Orumilá
Orunmila
é o orisa senhor da sabedoria ( ogbon) e do conhecimento (imo) , que
tendo adquirido o direito de viver entre o orun e o aiye, tudo sabe e
tudo vê em todos os mundos. Porisso recebeu o título de gbaiye gborun - aquele que vive tanto no céu como na terra, transcendendo espaço e tempo.
Orunmila é quem apresenta o destino ao reencarnante por ocasião da sua concepção (kadara) e, mediante a aceitação do ori individual,o libera para o nascimento.
Por isso, conhece todos os destinos e como propiciar o sucesso em todos os âmbitos, alem de revelar o orisa pessoal de cada um, ou seja, a substância da qual cada um foi extraído na atual existência e como integrar o indivíduo neste princípio divino. Como elerii ipin (testemunha da criação), detém conhecimento do passado, presente e futuro de todos os habitantes do aiye e do orun – e de como obter o sucesso em todos os âmbitos.
Orunmila é quem apresenta o destino ao reencarnante por ocasião da sua concepção (kadara) e, mediante a aceitação do ori individual,o libera para o nascimento.
Por isso, conhece todos os destinos e como propiciar o sucesso em todos os âmbitos, alem de revelar o orisa pessoal de cada um, ou seja, a substância da qual cada um foi extraído na atual existência e como integrar o indivíduo neste princípio divino. Como elerii ipin (testemunha da criação), detém conhecimento do passado, presente e futuro de todos os habitantes do aiye e do orun – e de como obter o sucesso em todos os âmbitos.
Orunmila é o interventor e defensor dos seres humanos, sempre tentando
minorar os sofrimentos e dificuldades que enfrentam na saga das suas
sucessivas existências na Terra.
Conta o itan que, após permanecer na Terra por algum tempo, Orunmila retornou ao orun, esticando uma longa corda pela qual ascendeu. Os seres humanos ficaram totalmente desorientados,o caos, a fome e a peste imperaram na Terra, já que ele era o porta-voz da vontade de Olodumare. O ciclo de fertilidade das plantas e animais foi interrompido, trazendo ameaça de extinção.
O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos os 16 ikin (coquinhos de dendezeiro) , que se transformaram num importante instrumento de adivinhação denominado ikin. Daí se originou a outra denominação de Orunmila : Agbonniregun ( agbon ti o ni regun - o côco nunca será esquecido). Entregou os ikin instruindo que sempre que desejassem as coisas boas e realizações positivas na vida, deveriam consultar os coquinhos. Daí nasceu o sistema oracular denominado Ifa, que auxilia o ser humano na resolução dos seus problemas cotidianos, nos conflitos e nas dúvidas existenciais, como mediador entre o humano e o divino.
Conta o itan que, após permanecer na Terra por algum tempo, Orunmila retornou ao orun, esticando uma longa corda pela qual ascendeu. Os seres humanos ficaram totalmente desorientados,o caos, a fome e a peste imperaram na Terra, já que ele era o porta-voz da vontade de Olodumare. O ciclo de fertilidade das plantas e animais foi interrompido, trazendo ameaça de extinção.
O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos os 16 ikin (coquinhos de dendezeiro) , que se transformaram num importante instrumento de adivinhação denominado ikin. Daí se originou a outra denominação de Orunmila : Agbonniregun ( agbon ti o ni regun - o côco nunca será esquecido). Entregou os ikin instruindo que sempre que desejassem as coisas boas e realizações positivas na vida, deveriam consultar os coquinhos. Daí nasceu o sistema oracular denominado Ifa, que auxilia o ser humano na resolução dos seus problemas cotidianos, nos conflitos e nas dúvidas existenciais, como mediador entre o humano e o divino.
Uma modalidade oracular mais simples é o ibo e a mais popular das três é
o opele ifa. Apenas sacerdotes iniciados no culto de Orunmila - os
oluwo e babalawo – são credenciados para utilizar esses oráculos.
Os oráculos são baseados no sistema binário e comportam 256 combinações matemáticas que definem os caminhos de odu, com seus milhares de itan (mitos) e owe (parábolas). Sua missão foi organizar as relações humanas, ajudar na doença, orientar nas contendas de todo tipo de assunto, valendo-se para isto dos itan relatados pelos odu. Nada no culto de Ifa se move sem os itan(histórias), daí a enorme variedade e contradição mítica existentes, inclusive quando e onde a sua chegada na terra, embora o consenso geral seja de que ele desceu, como as demais quatrocentas e uma divindades, em Ife.
Os oráculos são baseados no sistema binário e comportam 256 combinações matemáticas que definem os caminhos de odu, com seus milhares de itan (mitos) e owe (parábolas). Sua missão foi organizar as relações humanas, ajudar na doença, orientar nas contendas de todo tipo de assunto, valendo-se para isto dos itan relatados pelos odu. Nada no culto de Ifa se move sem os itan(histórias), daí a enorme variedade e contradição mítica existentes, inclusive quando e onde a sua chegada na terra, embora o consenso geral seja de que ele desceu, como as demais quatrocentas e uma divindades, em Ife.
Através
de Ifa é que se faz a prática divinatória, por meio de dois rosários,
um chamado Opele e outro Ikin, os quais são manipulados pelo sacerdote
de Ifa chamado babalawo(pai do segredo), que, munido do Opon
Ifa(espécie de bandeja de madeira), Iroke(usado para marcar a
adivinhação), a imagem de Esu, o Iyerosun(pó vermelho da árvore irosun)
dentre outros utensílios, procede a prática divinatória, cujas
respostas vêm através dos Odù. Os Odù são divididos em duas
categorias.
A
primeira chamada Ojú Odù(olho do Odù), constituída dos 16 maiores Odù e
a segunda chamada Omò Odù(filho do Odù), formada pela combinação dos
16 maiores entre si, perfazendo um total de 240 Odù menores, que,
juntando-se aos 16 maiores, formam um total de 256 Odù.
Os Odù são considerados divindades como os orisa.
Do
mesmo modo que Ifa e todos os demais orisa, os Odù desceram do céu
para a terra, onde foi feito um grande trono, colocado num lugar
aberto, para, nele, Eji Ogbe se sentar. Eji Ogbe é o mais velho, mais
importante e o rei dos Odù, por isso os outros 15 Odù se sentaram em sua
volta, formando um círculo. Os Omó Odù ou Odù menores são também
considerados divindades.
Todo
o corpo filosófico da religião yoruba se resume nesses signos de Ifa –
os odu , que por sua vez se subdividem em caminhos com os respectivos
itan, que são mitos de instrução, orientação e aconselhamento. O nome de
Orunmila e o do sistema oracular opele ifa muitas vezes se confundem e o
culto a Orunmila passou a ser conhecido como Ifa.
Apesar
de sua infinita sabedoria, Orunmila condiciona-se, muitas vezes, ao
poder do orisa Elegbara / Esu – o transmissor do ase, representante da
autoridade divina no âmbito cósmico e das leis da física. Sendo o eterno
movimento com suas constantes transformações, Elegbara propicia toda a
existência do Universo manifestado. Está na vibração dos elétrons e na
órbita dos astros. Orunmila utiliza-se, então do ase e funções de
Elegbara para atuar e se expressar. Já o oráculo merindilogun – o
popular jogo de búzios – foi introduzido pelo orisa Osun. No jogo de
búzios utilizam-se 16 kawri (búzios) no qual respondem os 16 odu
principais, num total de 70 caminhos e os orisa que falam através deles.
Independente
da modalidade utilizada, para cada caminho há um itan a ser
interpretado e o respectivo ebo (sacrifício) a ser, ou não, realizado.
Na
tradição religiosa Ogboni-Ifa, nada se empreende sem prévia consulta ao
oráculo, que é um instrumento de transmissão do aconselhamento divino
para que situações sejam revertidas ou confirmadas.
Com
a anuência de Elegbara / Esu,os diversos orisa se posicionam no jogo,
respondendo , influenciando nas respostas e revelando-se como eleda
(orisa dono da cabeça) da pessoa que a ele recorre.
Da
mesma forma que só se toma remédio quando se adoece , só se efetuam
ebós , iniciações ou obrigações quando o oráculo prescreve – sempre
lembrando que o futuro depende, em grande parte, dos nossos atos
presentes.
Conforme
informado anteriormente,o oráculo é a única opção autorizada e
confiável quanto à definição do orisa pessoal, responsável pela cabeça
do ser humano.
