VENHA JOGAR BUZIOS

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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Conheça um pouco mais


Ancestralidade:

A ancestralidade é algo muito complexo dentro da cultura dos povos africanos. A ancestralidade masculina e feminina são cultuadas separadamente, o culto ao ancestral masculino, hoje, é cultuado de duas formas, Aglutinada, como uma divindade que a personifica através do Culto de Orô e de uma forma individualizada, por intermédio do Culto de Egungun. A ancestralidade feminina é cultuada, hoje, de apenas uma forma, por intermédio do Culto de Iyámi, o culto individualizado da ancestralidade feminina era realizado pelo Culto de Elekô, cuja a grande matriarca era a Orixá Obá, esse culto se perdeu quase que por completo, tal fato ocorreu porque o culto representava um sério perigo ao poder dos homens. Aqui pretendo explicar superficialmente um pouco sobre cada uma das sabedorias.

A Morte

Indubitavelmente um dos maiores descobrimentos do Século XX foi a estrutura de dupla hélice do DNA – a chamada base de construção da vida. A beleza e elegância dos dois fios do DNA trançados em espiral um em torno do outro apresenta um maravilhoso símbolo do desenvolvimento da vida, não somente da construção de formas biológicas, mas também a evolução daquilo que existe como causa primária, a consciência. Porque se adicionarmos o empuxo da evolução ao ritmo dos ciclos da natureza, o círculo da vida é transformado numa contínua espiral rotatória através da qual a consciência se expressa.
Aprofundando mais neste símbolo, se os dois fios espiralados forem entendidos como entrelaçando espírito e matéria, a consciência pode ser vista como o efeito resultante da evolução desta interação. Temos aqui uma estimulante perspectiva sobre o nobre caminho do meio ensinado pelo Buda, o desafio de trilhar o caminho de maneira equidistante entre estes pares de opostos – as duas grandes linhas de força – tal como se expressam em qualquer nível, contrabalançando e relacionando-os entre si numa expressão harmoniosa. Assim como o Buda, o Cristo e outros grandes guias espirituais, também cada unidade de consciência evolui através deste grande processo espiral – a soma total da manifestação planetária avançando lentamente numa viagem de redenção espiritual.
Esta evolução super abrangente requer o constante desprender de formas e a aquisição de novas, à medida que novas combinações de matéria e espírito proporcionem veículos mais refinados para expressar o desenvolvimento da consciência. Quando a potência de uma forma está exaurida e não é mais adequada, a forma é descartada e uma mais apropriada é adquirida. Este é o princípio fundamental por trás do processo de morte e renascimento em todos níveis da natureza. Onde exatamente esta espiral leva ou termina ninguém na realidade sabe; tudo que pode ser dito é que o próximo passo está sempre mais à frente, lentamente percebido na medida que somos impulsionados para frente pelo poder da própria vida.
Desafortunadamente a sociedade secular tem, de maneira progressiva, se isolado do processo cíclico de vida e morte que caracteriza nossa ascensão na espiral. Sempre em busca de novas sensações, nosso irrefreável séquito de materialismo tem resultado numa identificação muito forte com nosso corpo, nos enredado nos seus sentidos e consequentemente perdido o contato com nossa natureza interior. O propósito dos sentidos é informar, não aprisionar, e somente nos desembaraçando deles e interiorizando a nossa linha de investigação, podemos ter esperança de recuperar alguma verdadeira compreensão da natureza da morte. Temos que despertar os sentidos esotéricos interiores e seguir a sua orientação a fim de contatar o núcleo imortal do nosso ser que permanece inabalável e sereno durante os longos ciclos de vida, morte e renascimento. Então podemos conhecer em primeira mão a entrada numa vida mais grandiosa – o formoso segredo que encobre o processo da morte.
Somente pela compreensão da vida após a morte como uma extensão da vida, é que a morte pode ser entendida como simplesmente uma transição – uma relocação da consciência de uma área da divina espiral a outra. Neste sentido morte é simplesmente a libertação da limitação, da qual temos uma experiência parcial todas as noites durante as horas de sono. Morte e sono são fundamentalmente o mesmo, sem diferença, exceto em grau; ... sono é uma morte imperfeita e morte é um sono perfeito. Esta é a principal questão em todo ensinamento sobre a morte... Morte não é o oposto de Vida, mas atualmente é um dos modos de viver – uma modificação de consciência, uma mudança de uma fase da vida a outra pela subserviência ao carma, ao destino... Nossos corpos estão em constante estado de mudança, seus átomos estão num processo contínuo de renovação... Mesmo enquanto encarnados estamos vivendo no meio de incontáveis mortes diminutas.
Morte é, na realidade, deterioração no tempo e espaço e se deve à tendência do espírito-matéria a se isolar, enquanto em manifestação. Este enunciado reflete todo o processo da jornada da Vida – (involução) entrada na forma e num estado de consciência cada vez mais individualista e separado, e então (evolução) de volta à unidade levando conosco os frutos da nossa experiência como agregado de aprimoramento e qualidade. Quando reconhecemos este ciclo podemos, deliberadamente, nos alinhar com a onda evolucionária e superar esta tendência de isolamento do espírito-matéria. Focalizando na alma, o ponto de relacionamento de consciência intermediário entre ambos, nossa visão expandida revela a grande verdade dos ensinamentos da Sabedoria Antiga que mente-corpo-alma são a Trindade sintetizada pela Vida que permeia tudo. Então, morte é entendida como parte do processo da vida, a grande força de liberação que ré-focaliza firmemente a consciência em pontos mais altos da espiral entre os polos do espírito e matéria.
O medo e o horror da morte podem então desaparecer à medida que a consciência de orientação espiritual, a alma, tornar-se realmente conhecida em nossa percepção. O medo é o resultado da identificação com a natureza temporária da forma – nossa própria forma que dá origem ao senso de personalidade, as formas e personalidades daqueles que amamos, e as formas familiares do nosso entorno e meio ambiente. Entretanto, o amor que é da alma opõe-se a esse apego, e a esperança do futuro e nossa libertação das limitações do passado está nesta substituição de ênfase para a transcendência da alma. À medida que avançamos para esse momento quando o aspecto encarnado da alma puder viver conscientemente, construtiva e divinamente em veículos materiais em evolução, o sofrimento, a solidão e a sensação de perda pela morte desaparecerão regularmente. Então, consideraremos a forma simplesmente como uma faceta temporária de oportunidade divina, a personalidade como uma máscara temporária da alma, e conheceremos um novo e mais alegre enfoque da grande experiência que chamamos morte. A morte será entendida como parte da jornada espiritual – a alma levando repetidamente de volta à realidade um fragmento de si mesma para aprender, servir e enriquecer a sua experiência e então, através da morte assimilar os resultados dos seus esforços para promover progresso na espiral do mistério da vida.
  
