POR: Rosany ti Yémònjá
"KOSI EWÉ
KOSI OMI
KOSI ORISA"
SEM A ERVA
SEM ÁGUA
NÃO HÁ ORISÁ
Lavagem de cabeça com OMI ERÓ
As ervas constituem uma emanação de axé
natural e são representantes da cadeia vegetal. Sendo as ervas o
primeiro contato ritualístico e/ ou litúrgico, isso por si só,
explicaria sua real importância. As folhas são separadas por pares
opostos:gún (de excitação) Xèrò (de calma)
As ervas utilizadas nos rituais de iniciação, na maioria das casas de
ritual batuque, são classificadas como èro, corruptela de xèró, e, têm a
função de abrandar, apaziguar o orixá, e, ou, acalmar o iniciado.
Algumas casas optam por utilizar ervas gún que, servem para facilitar a
possessão e excitar o orixá, e, ainda assim e, por isso, utilizam
erroneamente o termo"lavar cabeça com mieró", "reforço de mieró".
ARIBIBÓ - ORI BÍBÒ
ORI = cabeça, coroa, alma orgânica, perecível, cuja sede é a cabeça -
pensamento, inteligência, sensibilidade. Ponto central da cabeça,
identificado como centro de captação e re-emissão de axé.
BÍBÒ = alimento, nutrição
Obrigação onde é feita a nutrição do Ori, reforço de cabeça.
Esta obrigação religiosa é feita na Nação Cabinda unicamente com
pombos, ẹiyẹlé. Sempre um casal, e, se atém somente a cabeça do
iniciado.¹
BORI - BORÍ - OBORÍ - O BORÍ
BORÍ - v.t. Literalmente alimentar a cabeça de alguém. Também é,
oferecer alimentos ao orixá que protege uma pessoa, para que este, uma
vez satisfeito, cumpra melhor sua função. Cerimônia de iniciação em que é
"feita a cabeça" do iniciado. É usado genericamente para se referir a
todo precesso de iniciação em suas varias etapas.
É nesta obrigação que a cabeça é realmente assentada. É a ligação
entre o indivíduo e seu orixá. Todos os rituais de feitura, todas suas
passagens, desde a iniciação, apóiam-se no culto à cabeça. Na
importância dada a mesma. Pois o Ori, é a parte mais importante de uma
pessoa. Aí é o ponto de intersecção onde se concentram as forças
sagradas e a possibilidade de realização pessoal.
O assentamento do Ori, propicia até mesmo que, em casos de necessidade,
na impossibilidade de a pessoa estar junto, seja possível fazer certas
obrigações para ajudá-la.
O assentamento de bọrí - ọri
O assentamento de ori, ocorre no Borí, e, é feito numa pequena vasilha
tipo mantegueira ou pote com tampa, como uma pequena compoteira, uma
moeda, búzios, uma mecha de cabelo, uma quartinha que, poderá ser
pintada na cor correspondente ao orixá da pessoa.² Nunca confunda o
assentamento de Bori, com o assentamento de orixá. Cada um é um. Tanto é
que, antigamente eram feitas obrigações distintas a um e a outro. Faz
algum tempo, os sacrifícios ao Ori e o sacrificio ao Olori, uniram-se a
partir do Bori, sendo realizados na mesma ocasião.
A obrigação de iniciação denominada de Borí pode ser de aves ou de
animais de quatro patas. O bori de aves pode ainda ser acrescido de
casal de galinhas de angola, patos, marrecos, gansos etc., conforme a
nação em que o orixá é cultuado. Neste caso diz-se que o bori é de meio
quatro pés.
¹Pode variar conforme a nação de iniciação, mesmo esta dertencendo ao ritual Batuque-RS.
²Referente a iniciação pelo Batuque -RS. Podendo variar o número de moedas e de búzios, dependendo da nação.
Assim fui iniciada e feita, assim aprendi e, assim pratico e ensino. Fiel a minha bacia e ao fundamento que me foi transmitido.
Rosany ti Yémònjá
Algumas fontes:
Augras, Monique, O Duplo e a Metamorfose - A Identidade Mítica em Comunidades Nagô. Ed. Vozes, Petrópolis, 1983
Cacciatore, Olga Gudolle, Dicionário de Cultos Afro-Brasileiros. Ed. Forense Universitária, RJ, 1977.
Cultos Afro-Brasileiros. Ed. Três, SP, 1985.
Jr., Eduardo Fonseca, Dicionário Yorubá (Nagô) - Português, Ed. Civilização Brasileira, RJ, 1993.
FONTE: SITE DE BUSCA IMAGEM.
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