O ÀDÚRÀ que será usado aqui foi tirado do sexto ODÙ de IFÁ que se chama ODÙ OWONRIN MEJI. Este ÀDÚRÀ (prece)
é para qualquer pessoa, empresa, cidade ou país que esteja sentindo
falta de algo importante em seu processo de vida. O algo que falta pode
ser lucro financeiro, emprego, amor de homem ou de mulher, liderança.
Este ÀDÚRÀ é muito importante porque foi feito quando o próprio ÒRÚNMÌLÀ
estava sentido falta de muitas coisas importantes na vida dele e este
vazio o deixava deprimido, até que sua saúde ficou abalada e a morte
estava por perto. Aí então que ÒRÚNMÌLÀ fez este ÀDÚRÀ para resolver o
seu problema:
ÒRÚNMÌLÀ
BARA AGBONMIREGUN OKURIN KEKERE OKE IGETI ENTI O GBE AIYE TI O RI
IPONJU TI O SI LO SI OKE AGBARANSALA LATI WE GBOGBO IPONJU RE NU
ÒRÚNMÌLÀ NI AJE NI O PON NI LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI
OLOJO RERE WO ILEWA ÒRÚNMÌLÀ NI AYA NI O PON NI LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE
KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA PELU AYA RERE ÒRÚNMÌLÀ NI OMO NI
PON NI LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA
PELU OMO ALAFIA ÒRÚNMÌLÀ NI AI ROJU AI RAYE LO PON ILU LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA
LASE PE KI ASI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA PELU ITURA ATI IFE SI ARIN
ILU ÒRÚNMÌLÀ NI AI NI ORUNGBOGBO NO PON NI LOJU ÒRUNMÌLÀ PA LASE PE KI A
SI ILEKUN KI OLOJO RERE WO LE WA PELU EKUN OHUN GBOGBO ÒRÚNMÌLÀ NI AISA
ATI ARUN NI BANI JA ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI LEKUN KI OLOJU RERE WO
LE WA PELU ALAFIA BABA ORO ÒRÚNMÌLÀ NI IJU NI KAN LEKUN ENI ÒRÚNMÌLÀ NI
EWE DIDIMONISAAYUN NI YO DI IKU NA EWE DIDIMONISAAYUN NI YIO DI ARUN NA
NI YIO DI OFO, EGBA ESE NA EWE DIDIMONISAAYUN NI YIO DI GBOGBO AJOGUN NA
ÒRÚNMÌLÀ BARA, AGBONGIREGUN NI YIO GBE OHUN RERE KO NI ÀSÉ ÀSÉ
ÒRÚNMÌLÀ
o dono de todas as sabedorias O pequeno homem da cidade de OKE IGETI
Aquele que viveu na terra e passou por muitas dificuldades Aí foi para a
montanha de AGBARANSALA Para se limpar de todas as sua necessidades
ÒRÚNMÌLÀ diz que se é falta de lucros que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu
ordem para nós abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva da
bondade possa entrar ÒRÚNMÌLÀ diz que se é falta de uma esposa que nos
perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas Para que a
dona da chuva da bondade possa entrar com uma boa esposa ÒRÚNMÌLÀ diz
que se é falta de um filho que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para
nós abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva da bondade possa
entrar com um filho saudável ÒRÚNMÌLÀ diz que se é tumulto ou desordem
que perturba a cidade ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas
Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com paz e amor na
cidade ÒRÚNMÌLÀ diz que se estamos sentindo a falta de tudo ÒRÚNMÌLÀ deu
ordem para nós abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva da
bondade possa entrar com todas as bondades da vida ÒRÚNMÌLÀ diz que se é
doença e epidemias que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós
abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva de bondade possa entrar
com saúde o pai de todas as riquezas ÒRÚNMÌLÀ diz que se é a morte que
bate na nossa porta ÒRÚNMÌLÀ diz que é a folha de DIDIMONISAAYUN Que vai
ajudar a evitar a morte A folha de DIDIMONISAAYUN Que vai ajudar a
evitar todos os males Que vai evitar todos os prejuízos, epidemias e
acidentes na vida A folha de DIDIMONISAAYUN Que vai evitar as ações
negativas em nossas vidas ÒRÚNMÌLÀ o dono de todas das sabedorias Que
vai levar até nós todas as bondades da vida
Todas as vezes que desejarmos algo a mais em nossas vidas podemos sempre usar essa prece.
ISURE ÒRUNMILA
IBA ORUNMILA
ÒRUNMILA IBA O O,
ORUNMILA, ELERI IPIN, AJEJU OOGUN,
ADUNDUN LAWO,
IFÁ MO PE, ELA MO PE,
IFÁ, SOWO DEERE GBOBI RE,
IYEROSUN NI ORUNMILA NJE,
EKU MEKI, EJA MEJI NINU OBE RE,
IFÁ FUN WA LOMO SI,
JEKI A LÓWÓ LÓWÓ, KI A BIMO O,
KI ILE WA YIÍ, KI ATUN KI DAADAA,
ORUN LO MO ENITI YIO LA,
A SE AIYE, SE ORUN,
ELEERIN IIPIN, AJE-JU-OOGUN,
IWO LALAWOYE O,
BAMI WO OMO TEMI YE,
AJE, WOLE MI, OLA JOKO TIMI,
ORUNMILA O WA TO GEE,
KI O MOWO IWARA MI KO MI,
ORUNMILA IFÁ OLOKUN, ASORAN DAYO,
OLOORE AIKU JE JOOGUN,
IREE MI GBOGBO NI WARA,
NI WARA.
ÀSE ELEDUNMARE
ELEDUNMARE ÀSE.
Òrúnmìlà eu te saúdo.
Òrúnmìlà, testemunho do destino, que tem mais eficácia do que medicina,
Pessoa de pele limpa,
Ifá eu te chamo, Ela eu te chamo,
Ifá abre as suas mãos para aceitar meu obí de oferenda.
Òrúnmìlà, você como Iyerosun, Dois ratos, dois peixes na sua sopa,
Ifá deixa prosperarmos mais filhos,
Deixa reconstruirmos nossas casas da melhor maneira.
Só o céu quem sabe quem será salvo,
Pessoa que vive no universo e no Céu,
Pessoa que é testemunha do destino e Pessoa que é mais eficácia do que a medicina,
Só você quem pode dar a vida para as pessoas;
Dê vida aos meus filhos,
Prosperidade entra na minha casa, honra senta comigo,
Òrúnmìlà, é hora de você me dar riqueza,
Òrúnmìlà Ifá, o dono do mar, que desvia fortuna para a alegria,
Traga todas as minhas fortunas depressa.
Axé do Senhor Supremo
Benção do Senhor Supremo.
O
– Òòsà-nlà dé òròmi là ìyà bàbà yi sòro òròmi là ìyà: Oxalá, chega
espirito da agua, nos salva do sofrimento, assim como é dificil,
espirito de agua nos salve do sofrimento
O – Eiye iye o! í yé òròmi là ìyà: Oh aves numerozas entendemos que és espiritmo de agua que nos salva do sofrimento
O
– Bé l’èrù bé l’erù bé l’èrùn Òrìsà-nlá malè odò: corta os medos,
cortas as cargas, corta a secura, grande orixá espirito de rio
É encarregado do poder criador e é considerado um co-trabalhador de Olorun. Supõe-se que o homem tenha sido feito por Olorun (Deus) e modelado por Oxalá. Seus adeptos se distinguem pelo uso de colares de contas brancas e pelas roupas brancas.
Iba Olodumare
(Eu saúdo Olodumare, Deus maior)
Iba Orunmila
(Eu saúdo Orunmilá)
Iba Ogun Orisa Ile
(Eu saúdo Ogum, o dono da casa)
Iba Irunmole
(Saúdo os Irunmole, os Orixás)
Iba Ile Ogeere afoko yeri
(Saúdo a terra)
Iba atiyo Ojo
(Saúdo o dia que amanhece)
Iba atiwo Oorun
(Saúdo a noite que vem)
Iba F'olojo oni
(Saúdo o dono do dia)
Iba Eegun Ile
(E saúdo o Egun da casa, nosso ancestral)
Iba Agba
(Saúdo os velhos sábios)
Iba Babalorisa
(Saúdo o pai-de-santo)
Iba Omo Orisa
(Saúdo os filhos-de-santo)
Iba Omode
(Saúdo as crianças)
Awa Egbe Odo Orunmila juba O, Ki iba wa se
(Nós, que cremos em Orunmilá, saudamos e esperamos que)
T'omode ba juba baba re, agbe'le aye pe
(Orunmilá ouça nossa saudação)
Ada se nii hun omo
(O filho que reverencia seu pai tenha longa vida e por nada sofrerá)
Iba kii hun omo eniyan
(Que a nossa saudação a nós poupe sofrimentos)
Akoogba kii hum oloko
(Que as plantas boas não falhem ao agricultor)
Atipa kii hun oku
(Que aos mortos não falte sepultura)
Aso funfun kii hun olorisa
(Que a Orixalá não falte o pano branco)
Kaye o-ye wa o
(Para que o mundo nos seja bom)
Ka riba ti se
(Que nossos caminhos se abram)
Ka, ma r'ija Omo araye O
(Que não vejamos a discórdia dos povos sobre a terra)
Ka'ma r'ija eleye O
(Nem a obra das feiticeiras, Ia Mi Ashorongá)
Ajuba O! A juba O!! A juba O!!!