Iku o Senhor da Ancestralidade
O Deus que possui a função de exercer o poder da morte chama-se Iku, trata-se de uma divindade masculina, não existe culto direto a Iku e por esta razão ele deve ser cultuado através dos mortos, masculinos ou femininos, por Orô ou Iyámi, por Egungum ou Elerikô. Afirma a tradição que Iku começou a matar depois que viu sua mãe ser espancada e morta na praça do mercado, sendo depois dominado por seus que conseguiram que ele comesse o que lhe era proibido. Quem ensinou como anular a atividade de Iku, foi sua mulher chamada Olójòngbòdú.  Nos conta assim, um fragmento do verso do Odù Òyèkú Méjì:     "....Quando Ìfá falou sobre Olójòngbòdú, a mulher de Ìkú que foi chamada logo cedo pela manhã, foi perguntado o que seu marido não poderia comer, que o tornasse incapaz de matar outros filhos das pessoas? ela disse que Ìkú, seu marido, não poderia comer ratos,pois se comesse, suas mãos tremeriam sem parar; Ela disse que Ìkú, seu marido, não poderia comer peixe, pois se comesse, seus pés tremeriam sem parar ; Ela disse que Ìkú, seu marido, não poderia comer ovo de pata, pois se comesse, ele vomitaria sem parar..."      Outro método de enfraquecer a atividade de Ìkú é registrado no oráculo de Ifá, através do modo como Èsù subornou o filho de Ìkú, para que este revelasse o modo como  Ìkú  matava, Omòikú     então revela que seu pai, matava através de sua clava, tornando-se fraco sem este instrumento, o qual Èsú com a ajuda do Ijàpàá, esconde. "... Ijàpàá gbé òrúkú l'owó ikú..."  ( o cágado retira a clava das mãos de Ìkú ). Posteriormente, Ìkú faz um pacto com Òrúnmilá, através da condição dele ajudá-lo a recobrar a sua clava; então, Ìkú só levaria antecipadamente aqueles que não se colocassem sobre a proteção de Òrùnmilá. Outro texto do Odù Ìròsùnsè, nos conta como Orí e Òrùnmilá, impediram a atuação de Ìkú sobre a cabeça de alguém.

