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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Mediunidade no Candomblé

Todos nós adeptos do Candomblé ou de alguma outra religião de matriz africanas, pertencemos ao grande rol dos que se denominam ESPIRITUALISTAS.Nesse contexto, o que queremos aqui propor, é que não só no Espiritismo Kardecista ou na Umbanda o médiun está propondo uma edificação moral e uma evolução no caminho da sua espiritualidade.Também nós no Candomblé estamos diariamente trabalhando nossa mediunidade, isso inclui também aqueles que não entram em transe , como Ekejis, Ogáns, Olosayin entre outros (tais como aqueles que se denominam médiuns doutrinadores no Kardecismo e Cambonos na Umbanda).Todos nós formamos uma grande corrente da qual a espiritualidade faz uso para poder evoluir concomitantemente com nós outros.Ao yawó, muzenza ou vodunci, que pensa que candomblé é só ritual, está completamente enganado!As questões filosóficas do Candomblé estão presentes aí há milhares de anos, desde antes da chegada dos africanos na América.O Culto a Orunmila (Divindade e Senhor do Destino) talvez seja a que mais aprofunde, nos dias actuais,nesta questão.O culto a Orunmila propôe um profundo conhecimento em Itans (lendas /histórias) baseadas em narrativas de contos e cotidiano dos yorubás no grande continente negro há muito séculos.Muitas vezes essas narrativas e/ou contos versam sobre situações corriqueiras onde os animais (a hiena, o pombo, o antílope etc.) são os protagonistas.Sempre trazendo como pano de fundo uma visão moral de uma determinada situação, que sempre acaba por responder a uma questão por nós indagada.O conhecimento em Ifá (Oráculo divinatório e/ou Orunmila) corresponde ao crescimento moral e ético de cada ser humano, uma vez que essa deidade explica através de seus odus (caminhos kármicos ou dármicos) a missão de cada ser humano nessa existencia.Outro culto importantíssimo no candomblé é o culto ao Orí (Cabeça), sendo essa divindade a principal e primeira a ser cultuada pelos africanos (por ter sido ela quem nos trouxe ao mundo e portanto nos guiará sobre ele).O Orí determinará quais os irunmalés, eboras ou orisás deverão ser cultuados por cada um de nós, mas sempre é o ori quem irá determinar, pois nada será feito nem efetivado sem a permissão deste.Algumas pessoas se iniciam no candomblé, cultuam seus irunmales(orisas) mas não conseguem atingir determinados objetivos, e acabam por culpar a religião pelos seus fracassos,ignorando a realidade de que nem tudo o que queremos nos será dado, pois como já disse o Cristo Ecumênico: "A cada um será dado segundo suas obras".E muitas vezes estamos ainda "colhendo" aquilo que plantamos em nossas vidas passadas, e em prol desta realidade estaremos vivendo um odu iré(positivo) ou ibí(negativo), o que nos é revelado pelo Ifá através de Orunmila.Portanto, não basta apenas raspar a cabeça, adoxar e gritar o urunkò do seu orisa no barracão e pensar que depois disso tudo será um mar de rosas.Muito pelo contrário!Aí é que vai começar a nossa nova caminhada!Orisa é apenas um copo dágua no meio do deserto sob uma pequena árvore para nos refrescar!Mas a caminhada deve prosseguir! E seremos nós mesmos, sempre orientados pelo nosso Orí é quem iremos definir o nosso caminho rumo a um futuro bom ou ruim.Orunmila será sempre o nosso mentor nesta estrada pois é a ele quem sempre iremos buscar para não tropeçarmos em nós mesmos.Os orisas serão sempre os nossos anjos guardiães que estarão sempre prontos a nos inspirarem bons pensamentos e boas ações e o nosso orí será o executor de nossas idéias.Àqueles que não conseguem mudar, que apesar de todos os ritos da iniciação continuam a pensar que o Candomblé é uma religião MÁGICA, que como uma simples varinha de condão irá mudar tudo em suas vidas, eu só posso recomendar-lhes que procurem outra religião porque o candomblé não faz milagres em quem não é santo!Ou seja, como nenhum de nós somos, só nos resta compreendermos que estamos numa seara de entidades ancestrais que ligadas a natureza servem de instrumentos para que possamos "desenvolvermos" mediúnicamente para que quando Olorum nos chame desta vida, possamos dela sair em melhor situação do que quando cá entramos.E para que isso aconteça, precisamos ter antes de mais nada COMPROMISSO ESPIRITUAL! E isso não é nada fácil eu vos garanto!Mas, os oris-burukus(cabeças negativas) eu recomendo que busquem outro caminho, porque "não existe céu baixo para ninguém", nem no Candomblé e nem em religião alguma!


POR: Leonardo d´Ajaguna (Baba Alafandejò).

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