(Nós saudamos, saudamos, saudamos)
Ase
(Axé)
(Eu saúdo Olodumare, Deus maior)
Iba Orunmila
(Eu saúdo Orunmilá)
Iba Ogun Orisa Ile
(Eu saúdo Ogum, o dono da casa)
Iba Irunmole
(Saúdo os Irunmole, os Orixás)
Iba Ile Ogeere afoko yeri
(Saúdo a terra)
Iba atiyo Ojo
(Saúdo o dia que amanhece)
Iba atiwo Oorun
(Saúdo a noite que vem)
Iba F'olojo oni
(Saúdo o dono do dia)
Iba Eegun Ile
(E saúdo o Egun da casa, nosso ancestral)
Iba Agba
(Saúdo os velhos sábios)
Iba Babalorisa
(Saúdo o pai-de-santo)
Iba Omo Orisa
(Saúdo os filhos-de-santo)
Iba Omode
(Saúdo as crianças)
Awa Egbe Odo Orunmila juba O, Ki iba wa se
(Nós, que cremos em Orunmilá, saudamos e esperamos que)
T'omode ba juba baba re, agbe'le aye pe
(Orunmilá ouça nossa saudação)
Ada se nii hun omo
(O filho que reverencia seu pai tenha longa vida e por nada sofrerá)
Iba kii hun omo eniyan
(Que a nossa saudação a nós poupe sofrimentos)
Akoogba kii hum oloko
(Que as plantas boas não falhem ao agricultor)
Atipa kii hun oku
(Que aos mortos não falte sepultura)
Aso funfun kii hun olorisa
(Que a Orixalá não falte o pano branco)
Kaye o-ye wa o
(Para que o mundo nos seja bom)
Ka riba ti se
(Que nossos caminhos se abram)
Ka, ma r'ija Omo araye O
(Que não vejamos a discórdia dos povos sobre a terra)
Ka'ma r'ija eleye O
(Nem a obra das feiticeiras, Ia Mi Ashorongá)
Ajuba O! A juba O!! A juba O!!!
(Nós saudamos, saudamos, saudamos)
Ase
(Axé)
Isefá e Itefá
Acreditamos
que Orí é algo único e individual, assim como nossas impressões
digitais, então não vejo como possa haver uma pré-determinação nos
caminhos do Culto a Ifá no que tange a iniciações e sacralizações, para
esta ou aquela pessoa. Haja vista que cada ser humano possui um
desenvolvimento pessoal diferenciado seria impossível ser homogêneo
neste aspecto.
Quanto às cerimônias iniciáticas e de passagem podemos especificar as seguintes:
O ISEFA:
Ato iniciático onde o postulante passa a condição de iniciando, quando então, passa a ser reconhecido como um "Omo Awo"(Filho do Segredo) de nossa família. Neste ato iniciático acaba por tomar conhecimento de seu Odu temporal (ou placentário, ou seja, aquele que ele recebeu ao nascer nesta existência), bem como os possíveis ewos provenientes dele. É quando o iniciado se compromete consigo mesmo por um determinado período, aprendendo as normas de condutas que devem ou não ser tomadas, etc. O Isefa tem a incumbência de proporcionar e propiciar o paulatino crescimento Espiritual, por isso mesmo, é uma cerimônia permitida e aconselhada a toda e qualquer pessoa.
O ITEFA:
Itefa(Itelodu) é o ato litúrgico iniciatico aonde se revela o caminho sacerdotal do novo Bàbálawo, quando então lhe é sacado um novo odu, só que desta feita, não será mais um Odu transitório, más sim um Odu atemporal, ou seja, aquele que temos em todas as encarnações que tivemos, a que temos, bem como aquelas que ainda teremos, ou seja, as passadas, a presente, bem como a futura. Conforme o que Ifá revelar, este Sacerdote passará a ser reconhecido como um novo membro da Egbé Bàbálawo, não importando o quanto novo seja, pois é exatamente ai que se dá realmente o inicio a longa sua longa jornada de aprendizado dentro do Culto ao Senhor do Verbo. Podemos dizer ainda que é a partir deste ponto que o iniciado, agora na categoria de Bàbálawo passa a ter o compromisso diretamente com o Ifá ao invés de somente consigo próprio como ocorreu em seu Isefa. O aprendizado do Bàbálawo se consiste também na árdua tarefa de aprender e reconhecer os instrumentos divinatórios, a exemplo de Ikin( o Grande Jogo) e Okpele. Devendo ainda aprender sobre os Odus e seus respectivos Itans, além de suas Ewé, Ofo, Oogun, etc. Enfim inteirar-se mais profundamente no "Corpus Literario de Ifá" e bem como na "Medicina Tradicional africana yorùbá". Com o devido tempo e bastante esforço o novo Bàbálawo adquiri mais conhecimento e em conseqüência disso, mais autoconfiança, o que culminará em capacitá-lo cada vez mais a executar e transmitir aquilo que lhe foi legado pelos seus Ojugbona. Por causa desta forma de aprendizado e que nada se faz sozinho, todos devem ter o importante e fundamental respaldo de seus mais velhos, independentemente do tempo que tenham como iniciados, pois o verdadeiro Bàbálawo é aquele que sabe que nada se deve fazer sozinho durante sua jornada. O profundo senso de Awo Mimo(Família) é indispensável para que ele não venha a cometer enganos desastrosos para si o mesmo para os outros, devendo ainda ser consciente de que seu Ego deve estar sempre sob domínio, pois o saber é plural e nunca singular. A concepção de que dividindo se soma, é intrínseca a qualquer pessoa que se julgue Bàbálawo, pois seu renascimento deve se dar diariamente, pois a cada reinicio diário terá também as benesses de um maior conhecimento, pois a palavra de Orunmilá deve ser proferida por toda a Egbé, e não somente por uma só pessoa. Finalmente o Bàbálawo recebera seu IgbaOdu no tempo determinado por Ifá, quando então em posse de seu útero passará a ser reconhecido como um Oluwo, e poderá então dar prosseguimento ao seu destino de parir bons filhos do Ifá. É importante frisar que infelizmente aqueles que não seguem a firme doutrina de Iwa Pele que rege todos Bàbálawos, e se utilizam a vilania, acabam por tornar-se um "útero estéril" tornando-se o oposto do que era inicialmente seu destino, ou seja, uma aberração sacerdotal. Então tenhamos todos muito cuidado, pois uma atitude errada, bem como ego exagerado somente conseguirão clonar novas aberrações, que infelizmente darão continuidade a esta triste sina. Ifá é a verdade, a verdade é a luz do conhecimento verdadeiro, e quem vive na luz não deve se apressar. O tempo tem tempo, de tempo ser...
Quanto às cerimônias iniciáticas e de passagem podemos especificar as seguintes:
O ISEFA:
Ato iniciático onde o postulante passa a condição de iniciando, quando então, passa a ser reconhecido como um "Omo Awo"(Filho do Segredo) de nossa família. Neste ato iniciático acaba por tomar conhecimento de seu Odu temporal (ou placentário, ou seja, aquele que ele recebeu ao nascer nesta existência), bem como os possíveis ewos provenientes dele. É quando o iniciado se compromete consigo mesmo por um determinado período, aprendendo as normas de condutas que devem ou não ser tomadas, etc. O Isefa tem a incumbência de proporcionar e propiciar o paulatino crescimento Espiritual, por isso mesmo, é uma cerimônia permitida e aconselhada a toda e qualquer pessoa.