Sociedade Ogboni

No  início da criação do mundo, Iyámi Oxorongá ( Iemanjá ), a grande mãe ancestral deu à luz a 16 filhos. A sociedade secreta é derivada dos nomes Ogban(sábio) Oni(que é) dois filhos de Iyámi. A sociedade Ogboni de acordo com um itã Ifá (Irosun`wonrin) foi acionada quando a Terra estava um caos imenso, as pessoas não se respeitavam, principalmente a divindade Obatalá que perdeu o controle da situação na cidade de Ilê Ifé. Iyámi ao perceber que esta luta entre seus filhos mais velhos poderia causar a completa destruição, obrigou-os a fazer um pacto de irmandade, jurando sobre determinado amuleto sagrado que nunca mais lutariam entre si, desta forma então nasceu a primeira sociedade secreta do mundo que seria nomeada, conforme os nomes  dos irmãos, Sociedade Ogboni. A sociedade secreta Ogboni é temida e respeitada por todos que a conhecem, sendo a segunda corte judicial em terras Yorubá. Esta sociedade possui a finalidade de proteger a comunidade e manter o estabelecimento da ordem. A esta sociedade somente poderão ser filiadas aquelas pessoas que mantenham um comportamento ético, moral, e social exemplar, não importando seu nível intelectual, raça, procedência ou sexo. Entre os participantes desta sociedade estão os membros ativos que realizam os ritos e cerimônias secretas como Babalaôs, Ojés, Alapinis etc. Desta sociedade também participam políticos, doutores, advogados, militares e anciãos da comunidade. Durante os séculos, muitas irmandades foram criadas seguindo os mesmos princípios da Sociedade Ogboni e obtiveram muito sucesso. Os Ogboni falam a língua Yorubá, mas internamente possuem um vocabulário secreto com o qual realizam determinados rituais. Os Ogboni são chamados de Omo-Oduduwá, Oduduwá é a Deusa criadora da Terra. Eles são chamados assim devido ao fato de seus rítuos terem a terra, como elemento principal de culto e força espiritual. A maioria dos instrumentos sagrados da sociedade Ogboni é confeccionada em bronze e cobre, que é o símbolo da força que não se deteriora ou se corrompe. Ideais estes da própria sociedade para seus membros. Na sociedade Ogboni a terra é venerada com o intuito de assegurar a sobrevivência, a paz, a felicidade, o respeito e a estabilidade social no mundo, assim como também a longevidade e o bem estar. 
  

