorubá conta que o som escutado na concha de Ajê não é o do mar, como dizemos no Ocidente, mas o do burburinho de um mercado.

Por existirem búzios "machos" e "fêmeas" pelo seu formato, se estabeleceu que Ajê também pode ser macho e fêmea. Este Ajê macho é mais relacionado à Ossaim e Exu, pois conta outra história que Ajê distribuía riquezas indiscriminadamente a todos, e que ninguém procurava Ossaim, o grande mágico para mais nada, pois Ajê supria as necessidades de todos igualmente. Ossaim, invejoso, então enguliu Ajê, que desapareceu da terra. As pessoas recorreram à Orumilá, pois não suportavam viver sob o fardo da necessidade. E Ifá enviou Exu com uma oferenda para Ossaim, que se constituía de milho bem cozido e temperado, mas misturado com lascas de axá (fumo de rôlo). Ossaim, guloso, comeu a refeição inteira oferecida achando que era um sinal de reconhecimento das pessoas em relação à sua importância, mas o axá é um emético muito forte, e fez com que Ossaim vomitasse, vomitasse e vomitasse até reaver Ajê. Só que Ajê já havia sido digerido e retornou em forma de miniaturas de Ajê (ouô eió, os búzios), que Exu passou a controlar, e assim nasceu o dinheiro, que é distribuído desigualmente entre as pessoas.

Lembrando apenas que é um culto praticamente inexistente no Brasil.

Foto site de busca .
fonte: https://www.facebook.com/babaorixaaxeketurodolfotixango/posts/146123748859891

sábado, 12 de novembro de 2016

culto de ifá

"Ifa diz:
A crítica negativa, só leva a insatisfação. Para evitar fofocas é aconselhável desconsiderar os comentários externos e raivosos." (OgbeBara)

No odu Ogbe Obara nasceu um dos valores fundamentais que permite os seres humanos interagem e vivem juntos: o respeito e o reconhecimento são as considerações que alguém tem um valor em si e definir como reciprocidade, respeito e reconhecimento mútuo, quando referindo-se a questões morais e éticas.

O respeito assim como honestidade e responsabilidade são valores fundamentais para permitir relações de convivência e comunicação eficaz entre as pessoas como elas são, um pré-requisito para o surgimento de confiança nas comunidades sociais.

O respeito é visto como a essência fundamental da tradição iorubá, transferindo-se em todos os aspectos, se na auto-estima, com os idosos, com as crianças, no trabalho, com as mulheres, colegas e até mesmo a própria vida. Para um ser humano poder ter uma existência pacífica e próspera deve ter o respeito como "um dos seus valores fundamentais."

Ciente de nosso comportamento e ser claro com nós mesmos é a chave para o sucesso. Estamos constantemente a reclamar, atraindo miséria e rejeição, criando ao ambiente os desconfortos, que são na sequência a falta de iniciativa que a pessoa tem para mudar sua situação. Quando você reclama e critica, leva ao atraso e à insatisfação, sendo as atitudes negativas criadas, afastando-se para as pessoas próximas.

Por isso que fá aconselha excluir todos os comentários que não têm propósito positivo, mesmo quando os outros tentam nos provocar. Temos que manter o Iwa Pelé (bom caráter) e uma boa atitude em todos os momentos.

Aceitação é importante no meio que vivemos.
E aconselha o indivíduo a ser feliz com suas conquistas, e que a inveja e a ganância é muito marcado neste Odu. Essa atitude negativa "de/para", só vai incorrer em dívidas que não serão capazes de pagar.

Orunmila disse que Ogbebara dá muita atenção aos assuntos dos outros, e por querer tanto ajudar acaba sendo abusado, ofendido e mal interpretado.

"Somos uma civilização de mimados que não é capaz de escutar nenhuma crítica sem achar que é uma questão de ofensa pessoal.
Quando a gente descobre que o sol não tá nem aí, que as estrelas não brilham só pra nós e que o mar não existe para que a gente nade nele, nasce uma sensação de desespero que chamamos de ressentimento.
Ressentimento é você achar que todos deveriam te amar mais do que amam, que todo mundo deveria reconhecer em você grandes valores que você não tem.
Quando não há respeito, você não pode falar nada que todo mundo se ofende.(Namur Gopalla)

É sempre mais valioso ter o respeito à admiração do povo"
(Jean Jacques Rousseau)

"Que não importe o tempo que passe
Nem o caminho que trilhes
Nem as pessoas que cruzarão tua estrada.
Que tua essência não se abale.
Que tua alma permaneça em paz
E teus valores se mantenham firmes".

"O respeito é um dos alicerces sobre o qual repousa a ética e a moral em qualquer campo e em qualquer momento."

Ifa-Orunmila é mais que uma filosofia de vida, é um realinho com seu destino.

Pratique o com respeito!

Ifa gbe wa ooo

Iyanifa Fademilade Ajobi Agboola