O ITEFA:
Itefa(Itelodu) é o ato litúrgico iniciatico aonde se revela o caminho sacerdotal do novo Bàbálawo, quando então lhe é sacado um novo odu, só que desta feita, não será mais um Odu transitório, más sim um Odu atemporal, ou seja, aquele que temos em todas as encarnações que tivemos, a que temos, bem como aquelas que ainda teremos, ou seja, as passadas, a presente, bem como a futura. Conforme o que Ifá revelar, este Sacerdote passará a ser reconhecido como um novo membro da Egbé Bàbálawo, não importando o quanto novo seja, pois é exatamente ai que se dá realmente o inicio a longa sua longa jornada de aprendizado dentro do Culto ao Senhor do Verbo. Podemos dizer ainda que é a partir deste ponto que o iniciado, agora na categoria de Bàbálawo passa a ter o compromisso diretamente com o Ifá ao invés de somente consigo próprio como ocorreu em seu Isefa. O aprendizado do Bàbálawo se consiste também na árdua tarefa de aprender e reconhecer os instrumentos divinatórios, a exemplo de Ikin( o Grande Jogo) e Okpele. Devendo ainda aprender sobre os Odus e seus respectivos Itans, além de suas Ewé, Ofo, Oogun, etc. Enfim inteirar-se mais profundamente no "Corpus Literario de Ifá" e bem como na "Medicina Tradicional africana yorùbá". Com o devido tempo e bastante esforço o novo Bàbálawo adquiri mais conhecimento e em conseqüência disso, mais autoconfiança, o que culminará em capacitá-lo cada vez mais a executar e transmitir aquilo que lhe foi legado pelos seus Ojugbona. Por causa desta forma de aprendizado e que nada se faz sozinho, todos devem ter o importante e fundamental respaldo de seus mais velhos, independentemente do tempo que tenham como iniciados, pois o verdadeiro Bàbálawo é aquele que sabe que nada se deve fazer sozinho durante sua jornada. O profundo senso de Awo Mimo(Família) é indispensável para que ele não venha a cometer enganos desastrosos para si o mesmo para os outros, devendo ainda ser consciente de que seu Ego deve estar sempre sob domínio, pois o saber é plural e nunca singular. A concepção de que dividindo se soma, é intrínseca a qualquer pessoa que se julgue Bàbálawo, pois seu renascimento deve se dar diariamente, pois a cada reinicio diário terá também as benesses de um maior conhecimento, pois a palavra de Orunmilá deve ser proferida por toda a Egbé, e não somente por uma só pessoa. Finalmente o Bàbálawo recebera seu IgbaOdu no tempo determinado por Ifá, quando então em posse de seu útero passará a ser reconhecido como um Oluwo, e poderá então dar prosseguimento ao seu destino de parir bons filhos do Ifá. É importante frisar que infelizmente aqueles que não seguem a firme doutrina de Iwa Pele que rege todos Bàbálawos, e se utilizam a vilania, acabam por tornar-se um "útero estéril" tornando-se o oposto do que era inicialmente seu destino, ou seja, uma aberração sacerdotal. Então tenhamos todos muito cuidado, pois uma atitude errada, bem como ego exagerado somente conseguirão clonar novas aberrações, que infelizmente darão continuidade a esta triste sina. Ifá é a verdade, a verdade é a luz do conhecimento verdadeiro, e quem vive na luz não deve se apressar. O tempo tem tempo, de tempo ser...
2 – Ilu Aiye Odara
3 – Awon Babalawo
4 – Awon Orisa
5 – Imole Esu
1 – ILE IFA
A CASA DE ORUNMILA-IFA
Ifá
é um Sistema de Oráculo Sagrado originário da milenar cultura
africana Iorubá e é parte integrante da religião naturalista que nos
foi legada pelos descendentes dos povos africanos sudaneses
escravizados no Brasil.
Enretanto, com o passar de mais de um século de sua chegada,
miscigenou-se com anteriores conhecimentos espirituais Bantos e
Angolenses aqui já aclimatados a mais de dois séculos, esta simbiose
vindo a constituir-se em um dos Três Pilares Místicos sobre os quais
ergueu-se a Umbanda do Brasil, à ela legando, dentre outros, dois
elementos principais: o conceito dos Orixás e o Jogo dos Búzios.
Mas, foi só tardiamente, quando passadas as fases da escravização e
colonizacão, que os estudiosos do esoterismo das religiões africanas
reformuladas no Brasil deram-se conta de que, subjacente às graciosas
e/ou confusas lendas dos escravos africanos, existiam uma Teogonia, uma
Mística e uma Liturgia de grande alcance espiritual, cultural e social
que haviam sustentado a fé dos descendentes daqueles povos, mesmo na
tragédia da escravidão
E foi assim que os estudiosos confirmaram que os Awon Babalawo ou os
“muitos Senhores do Segredo” (título pelo qual os sacerdotes africanos
eram conhecidos) sempre tiveram e ainda têm uma bela, firme e
complexa visão própria da Existência Humana, na qual o Orun ou “Mundo
Sobrenatural” está em estreita relação com o Aiye ou “Mundo Natural”,
considerados complementares entre si e que se fundem completa,
harmônica e belamente na Ilu Aiye ou “Terra da Vida”, ou seja, a
própria Natureza Terrestre.
Desta forma, a Religião dos Orixás, além de viva e atuante, é também
fruto da convivência mais que milenar de nossos ancestrais africanos
com a Natureza ou, talvez, que o seu modo ver a Natureza fosse fruto de
sua atávica convivência com as suas Entidades Sobrenaturais.
Então, como também deposito minha fé nos Orixás e tendo recebido em
minha Iniciação o título de Babatunde ou um “Pai que retornou”,
espelhando-me nos conhecimentos ensinados nos ese itan ifa ou “Versos
dos Contos de Ifá”, os quais se constituem na Tradicão Oral Ancestral
dos Awon Babalawo e que fazem parte de sua memória atávica por mais de
2.000 (dois mil) anos, vou discorrer aqui sobre a concepção da Ilu Aiye
ou “Terra da Vida” ou “Casa de Ifá”, com toda fé nos Awon Orisa, mas
também adaptando a Tradição Ancestral Africana ao entendimento das
pessoas, tempo e lugar atuais.
Pois é isto que me confere a qualidade de Babalaô que sou nesta Nova
Terra da Vida, o Brasil, sem que entretanto me esqueça da necessária e
proverbial prudência que sempre foram apanágio dos Baba Li Awo para
que não Ohun mi, ou seja, “não recaia sobre mim” a responsabilidade de
haver porventura traído algum Ero ou “segredo” dos quais sou um dos
guardiões.
Assim
sendo, os nossos Awon Odu ou “Fundamentos da Tradicão Oral”, passados
da bôca do mestre ao ouvido do discípuo,afirmam que a Existência
transcorre em dois grandes planos:
1 – Orun ou Mundo Sobrenatural ou Além
2 – Aiye ou Mundo Natural ou Terra-da-Vida
Mas
esses dois grandes planos de Existência não são assim tão distintos,
pois os Versos dos Contos de Ifá contam que as Entidades Sobrenaturais
já “viveram” sobre a Terra no Ode Aiye ou “Local Terrestre para as
Divindades”, quando elas aqui vieram reger a Criação do Mundo Natural.
Além disso, esta tradição religiosa afirma que tudo o que existiu,
existe ou existirá no Mundo Natural foi plasmado no Mundo Sobrenatural e
lá tem o seu exato Duplo. Desta sorte, todos os Seres existentes são
denominados por um só termo: Ara ou “Corpo” ou “Ser Existente”.
Estes Ara ou “Seres Existentes” podem ser, conforme as suas qualidades:
1.1 – Ara Orun ou Seres Existentes no Além
1.2 – Ara Aiye ou Seres Existentes na Terra
Os Ara Orun dividem-se em duas categorias principais:
1.1.1 – Os Ara Orun Imole ou Seres Existentes no Além de Categoria
Divina”, os quais estão associados à estrutura do Cosmo e da Natureza
Terrestre;
1.1.2 – Os Ara Orun Onile ou “Seres Existentes no Além Ancestrais de
Terrestres”, que estão ligados à estrutura da Sociedade
Vejamos agora quem são eles :
1.1.1 – Os Ara Orun Imole ou “Seres Existentes no Além de Categoria Divina”.
Os
Versos dos Contos de Ifá falam com freqüência em 600 (seiscentos) Ara
Orun Imole, entre os quais situam-se os Orisa ou “Imole Funfun” ou
“do Branco” mas, isto significa muito mais que este número místico
tinha a função de emprestar grandeza ao conceito de Divindade, o que
importa em dizer-se que eles, os Imole, são uma grande quantidade
desconhecida.