Culto a Divindade Orô

Orô é uma divindade masculina que representa a ancestralidade dos Homens, é um Deus similar à Iyámi, o Culto a Orô representa o culto indireto a Ikú, é um dos cultos aos mortos, Deus da Destruição é considerado como o portal para a ressurreição. Segundo um de seus mitos, toda alma ancestral masculina para que pudesse renascer na Terra deveria ir ao seu encontro, a alma teria de ser devorada pelo Deus. Orô é considerado como um Deus incontrolável, conta-se que quando Orô sai pelas ruas ninguém deve ficar em seu caminho ou será sacrificado. Orô possui uma voz extremamente grossa e cavernosa, seu grito ecoa como um trovão na floresta da morte, ele absorve a vida de tudo. A única divindade que trata com Orô é Xangô, pois foi o único a fazer os Ebós necessários para isso. Apenas homens podem prestar culto a Orô. Muitas sociedades alcançaram o título de “poderosas” na Religião Yorubá, mas nenhuma alcançou o prestígio da Sociedade Secreta Orô. Na antiguidade esta sociedade, semeava o terror dentro do poder, já que seus emissários ocultos, por baixo de máscaras impediam o abuso de sacerdotes, monarcas inclusive de anciões, que formavam o conselho central do reino. A missão desta sociedade, prevalecia em todas as exigências religiosas e era tão poderosa, que possuía o direito de vigiar se os governantes respeitavam os preceitos morais divinos. Eles são os defensores e reguladores da ordem tradicionalista, do cuidado com o conhecimento, do folclore, da história e dos mitos. Os membros desta sociedade, desempenhavam múltiplas funções sociais. Os membros da Sociedade Orô, se preocupavam, com o adequado "respeito ao culto dos ancestrais", mantendo-o vivo, por tanto, os membros desta sociedade se encarregavam de conseguir que os mortos fossem enterrados conforme determinados rituais apropriado e sua almas chegassem com segurança ao reino dos mortos, inclusive aquelas pessoa, que por infelicidade fossem mortas em acidentes ou tivessem mortes trágicas. Orô Aboluaje, é o título que se lhe dá e seu significado seria: “o que pode recolher da areia da vida o chefe dos feiticeiros”, é um espírito deificado dos homens. Orô recebe o nome de Ita e tem um companheiro com o qual lhe chama ao vento, seu nome é Irelê, com o qual caminha e se alimenta.  Ele é representado por um filete, cuja confecção é um segredo e vive em cima dele. Orô é chamado de Deus do mistério. Segundo o Odu Ogbe-Osa, onde disse que vagava pelo bosque e fundou o estado de Kwara, a cidade do segredo do retiro e do encanto. Na antiguidade a Sociedade Orô, estava vinculada à Sociedade Ogboni(Osugbo), eram os executores dos criminosos; quando um criminoso era condenado pela Corte Ogboni, eram os membros do Culto de Orô, os que executavam a sentença. Quando Orô, saía à rua durante a noite, os que não pertenciam a esta sociedade deveriam ficar recolhidos em suas casa ou corriam o risco de morrer. Eles estabeleciam “o toque de recolher”. Durante o ano havia de sete à nove dias dedicados as festividades de Orô, especialmente em lua nova, onde as mulheres teriam que permanecer trancadas dentro de suas casas, com exceção as poucas horas, em que era permitido saírem para diversos fins. No sétimo dia nem sequer isto seria permitido, sob rigorosa pena de morte. Deveriam permanecer trancadas, sem importar qual era seu status social ou título de nobreza. Quem desobedecia as regras desta sociedade era executado. Orô é uma das forças sobrenaturais que atuam durante a noite. Esta divindade trás prosperidade, mas ao mesmo tempo a destruição.



Oró Aféfé Ikú! (Orô o vento da morte!)
A Sociedade Orô (Orùn ou Oró Lewé)

A Sociedade Orô é considerada entre os Iorubás a mais poderosa. Entre os Oyo e os Egba (cuja capital é Abeokuta) seu poder político supera as exigências religiosas. Orô possui o direito de vigiar se os governantes respeitam os preceitos morais divinos. Orô está basicamente a serviço dos espíritos dos mortos e por isso só aparecem de noite. Seu emblema é um pedaço plano de ferro ou madeira (sobre tudo de madeira de Óbó ou Kam, que as bruxas (Aje) não podem ver nem farejar, presa a um cabo com corda, o que a converte em uma madeira que zúmbi (emitindo um som todo particular ao ser manuseada). Cada Sociedade dispõe normalmente de dois tipos destes utensílios. Um é pequeno e se conhece com o nome de Ise (moléstia) e o tom estridente que produz, se conhece como Ajá Orô / Aaja Orò ( Cachorro de Orò / Vento de Orò = Orò Afefe Ikú! ). O outro provem dos madeiros grandes chamados Agbe (espada) e emite um tom surdo que é considerado como a mesma voz de Orô, este som anuncia que a morte está ameaçando alguém. Orò reproduz a voz dos mortos e por isso se diz que  os mortos os chamam. A adoração de Orô deve ser realizada de preferência sob a Lua Nova. Os adeptos da sociedade, costumavam levar máscaras de madeira, porém estas não chegam a cobrir todo o rosto.

Oriki Orô

“Óró mà nì kó.
Óró mà jà kó.
Óró Tóhùn tíré síté.
Óró Óhùn Ótòhùn nì ímà wà kírì.
Ásè!”

Tradução

“Orô causa confronto.
Orô não me cause confronto.
Orô tem a voz do poder.
Orô tem uma voz que ressoa por todo o Universo.

Que assim seja."
Ofo t'Orô
Werewere Orô yê o! Werewere Orô yê o!
Werewere Orô yê o! Werewere!
Orô yê o!
Werewere Orô yê o! Werewere!
Sesé kurú ru
Obà nen yê!
Tradução
Oh! Orô que vive com pressa, oh! Orô que vive com pressa
Oh! Orô que vive com pressa, impaciente!
Oh! Orô o eterno
Receba a oferenda, poder que surge da morte
Rei eterno.
  

