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sábado, 3 de novembro de 2018

QUAL ORIXA QUE MOLDOU OS SERES HUMANOS?

Do grande Mestre Luiz Antônio Simas:
‘Oxalá moldou os humanos a partir de um barro primordial; para isso pediu a autorização de Nanã, a venerável senhora que tomava conta da lama. Os seres humanos, depois de moldados, recebiam o emi - sopro da vida - e vinham para a terra. Aqui viviam, amavam, geravam novos seres, plantavam, colhiam, se divertiam e cultuavam as divindades.Aconteceu, porém, que o barro do qual Oxalá moldava os humanos foi acabando. Em breve não haveria a matéria primordial para que novos seres humanos fossem feitos.
Ciente do dilema da criação, Olodumare convocou os Orixás para que eles apresentassem uma alternativa para o caso. Como ninguém apresentasse uma solução, e diante do risco da interrupção do processo de criação, Olodumare determinou que se estabelecesse um ciclo. Depois de certo tempo vivendo no Ayê, os humanos deveriam ser desfeitos, retornando à matéria original, para que novos homens pudessem, com parte da matéria restituída, ser moldados.
Resolvido o dilema, restava saber de quem seria a função de tirar dos homens e mulheres o sopro da vida e conduzi-los de volta ao todo primordial - tarefa necessária para que outros viessem ao mundo.
Vários Orixás argumentaram que seria difícil reconduzir os humanos ao barro original, privando-os do convívio com a família, os amigos e a comunidade. Foi então que Iku, até ali calado, ofereceu-se para cumprir o designo de Olodumare, que por isso o abençoou. A partir daquele momento, Iku tornava-se imprescindível para que se mantivesse o ciclo da criação.
Desde então Iku vem todos os dias ao Ayê para escolher os homens e mulheres que devem ser reconduzidos ao Orum. Seus corpos devem ser desfeitos e o sopro vital retirado para que, com aquela matéria, outros possam ser feitos - condição imposta para a renovação da existência. Ao ver a restituição das pessoas ao barro, Nanã chora. Suas lágrimas amolecem a matéria-prima e facilitam a tarefa da moldagem de outros viventes.
A vida, desde então, não conhece limites.
Oriki de Nanã:

A morte
Na lama é a arte
de renovar a vida
Ilustração: Carybé: o mistério de Nanã.


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