Estes Versos deixam entrever que existem graduações de ordem,
digamos, funcional, nesse grandioso conceito de Divindade, as quais se
situam nos Meseesan Orun ou “Nove Além”, ou, melhor dizendo, os Nove
Planos de Existência desta Tradicão Africana Sudanesa.
Todos estes Planos de Existência no Além, os quais seria fastidioso
tentar aqui definir, têm a Ile ou “Terra”, como eixo central e comum
de suas esferas de ação e, portanto, como ponto de passagem e de
retorno para que todos os Ara por ela, a Terra, intercambiem os seus
planos de existências diferenciadas.
Para isso, necessitam de um meio, quer ele seja os seus sacerdotes ou
os seus Filhos de Santo ou, preferencialmente, seus lugares sagrados e
devocionais, tal como era o caso dos Origi ou “Montículo Sagrado” do
Orisa Orunmila na Cidade Santa de Ile Ife em África, a Ilu Aiye Odara
ou “Terra da Vida Feliz”. Este também é o caso, no Brasil, dos
atuais Peji ou “Assentamentos” dos Candomblés de Nação Africana e dos
Congás dos Umbandistas.
Daí a Terra ser invocada e chamada a testemunhar em todos os tipos de
pactos, particularmente em relação à guarda de segredos. Ki Ile Jeeri
ou “que a Terra testemunhe” é a mais ritual das fórmulas empregadas
em juramentos solenes e daí que todo o Assentamento de um Ôrixá deva
ser baseado na Ota ou Pedra que lhe seja própria, “assentada”,
consagrada e “alimentada” por seus fiéis e estes dizerem: -”A força
dos Orixás está na pedra.”-
O que eqüivale a dizer-se: na “Terra” ou na “Natureza”! Portanto,
como disse anteriormente, Terra e Além estão indissoluvelmente
interligados em minha mente e daí também saber que todos os “Além”
podem se intercambiar nesta Terra da Vida e que todos os Seres que nela
existem, mesmo os inanimados, possuem Ase, a Centelha de Energia da
Vontade Divina (Aba) que os criou e os faz existir (Iwa). Daí muitos
desavisados tratarem os fiéis aos Orixás por “animistas”, misturando o
conceito de Ase com o conceito de “alma” ou “espírito” de suas
próprias filosofias religiosas
1.1.2 – Os Ara Orun Onile ou Seres Existentes no Além Ancestrais de Terrestres.
E
no Mito da Criação do Mundo, como conseqüência da existência de Vida
na Terra, apareceu a outra classe de criaturas Ara Orun da Religião
dos Orixás : os Onile, de Oni (Senhor) + Ile (Terra), ou seja, os
“Senhores da Terra”.
Os Onile ou “Senhores da Terra” ou, ainda melhor, os “Ancestrais”,
aqueles entes falecidos que por suas ações passadas foram
semi-divinizados por seus descendentes, sendo que, embora estejam no
Além não são Divindades e estão ligados à estrutura da Sociedade.
Estes Senhores da aterra que tiveram as suas Ori Orun ou
“Cabeça-no-Além” também criadas por OLORUN (Deus), puderam tornar-se em
Ara Aiye ou “Seres da Terra” e sobre a Terra da Vida existir para
consumar o seu Iwa ou sua “Existência” ou “Destino” com a própria Ori
Inu ou “Cabeça-Interna” ou “Individualidade Terrestre”, para no seu
Ol’ojo ou “Dia Marcado” retornar ao Além para acrescentar a seu Ara
Orun ou “Duplo no Além” ou “matriz espiritual primordial”, todos os
méritos ou deméritos de suas ações praticadas na Terra da Vida,
adquirindo, dentro de condições especiais, após a primeira
desencarnação, a qualidade de Onile ou “Ancestral”.
E é aqui que Orun e Aiye intercambiam-se ainda mais:
1.2 – Ara Aiye ou Seres da Terra
Assim
sendo, ainda que seja perante OLORUN que cada Ara Orun e/ou Onile
deva “ajoelhar-se” para pedir o seu novo Destino antes de
reencarnar-se, sendo ÊLE o seu verdadeiro Eleda ou “Criador”, ao
renascer na Terra da Vida o novo Ser Vivente tem o seu Destino
controlado pelo Orisa Orunmila-Ifa, que através do Oráculo de Ifá dos
Babalawos, com seus conselhos, exemplos, parábolas e “falas” conhecidas
por Odu ou “Essência dos Fundamentos de Tradição Oral”, ajudam cada
Ser Humano a bem consumar o Destino por ele próprio solicitado a
OLORUN.
Assim, toda a Natureza criada por OLORUN é também a “Casa de Ifá” e
todos os Seres Humanos são suas Omo ou “Crianças” e é por isso também
que os fieis tratam os Babalawos por Baba ou “Pai”, ainda que Baba
também possa se traduzir por “Senhor”.
Também é verdade que, neste processo de reincarnação, o Ser que
deverá vir à Terra da Vida solicita ou aceita estar ligado a algum
Imole Irunmole ou Imole Igbamole (ser masculino e ser feminino:
qualidades humanas emprestadas aos Imoles), que também lhe
“comunicarão” algumas qualidades de sua matéria primordial (Ase Funfun
ou “do Branco”, Ase Dudu ou “do Preto” e Ase Pupo ou do “Vermelho”).
Desta forma, na Terra-da-Vida, este novo Ser Vivente deve devotar-se a
algum Irunmole (Entidade Espiritual Masculina) e/ou Igbamole
(Entidade Espiritual Feminina) ou por ele/ela ser “possuído” no transe
mediúnico.
Esta Entidade Espiritual comunicante com o novo Ser Vivente, depois
de detectada e confirmada a sua influência pelos processos do Oráculo
de Ifá, deve ser considerada como o “possuidor” da Ori Inu ou “Cabeça
Interna”, ou seja, da nova “Personalidade Individual Terrestre”
daquele novo Ser Humano e/ou Ancestral novamente encarnado, ou seja, o
seu Oluware, portanto, e no máximo, o seu Oba Mi ou “Meu Senhor” ou
Iya Mi ou “Minha Senhora”, pois que o seu verdadeiro Criador sempre
foi, é e será Deus.
Assim, sempre por intermédio do Orisa Orunmila em sua Divinação
Sagrada de Ifá, aqueles demais Awon Orisa podem ajudar ou cobrar do Ser
Humano os compromissos com eles assumidos, de forma que ele possa bem
consumar seu Destino ou corrigir os desvios que poderão levá-lo ao
fracasso, mas sem jamais interferir no livre arbítrio de cada ser.
Foi sobretudo este relacionamento “pré-estabelecido no Além” com os
Awon Imole ou “Seres Sobrenaturais de Categoria Divina” a parte da
Teologia Iorubá que foi a mais lembradada pelos descendentes de seus
féis escravizados e que levou à criação dos Candomblés de Nação Africana
no Brasil para cultuá-los, assim como, foi o Culto aos Awon Onile ou
“Ancestrais” a parte mais absorvida e praticada pela Umbanda do
Brasil.
Entretanto, é somente o Ara Orun Imole Irunmole Oju Kotun Orisa
Funfun Orunmula-Ifa que é o verdadeiro Arauto dos Desígnios Absolutos
de Deus sobre o Destino de todos os Seres Terrestres, destino este que
pode ser confirmado ou corrigido pela Divinação Sagrada de Ifá, para
que cada “Criança” nascida na “Casa de Ifá” tenha condições
espirituais de muito bem cumprir aquilo que ele próprio solicitou a
Olorun no Além e, assim, poder apresentar-se novamente perante Êle em
seu Ol’ojo ou “Dia Marcado” para retornar ao Além, acrescentando a seu
Duplo no Além a Soma de seus sucessos ou fracassos em relação a seu
Destino nesta Terra da Vida, já não tão Ilu Aiye Odara.
E esta é a verdadeira função da Divinação Sagrada de Ifá : fazer com
que as “Crianças” de Orisa Orunmila-Ifa cresçam em méritos espirituais
por conhecerem à si próprias e bem cumprir o seu próprio Destino
livremente escolhido no Além perante Deus!
1 – ILE IFA
A CASA DE ORUNMILA-IFA
Ifá
é um Sistema de Oráculo Sagrado originário da milenar cultura
africana Iorubá e é parte integrante da religião naturalista que nos
foi legada pelos descendentes dos povos africanos sudaneses
escravizados no Brasil.