Culto a Egungun

O Egun é a morte que volta a Terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. Ele nasce através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos Ojés ( sacerdotes ) munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixan, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a morte se torne vida, e o Egungun ancestral individualizado está de novo vivo. O culto de Egungun é originário de Oyó e teoricamente foi criado por Xangô que foi o primeiro Ojé e se tornou o primeiro Alapini ( Sumo-sacerdote do culto de Egungun ). Apenas os homens podem prestar culto a Egungun. Xangô é o representante máximo dos mortos, Egungun.
A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos Orixás, em que o transe acontece durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados. O Egungun simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente, característica de Egun, chamada de séégí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom, chamado ijimerê na Nigéria.

A roupa do Egun, chamada de eku, ou o Egungun propriamente dito, é altamente sacra ou sacrossanta e, por dogma, nenhum humano pode tocá-la. Todos os mariwo usam o ixan para controlar a "morte", ali representada pelos Eguns. Eles e a assistência não devem tocar-se, pois, como é dito nas falas populares dessas comunidades, a pessoa que for tocada por Egun se tornará um assombrado", e o perigo a rondará. Ela então deverá passar por vários ritos de purificação para afastar os perigos de doença ou, talvez, a própria morte.

Ora, o Egun é a materialização da morte sob as tiras de pano, e o contato, ainda que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial. E mesmo os mais qualificados sacerdotes, como os Ojé atokun, que invocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns, desempenham todas essas atribuições substituindo as mãos pelo ixan.

Os Egun-Agbá (ancião), também chamados de Babá-Egun (pai), são Eguns que já tiveram os seus ritos completos e permitem, por isso, que suas roupas sejam mais completas e suas vozes sejam liberadas para que eles possam conversar com os vivos. Os Apaaraká são Eguns ,ainda mudos e suas roupas são as mais simples: não têm tiras e parecem um quadro de pano com duas telas, uma na frente e outra atrás. Esses Eguns ainda estão em processo de elaboração para alcançar o status de Babá; são  imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo.



ISURE EGUNGUN
IBA EGUNGUN ILE

ILE MOPE O O,

AKISALE MO PE O O,

ETIGBURE MO PE O O,

ASA MO PE O O,

ETI WERE NI TI EKUTE ILE,

ASUNMAPARADA NI TIGI AJA

EMI OMO RE NI MO PE O,

JEKI NWA LAAYE,

MAA JEKI NKU,

MAA JEKI NRI IJA IGBONA,

MAA JEKI NRI IJA ÒGÚN,

JOWO WA JEMI LONI,

KI O FIRE FUN MI

ÀSE TI ELEDUNMARE

ELEDUNMARE ÀSE.


Egungun eu te saúdo.


Terra te chamo,

Akisale eu te chamo,

Etigbure eu te chamo,

Asa eu te chamo,

Rato de casa sempre alerta,

Asunmaparada (uma espécie de animal) nunca seu lugar,

Eu seu filho, esta chamando,

Deixa me viver,

Não me deixa morrer,

Me proteja da fúria de Ògún,

Ouça meu clamor

Para você me dar bondade.

Axé do Senhor Supremo.

Benção do Senhor Supremo.
Gbàdúrà ti Éégun

Ikú ayé, a kí ì bo òrun!

Mo júbà re Éégun mònrìwò.

Hei! Hei! Hei! Bàbá l’èsè awo ìfé.

Ikú l’onon, Ikú l’èhin,

Ikú ó, Ikú o!



Salve Ikú, Nós o saudamos e cultuamos no òrun!

Meus respeitos a ti Éégun ao ouvirmos o som de tua voz.

Hei! Hei! Hei! Pai que estás aos pés do culto do amor.

Ikú no caminho adiante, Ikú no caminho atrás,

Salve Ikú, Salve Ikú.


Gbàdúrà si Egúngún



Ìkú ònòn Ìkú lé èhin, Hei! Hei! Hei!

Bábá l’èsè awo ìfé

Pèlé-pèlé ó dára

A wò sílé, a dúpé,

Omo ni won dára

A wé Olúwa ìkú ó bàbá

A wúre, a wúre, Bàbá Olúkòtún.

A wúre, a wúre, Bàbá Alápáàlà.

A wúre, a wúre, Bàbá Igi.

