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domingo, 13 de julho de 2008

O ESPAÇO SAGRADO Ataliba Fernando Costa*

A sacralização do espaço remonta, é certo, aos primórdios do aparecimento na Terra dos seres humanos modernos (Homo sapiens) isso na era Cenozóica, período quaternário.O Homem é considerado como uma das últimas espécies a surgir no planeta, e na sua curta trajetória sobre a superfície deste planeta apenas ele possui as ideais condições e capacidade para agir sobre o meio e manipular objetos, Aguiar ao dissertar sobre as capacidades humanas afirma que o Homem diferencia-se das demais espécies animais, visto que só o Homem é dotado de imaginação e inteligência simbólicas. Trataremos então a seguir de manipulações do Homem sobre o meio, e a sacralização não só do espaço, mas também do momento, de um certo momento que capturado e representado pode trazer presságios para um ato ou uma vida. Comentaremos sobre as mais antigas representações conhecidas, as gravadas nas paredes das cavernas, representações conhecidas como arte rupestre; além de muito estudadas em nossos dias, trazem algumas incógnitas que ainda não foram plenamente elucidadas. Uma delas, refere-se à dificuldade de precisar a idade desses desenhos. No entanto, alguns pesquisadores afirmam que desenhos como esses datam de períodos anteriores ao Neolítico.Relevando os problemas de exatidão da idade dessas representações, a arte rupestre prima por nos fornecer, como salienta Brézillon, "informações sobre a fauna e o gênero de vida das populações representadas". Estas formas primitivas de representação, feitas nas paredes das cavernas, usando de pigmentos extraídos da natureza e entalhes feitos com ferramentas de pedra, como muitos pesquisadores como Brézillon, Hauser, Garcia, Motes e outros puderam observar, não tinham nenhuma intenção ornamental estética, e sim um caráter místico, onde as imagens ali presentes representavam, para o Homem pré-histórico, amuletos; presságios positivos em suas empreitadas, uma vez que se encontram em salas ocultas, de difícil acesso; nunca em lugares expostos à apreciação, como mostra Hauser. Sobre todo el hecho de que las pinturas estén a menudo completamente escondidas en rincones inaccesibles y totalmente oscuros de las cavernas, en los que hubieram podido de ninguna manera ser una "decoración. Tambien habla contra semejante explicación el hecho de su superposición a la manera de los palimpsestos, superposición que destruye de antemano toda función decorativa; esta superposición no era, sin embargo, necesaria, pues el pintor disponía de espacio suficiente. El amontonamiento de una figura sobre outra indica claramente que las pinturas no eran creadas com la inteción de proporcionar a los ojos un goce estético, sino persiguiendo un propósito en el que lo más importante era que as pinturas estuviesen situadas en ciertas cavernas y en ciertas partes específicas de las cavernas, indudablemente en determinados lugares considerados como especialmente convenientes para la magia. De posse destas afirmações exemplificadas podemos então, concluir que poderiam ser estes ambientes os primeiros templos, lugares sacralizados, que manipulados pelo homem estavam prenhes de magia e energia possibilitadora de presságios positivos. Ainda buscando subsídios nas informações de Hauser, podemos também dizer que se o templo, ou seja, locais onde tais imagens eram impressas, o local representado também continha a energia sagrada, um local sacro santo. Ainda citando Hauser, quando este disserta sobre os autores das tais pinturas rupestres podemos apreender que os executores dessas obras deveriam possuir além das posições de caçador e até mesmo de geógrafo o título de sacerdote, aquele eu distinguia e prendia mentalmente todas as particularidades de um lugar para assim pender no templo de seu clã toda a mítica do lugar. l pintor paleolítico era cazador y debia, como tal, ser um buen observador; debía conocer los animales y sus características, sus habituales paradas y sus emigraciones a través de las más leves huellas y rastros; debía tener una vista aguda para distinguir semejanzas y diferencias. Com essas informações podemos concluir que as representações primitivas são parte das conquistas do Homem, que lenta e gradativamente foi se intelectualizando e criando condições de agir sobre o meio, evoluindo, conseqüentemente, na forma de representar o espaço à sua volta. Os desenhos impressos pelo Homem primitivo, são representações do espaço no qual ele age, e, como não poderia deixar de ser, está cheio de elementos emocionais, um espaço relacionado com as necessidades e interesses do Homem pré-histórico. Dizer que as câmaras das cavernas utilizadas pelo homem como templo, seria o primeiro templo seria um pouco incoerente uma vez que o divino, o sagrado estava, na realidade do outro lado daquelas paredes de pedra. Concluímos sim, que tais câmaras eram na realidade a captura de espaços especiais que deviam ser transformados e sacralizados. Finalizando essa questão da sacralização do espaço podemos afirmar que a categoria Espaço, Paisagem e até mesmo Lugar (unidade elementar) servem como pano de fundo para as atividades humanas, portanto o profano e o sagrado coexistem, e quem transforma e dá caráter profano ou sagrado a um ambiente é o homem que o manipula ao se bel prazer. Citando HARVEY, quando este fala das classificações do espaço, este escreve: O espaço não é nem absoluto, relativo ou relacional em si mesmo, mas pode tornar-se em um ou em outro, dependendo das circunstâncias. O problema da correta conceituação do espaço é resolvido através da prática humana em relação a ele. Em outras palavras, não há respostas filosóficas para questões filosóficas que surgem sobre natureza do espaço. As respostas estão na prática humana.


* Ataliba Fernando Costa é Geógrafo, licenciado pela UFJF, com especialização em geografia e Gestão do território – em curso.AGUIAR, V. T. B. Atlas Geográfico Escolar. Rio Claro: UNESP, 1996. Tese de Doutorado. P. 95.É o que podemos chamar de arte ou escrita primitiva e indígena. São motivos geométricos representações zoomorfas e antropomorfas. BRÉZILLON, Michel. A Arte Rupestre Pós-glacial. IN: LEROI-GOURHA, A. et al.. Pré História. São Paulo: Pioneira/Edusp, 1981. P. 298-307.HAUSER, Arnold. História Social de la Literatura e la Arte .. p. 29.HARVEY, D. A Justiça Social e a Cidade. São Paulo: Hucitec, 1980, p. 5.

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