Enretanto, com o passar de mais de um século de sua chegada,
miscigenou-se com anteriores conhecimentos espirituais Bantos e
Angolenses aqui já aclimatados a mais de dois séculos, esta simbiose
vindo a constituir-se em um dos Três Pilares Místicos sobre os quais
ergueu-se a Umbanda do Brasil, à ela legando, dentre outros, dois
elementos principais: o conceito dos Orixás e o Jogo dos Búzios.
Mas, foi só tardiamente, quando passadas as fases da escravização e
colonizacão, que os estudiosos do esoterismo das religiões africanas
reformuladas no Brasil deram-se conta de que, subjacente às graciosas
e/ou confusas lendas dos escravos africanos, existiam uma Teogonia, uma
Mística e uma Liturgia de grande alcance espiritual, cultural e social
que haviam sustentado a fé dos descendentes daqueles povos, mesmo na
tragédia da escravidão.
E foi assim que os estudiosos confirmaram que os Awon Babalawo ou os
“muitos Senhores do Segredo” (título pelo qual os sacerdotes africanos
eram conhecidos) sempre tiveram e ainda têm uma bela, firme e
complexa visão própria da Existência Humana, na qual o Orun ou “Mundo
Sobrenatural” está em estreita relação com o Aiye ou “Mundo Natural”,
considerados complementares entre si e que se fundem completa,
harmônica e belamente na Ilu Aiye ou “Terra da Vida”, ou seja, a
própria Natureza Terrestre.
Desta forma, a Religião dos Orixás, além de viva e atuante, é também
fruto da convivência mais que milenar de nossos ancestrais africanos
com a Natureza ou, talvez, que o seu modo ver a Natureza fosse fruto de
sua atávica convivência com as suas Entidades Sobrenaturais.
Então, como também deposito minha fé nos Orixás e tendo recebido em
minha Iniciação o título de Babatunde ou um “Pai que retornou”,
espelhando-me nos conhecimentos ensinados nos ese itan ifa ou “Versos
dos Contos de Ifá”, os quais se constituem na Tradicão Oral Ancestral
dos Awon Babalawo e que fazem parte de sua memória atávica por mais de
2.000 (dois mil) anos, vou discorrer aqui sobre a concepção da Ilu
Aiye ou “Terra da Vida” ou “Casa de Ifá”, com toda fé nos Awon Orisa,
mas também adaptando a Tradição Ancestral Africana ao entendimento das
pessoas, tempo e lugar atuais.
Pois é isto que me confere a qualidade de Babalaô que sou nesta Nova
Terra da Vida, o Brasil, sem que entretanto me esqueça da necessária e
proverbial prudência que sempre foram apanágio dos Baba Li Awo para
que não Ohun mi, ou seja, “não recaia sobre mim” a responsabilidade de
haver porventura traído algum Ero ou “segredo” dos quais sou um dos
guardiões.
Assim
sendo, os nossos Awon Odu ou “Fundamentos da Tradicão Oral”, passados
da bôca do mestre ao ouvido do discípuo,afirmam que a Existência
transcorre em dois grandes planos:
1 – Orun ou Mundo Sobrenatural ou Além
2 – Aiye ou Mundo Natural ou Terra-da-Vida
Mas
esses dois grandes planos de Existência não são assim tão distintos,
pois os Versos dos Contos de Ifá contam que as Entidades Sobrenaturais
já “viveram” sobre a Terra no Ode Aiye ou “Local Terrestre para as
Divindades”, quando elas aqui vieram reger a Criação do Mundo Natural.
Além disso, esta tradição religiosa afirma que tudo o que existiu,
existe ou existirá no Mundo Natural foi plasmado no Mundo Sobrenatural e
lá tem o seu exato Duplo. Desta sorte, todos os Seres existentes são
denominados por um só termo: Ara ou “Corpo” ou “Ser Existente”.
Estes Ara ou “Seres Existentes” podem ser, conforme as suas qualidades:
1.1 – Ara Orun ou Seres Existentes no Além
1.2 – Ara Aiye ou Seres Existentes na Terra
Os Ara Orun dividem-se em duas categorias principais:
1.1.1 – Os Ara Orun Imole ou Seres Existentes no Além de Categoria
Divina”, os quais estão associados à estrutura do Cosmo e da Natureza
Terrestre;
1.1.2 – Os Ara Orun Onile ou “Seres Existentes no Além Ancestrais de
Terrestres”, que estão ligados à estrutura da Sociedade
Vejamos agora quem são eles :
1.1.1 – Os Ara Orun Imole ou “Seres Existentes no Além de Categoria Divina”.
Os Versos dos Contos de Ifá falam com freqüência em 600 (seiscentos) Ara Orun Imole, entre os quais situam-se os Orisa ou “Imole Funfun” ou “do Branco” mas, isto significa muito mais que este número místico tinha a função de emprestar grandeza ao conceito de Divindade, o que importa em dizer-se que eles, os Imole, são uma grande quantidade desconhecida.
Estes Versos deixam entrever que existem graduações de ordem,
digamos, funcional, nesse grandioso conceito de Divindade, as quais se
situam nos Meseesan Orun ou “Nove Além”, ou, melhor dizendo, os Nove
Planos de Existência desta Tradicão Africana Sudanesa.
Todos estes Planos de Existência no Além, os quais seria fastidioso
tentar aqui definir, têm a Ile ou “Terra”, como eixo central e comum
de suas esferas de ação e, portanto, como ponto de passagem e de
retorno para que todos os Ara por ela, a Terra, intercambiem os seus
planos de existências diferenciadas.
Para isso, necessitam de um meio, quer ele seja os seus sacerdotes ou
os seus Filhos de Santo ou, preferencialmente, seus lugares sagrados e
devocionais, tal como era o caso dos Origi ou “Montículo Sagrado” do
Orisa Orunmila na Cidade Santa de Ile Ife em África, a Ilu Aiye Odara
ou “Terra da Vida Feliz”. Este também é o caso, no Brasil, dos
atuais Peji ou “Assentamentos” dos Candomblés de Nação Africana e dos
Congás dos Umbandistas.
Daí a Terra ser invocada e chamada a testemunhar em todos os tipos de
pactos, particularmente em relação à guarda de segredos. Ki Ile Jeeri
ou “que a Terra testemunhe” é a mais ritual das fórmulas empregadas
em juramentos solenes e daí que todo o Assentamento de um Ôrixá deva
ser baseado na Ota ou Pedra que lhe seja própria, “assentada”,
consagrada e “alimentada” por seus fiéis e estes dizerem: -”A força
dos Orixás está na pedra.”-
O que eqüivale a dizer-se: na “Terra” ou na “Natureza”! Portanto,
como disse anteriormente, Terra e Além estão indissoluvelmente
interligados em minha mente e daí também saber que todos os “Além”
podem se intercambiar nesta Terra da Vida e que todos os Seres que
nela existem, mesmo os inanimados, possuem Ase, a Centelha de Energia
da Vontade Divina (Aba) que os criou e os faz existir (Iwa). Daí
muitos desavisados tratarem os fiéis aos Orixás por “animistas”,
misturando o conceito de Ase com o conceito de “alma” ou “espírito” de
suas próprias filosofias religiosas.
Em
primeiro lugar, os Babalawo não se vestiam, necessariamente, só de
branco; podiam usar também o azul médio por questões puramente
práticas: vestes desta cor sujam menos. E os Awoni, sendo aristocratas,
desde muitos séculos atrás, talvez antes dos europeus, obtinham dos
comerciantes árabes a seda multicolor, por ser esta muito leve e, se
usada em vestes amplas, muito frescas no verão.
E no inverno, por motivos climáticos inversos, introduziu-se o tecido
adamascado árabe e, depois, o veludo europeu. E, no início, estas
vestes, mormente no verão africano, restringiam-se a um grande pano
retangular, enrolado e preso à cintura, indo da mesma ao final das
canelas.
Foi o relacionamento inicial com os povos negros já islamizados como
os Fulbas, Peules e Haussás que introduziu o costume de usar vestes do
tipo “cáftan” árabe, às quais se sobrepunham, para dignificação,
mantos leves e esvoaçantes. Também a aculturação Islâmica promoveu a
substituição dos tradicionais chapéus de palha finamente trançada em
formato cônico, por gorros de seção cilíndrica ou turbantes, mas o uso
de turbantes era privativo dos Awoni Babalawo.
Calçados, do tipo sandálias pesadas, só eram usadas em longas
caminhadas por quase todos, mas a Islamização introduziu as “babuchas”,
tipo de chinelo de couro tratado, sem salto, no estilo oriental, para
os Omo Bíbi.
Vemos
assim que, só pelas vestes, não era possível identificar-se um
Babalawo, a não ser entre os mais aristocrátas e os demais mortais!