A wúre, a wúre, Bàbá Igi-S’àwórò

A wúre, a wúre, Bàbá Alápoyò.

A wúre, a wúre, Bàbá Erin rin.

A wúre, a wúre, Bàbá Omo Orò ó mi tótóo.

A wúre, a wúre, Bàbá Isota isso.

A wúre ré èrin.

A wúre rìn rere.

Àse!


A Morte no caminho adiante, a Morte no caminho atrás, Hei! Hei! Hei!

Pai, estamos aos seus pés do culto de amor.

Gentilmente Eu vos saúdo, sois o bem.

Olhai para Nós e para nossa casa, agradecemos.

Façai com que vosso filhos estejam bem.

Envolvei-nos, Senhor da Morte e Pai.

Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor do Lado Direito.

Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, que tem o àlà ao seu lado.

Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor das árvores.

Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor das árvores a quem fazemos culto tradicional.

Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor que traz alegrias.

Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai que caminha como o elefante.

Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Filho de Orò, perdoai-nos Senhor.

Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Pedra resistente que frutfica.

Desejai-nos o bem e façai-nos sorrir.

Desejai-nos o bem para que caminhemos no bem.

Assim seja!



Nkí Bàbá Olúkòtún

(Saudando o Senhor do Lado Direito)



K’òtún bájà dé o

K’òtún oba

K’ó sìn nkon se

Éégun ò pààràká

K’òtún nbo a’re

Gbà rú Olúsemòn

Olúkòtún Olóri Éégun

Éégun e ki to lésè Olórun

E Olúkòtún bàbá Éégun

N won nílé wa ní

N ará àiyé tàbí araalé

E Olúkòtún!



Saudamos o Senhor do Lado Direito, que chegou e lutou.

Saudamos o Rei do Lado Direito.

Saúdo aquele a quem servirei e farei as coisas.

Como um Éégun menos importante, que segue o mais importante.

Saudamos o Senhor do Lado Direito, cultuando-o estamos bem.

Faremos oferendas ao Senhor que tem a Sabedoria.

Senhor do Lado Direito, Cabeça (chefe) dos Egúngún.

Éégun, saudamos aquele que está aos pés de Deus.

Senhor do Lado Direito, Pai Éégun.

Que com os demais está em nossa casa,

Com os espíritos da Terra ou com os Ancestrais da Família.





Nkí Bábá Éégun

(Saudando Bàbá Éégun)



Éégun a yè, a kíì gb’òrun,

Mo júbà re Éégun mònrìwò

Í dé mi ó kí e Egúngún

Ìkú gbálé sálè

A si ìwà

Ìkú tu gon

Àse fún wa.



Salve Éégun, saudamos aqueles que vivem no céu.

Meus respeitos a ti Éégun ao ouvirmos o som de tua voz.

Chega-te a mim, aquele que te saúda Egúngún.

Que a Morte seja varrida para a terra.

Que vejamos a existência.

Que a Morte seja acalmada (aplacada) e cortada.

Que assim seja, para nós!



Gbàdúrà ti Éégun

(Reza de Éégun)



Ìkú són a lè

Níbi Bàbá Alápáàlà.

Ìkú don ohun bàbá

Ó kí s’àlà ojú wa

Ní ìfé agà to ní gbè

Osó Ìkú a fó a wé to

Ìkú á lè, ìkú á lè, Ìkú àjò!


Morte, fique amarrada na terra

Aqui, Pai que tem o àlà (o pano branco) ao seu lado

Contra feitiços, a Morte e outras coisas.

Pai, ponha o àlà e o olhar sobre nós.

Tenha amor e que estejamos aptos à proteção

Contra os feitiços da Morte, eleve-nos e envolva-nos bastante.

Morte na terra, Morte na terra, Morte viaje (vá embora)!



Gbàdúrà ti Egúngún

(Reza de Egúngún)



Bàbáláàse se yìn se Ìkú

Olúwà kòtún

K’òtún a sáà nun gó-n-gó

Ìkú a dé.



Pai detentor do axé, podeis quebrar (abrandar) a Morte.

Senhor da existência, saudamos o Lado Direito.

Saudamos o Lado Direito certamente ficaremos limpos.

Que a Morte nos seja branda.  



O criador de Culto a Egungun


Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:
"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyni filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun. Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais." Obakelojé de Xangô 


fonte:

http://obakeloje.webs.com/exueancestralidade.htm

fotos: site de busca 

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