Então, olhava-se para as suas cabeças. Os Elegan tinham-nas
obrigatoriamente raspadas; os Osu e Ôl’Odu deixavam crescer nas cabeças
raspadas um tufo circular de cabelos, na parte lateral direita do
crânio, tufo este aparado curto no caso dos Osu, mas que poderia ser
longo e trançado no caso dos Ôl’Odu. Mas, somente os Awoni usavam neste
Ôsù, o Ekódidé, ou seja, uma pena vermelha da cauda do papagaio
cinzento africano.
Em seguida, podia-se visualizar os braços e o tórax dos Babalawo:
todos eles, de qualquer categoria, usavam o Idê Ifá ou Bracelete de
contas castanhas e verdes claras, atado no pulso esquerdo. Mas somente
de um Ôl’Odu para cima, ou, se muito famoso, um Oluwo, ousava
acrescentar a este bracelete uma Opala cor de rosa ou, se não tivesse
recursos para isso, uma conta de cerâmica dessa mesma cor.
E, no pescoço, os Babalawo usavam cordões de pequeníssimas contas
castanhas, torcidos juntos e com dez grandes contas verdes e brancas
colocadas em espaços regulares. Os Awoni, se abastados, podiam ainda
usar no pescoço um dispendioso colar de contas de coral vermelho. E,
finalmente, cruzando o peito apoiado no ombro direito o Edigbá, um
colar de longos cordões de contas especiais, feitas com seção
transversal de caroços de Dendê ou ponta de chifre de gado.
Nas mãos, quando saiam para praticar a Divinação Sagrada, todos os
Babalawo podiam usar o Ìrùkêrê, mas feito com longos pelos do rabo de
vaca e com cabo de pouca espessura. Podiam, também, portar a Irofá ou
Vareta Divinatória, com a qual se podia chamar a atenção do Orisa
Orunmila para as aflições de seus consulentes, batendo-a de encontro ao
Opon. E quando dois Awoni se encontravam nas ruas, cruzavam os seus
Ìrùkêrê, com os respectivos cabos para baixo, saudando-se com a senha
ritual de Ifá: -”Ogbêdù! Ogbomurin!”-
Além disso, os Babalawo, em ocasiões solenes, caminhavam em procissão
apoiando-se nos seus Ôpá Orêrê, ou seja, em seus Cajados de Ferro,
com pequenas sinetas cônicas, que retiniam cada vez que o cajado
apoiava-se no solo.
Este cajado, quando não transportado, era cravado em pé, com muito
cuidado, no solo do pátio da casa de seu dono e era a insígnia mais
respeitada e temida dos Babalawo, não só por seus fiéis mas também por
eles próprios. Recebia sacrifícios rituais junto aos Origi e
acreditava-se ser ele a sentinela do sono dos Babalawo e, quando
fincado ao solo, não podia cair sem sérios motivos que o derrubassem,
pois neste caso, acreditava-se que seu dono já havia cumprido o seu
Iwa e aproximar-se-ia o seu Ôl’ojó ou Dia Marcado, seu tempo aprazado
para voltar ao Ôrun. Assim, quando da morte de um Babalawo, o seu Ôpá
Orêrê era intencionalmente derrubado.
E quando se verificava que um Babalawo estava acompanhado de um
Akopo, tornava-se evidente que se estava diante de um Babalawo Ôjúbona,
um Mestre de Ensino. E esta função de Ogjubona era para um verdadeiro
Babalawo, uma das suas funções mais importantes, já que outra das
mais severas sanções que pesava sobre ele era o fato de que se ele não
formasse, pelo menos, um Elegan ou aprendiz, a sua Ebikeji Ôrun ou
Segunda Pessoa no Além, ou melhor, a sua Matriz Astral, não poderia
achar descanso entre os seus Baba Âgbâ ou Antepassados.
Vê-se, assim, que o “status” de Babalawo não era uma sinecura e,
muito menos, isento de trabalhos e riscos. A sua tarefa era difícil e
patrulhada por severa regras de conduta que deveriam servir de base
técnica e moral para a ação, pelo menos pública, dos atuais “Babalaôs”:
O Babalawo Awoni não podia:
- envolver-se com a mulher de outro, inclusive sua Apetebi ou Companheira Ritual;
- praticar Âjé ou Feitiço contra outro Awoni;
- conspirar contra os seus pares;
-
abandonar outro Awoni que estivesse em dificuldades, sem tomar
providências para que tudo ficasse em ordem com o necessitado;
- falar mal de outro, fora do âmbito de sua Confraria, mesmo o outro sendo culpado;
-
divulgar o teor das discussões travadas em seus encontros formais na
Confraria Oxôgboni ou Sociedade Secreta, mesmo que se tratasse de
punições contra culpados ou desagravo de inocentes.
Estas
regras aplicavam-se e aplicam-se a todos os Babalawo. E, como sou
Babalawo em cuja Ori Inu ou “cabeça interna” ou “personalidade”, o
Orisa Orunmila já “gritou”, acrescento à essas regras acima, outras duas
vindas também da milenar sabedoria Yoruba e que eram aplicáveis à
qualquer categoria de Babalawo:
Obé ti o mu ki gbé kuku ará ré
-”Por mais afiada que seja a faca,
ela não pode riscar seu próprio cabo .”-
-” Não se pode barganhar com as coisas de Ifá,
como se faz com as coisas na praça do mercado .”-
O
que equivale a dizer-se que nenhum Babalawo podia realizar a
Divinação Sagrada em proveito próprio e/ou barganhar com o Destino dos
fiéis dos Awon Orisa.
Foi por respeitarem e, principalmente, fazerem respeitar estas poucas
regras básicas que essa linhagem de homens religiosos, os Babalawo,
conseguiu estabelecer por mais de 1400 anos, em sua própria terra e
entre seus próprios fiéis, uma reputação de dedicação e honestidade. E
é um eminente etnógrafo e pesquisador ocidental, W. Bascon (1969)
quem remarca este fato:
- “é significativo que nenhum dos divinadores de Ifé
conquistou a reputação de cobrar em excesso.”-
Assim,
foi em respeito à essa antiga, merecida e honrosa reputação, que eu
escrevi, quase sempre, usando o tempo do verbo no passado, pois
notícias recentes de viajantes e etnólogos radicados no território
desses antigos Impérios (Nigéria, Benin, Daomey e Togo), demonstram que
quase trezentos anos de “guerra, suor e lágrimas” desmantelou a
estrutura sócio-religiosa-cultural daquele povo e muitos se esqueceram,
não conheceram ou desobedeceram ao antigo provérbio Ulkumy-Nàgô:
-”Oye ti o ba wu eni ni ta Ifa eni pa”-
-”Qualquer que seja a soma que agrade alguém,
é aquela pela qual recebemos para jogar Ifá “
OFO OLÓOJÓ ÒNÍ
Olóojó òní Ifá, mo júbà rè
Olú dáyé, mo júbà rè
Mo júbà omodé
Mo júbà àgbà
Bí èkòló bá júbà ilè
Ilè ó l’énun
Kí ìbá mi sé
Mo júbà àwon àgbààgbà méérìndílógún
Mo júbà bàbá mi “Ogun “
Mo tum júbà àwon Ìyá mi eléeye
Mo júbà Òrúnmìlà, ó gbáayé, ó gbóòrun
Òhuntí mo bá wí lóojó òní
Kí ó rí béè fún mi
E jòwó, májé kí ònòn mi díì
Níìtorí yìí ònòn kò dí mòn ojó
Ònon kò dí mòn oògùn
Òhuntí a bá ti wí fú Ògbà, l’Ògbá ngbà
Ti Ìlákòse ni sé láàwújo igbi
Ti Ekese ni sé láàwùjo Òwú
Olóojó Òní kí ó gbà òrò mi yèwò
Àsé!
Olóojó òní Ifá, mo júbà rè
Olú dáyé, mo júbà rè
Mo júbà omodé
Mo júbà àgbà
Bí èkòló bá júbà ilè
Ilè ó l’énun
Kí ìbá mi sé
Mo júbà àwon àgbààgbà méérìndílógún
Mo júbà bàbá mi “Ogun “
Mo tum júbà àwon Ìyá mi eléeye
Mo júbà Òrúnmìlà, ó gbáayé, ó gbóòrun
Òhuntí mo bá wí lóojó òní
Kí ó rí béè fún mi
E jòwó, májé kí ònòn mi díì
Níìtorí yìí ònòn kò dí mòn ojó
Ònon kò dí mòn oògùn
Òhuntí a bá ti wí fú Ògbà, l’Ògbá ngbà
Ti Ìlákòse ni sé láàwújo igbi
Ti Ekese ni sé láàwùjo Òwú
Olóojó Òní kí ó gbà òrò mi yèwò
Àsé!
Tradução
Senhor e dono do dia Ifá, apresento-vos meus respeitos.
Senhor da terra, apresento-vos meus respeitos.
Meus respeitos aos mais jovens (novos).
Meus respeitos aos mais velhos.
Se a minhoca vai à terra respeitosamente,
A terra abre a boca aceitando-a
Que a bênção me seja dada.
Meus respeitos ao dezesseis mais velhos (Odú Àgbà).
Meus respeitos, meu pai “ Ogun “
Eu tomo a benção às minhas mães Senhora dos pássaros.
Meus respeitos, Orunmilá, aquele que vive na terra e vive no céu.
Qualquer coisa que eu diga no dia de hoje,
Que eu possa vê-la acontecer para mim.
Por favor, não permita que meus caminhos se fechem,
Porque os caminhos não se fecham para quem entende o dia,
Os caminhos não se fecham para quem entende a magia.
Qualquer coisa que eu diga para Ògbà, que Ògbà aceite.
Ìlákòse tornou-se o mais importante na assembléia dos caracóis,
Ekese tornou-se o mais importante na assembléia do algodão.
Senhor e dono do dia, que você aceite minhas palavras e verifique.
Que assim seja !
Senhor e dono do dia Ifá, apresento-vos meus respeitos.
Senhor da terra, apresento-vos meus respeitos.
Meus respeitos aos mais jovens (novos).
Meus respeitos aos mais velhos.
Se a minhoca vai à terra respeitosamente,
A terra abre a boca aceitando-a
Que a bênção me seja dada.
Meus respeitos ao dezesseis mais velhos (Odú Àgbà).
Meus respeitos, meu pai “ Ogun “
Eu tomo a benção às minhas mães Senhora dos pássaros.
Meus respeitos, Orunmilá, aquele que vive na terra e vive no céu.
Qualquer coisa que eu diga no dia de hoje,
Que eu possa vê-la acontecer para mim.
Por favor, não permita que meus caminhos se fechem,
Porque os caminhos não se fecham para quem entende o dia,
Os caminhos não se fecham para quem entende a magia.
Qualquer coisa que eu diga para Ògbà, que Ògbà aceite.
Ìlákòse tornou-se o mais importante na assembléia dos caracóis,
Ekese tornou-se o mais importante na assembléia do algodão.
Senhor e dono do dia, que você aceite minhas palavras e verifique.
Que assim seja !
OFÒ FÚN BIBÓ ORÍ
ORÚNMÌLÀ NÍ ODI ÈDÙN,
MO NÍ ODI ÈDÙN.
ÒRÚNMÌLÀ NÍ ODI ÈDÙN OKÀN,
MO NÍ ODI ÈDÙN OKÀN.
ONÍ TÍ EGBÉ ENI NBÁ LÓWÓ,
T’A ÀBÁ LÒWÒ,
Ò NÍ ORÍ ENI L’ÀÁ KÉPÈ.
ONÍ TÍ EGBÉ ENI BÁ À NSE,
OHUN RERE TÁÀBÁ RÍ OHUN RERE SE,
Ò NÍ ORÍ ENI L’ÀÁ KÉPÈ.
ORÍ MÌ, WÁ SE LÉ GBÈ LÉHÌN MI.
IGBA, IGBA, NÍ ORÒGBÒ NSO LÓKO;
IGBA, NÍ OBÌ NSO LÓKO .
IGBA, IGBA NÍ ATAARE NSO LÓKO.
IGBA , AJÉ KÓ WOLÉ TÓ MI WÁ.
OÒGÙN, ÀÌSÀN, EJÓ, WÀHÁLÀ,
IKÚ, ÀÍRÍJE, ÀÌRÍMU KÓ PÒÓRÁ .
TÍ EFUN BÁ WO INÚ OSÙN, ÁPÒÓRÁ .
KÍ GBOGBO WÀHÁLÀ MI PÒÓRÁ .
ÀWÍSE NÍ TI IFÁ, ÀFÒSE NÍ TI ÒRÚNMÌLÀ.
ÀBÁ TÍ ALÁGEMO BÁDÁ NI ÒRÌSÀ ÒKÈ NGBÀ.
KON KON NÍ EWÉ INÓN NJÓ,
WÀRÀ, WÀRÀ, NI OMODÉ NBO OKO ÈSÌSÌ.
ILÉ ÒGBÁ ÒNÒN Ò GBÁ NÍ TI ÀRÁGBÁ.
GBOGBO OHUN TÍ MO SO YÌÍ ,
KÍ ARÒ KÓ RÒ MÒ
ÀSE, ÀSE, ÀSE!
Tradução
Encantamento para propiciar a cabeça
ÒRÚNMÌLÀ que fortifica os tristes,
Fortifique-me, eu estou triste.
Òrúnmìlà que fortifica o coração triste,
Fortifique o meu coração triste.
Senhor da comunidade, Aquele que é honrado e respeitado, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua ajuda.
Senhor da comunidade, esteja conosco (me acompanhe),
Que as coisas boas nos encontrem, e que obtenhamos coisas boas, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua a ajuda.
Minha cabeça, venha cobrir a casa e minha retaguarda.
Duzentos, duzentos, que orògbò cresça na floresta;
Duzentos, que obì cresça na floresta.
Duzentos, duzentos, que atare cresça na fazenda.
Duzentos, que o poder do dinheiro adentre minha casa.
Que as feitiçarias, as doenças, os problemas, as aflições,
A morte, a fome, a sede, desapareçam da minha vida.
Quando efun entra no osùn, ele desaparece.
Que todas as minhas aflições desapareçam.
Que a palavra de Ifá se realize, e a de Òrúnmìlà também.(como um canto)
E ao encontrarem Alágemo realizem-se através dos Òrìsà, que aceitam do alto.
A folha no fogo queima rapidamente, (que meus pedidos realizem-se assim).
Leite, leite, escorra para as crianças em quantidade, como é na Fazenda Èsìsì.
Que minha casa, meus caminhos, meus conhecidos se engrandeçam.
Que todos os meus votos façam desabrochar, e transformar-se para mim,
Afim de que ao nascer do dia eu encontre facilidades.
Fortifique-me, eu estou triste.
Òrúnmìlà que fortifica o coração triste,
Fortifique o meu coração triste.
Senhor da comunidade, Aquele que é honrado e respeitado, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua ajuda.
Senhor da comunidade, esteja conosco (me acompanhe),
Que as coisas boas nos encontrem, e que obtenhamos coisas boas, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua a ajuda.
Minha cabeça, venha cobrir a casa e minha retaguarda.
Duzentos, duzentos, que orògbò cresça na floresta;
Duzentos, que obì cresça na floresta.
Duzentos, duzentos, que atare cresça na fazenda.
Duzentos, que o poder do dinheiro adentre minha casa.
Que as feitiçarias, as doenças, os problemas, as aflições,
A morte, a fome, a sede, desapareçam da minha vida.
Quando efun entra no osùn, ele desaparece.
Que todas as minhas aflições desapareçam.
Que a palavra de Ifá se realize, e a de Òrúnmìlà também.(como um canto)
E ao encontrarem Alágemo realizem-se através dos Òrìsà, que aceitam do alto.
A folha no fogo queima rapidamente, (que meus pedidos realizem-se assim).
Leite, leite, escorra para as crianças em quantidade, como é na Fazenda Èsìsì.
Que minha casa, meus caminhos, meus conhecidos se engrandeçam.
Que todos os meus votos façam desabrochar, e transformar-se para mim,
Afim de que ao nascer do dia eu encontre facilidades.
Assim seja!
Oduduá
Oduduá
é uma das divindades primordiais. Ela é considerada, ao lado de Obatalá
como o casal primordial e propulsor da criação. Cada um foi incumbido
de determinadas funções no papel da criação do Aiyê, o universo
incluindo o mundo em que vivemos. O universo é visto dentro do culto
aos Orixás como uma grande cabaça e esta cabaça é representada por
Oduduá e Obatalá. Oduduá é considerada como a parte de baixo da cabaça e
Obatalá é considerado como a parte de cima da cabaça.
O
nome Oduduá pode ser traduzido como a cabaça de onde jorrou a vida.
Muitos costumam se enganar e a afirmar que Oduduá seria um Orixá
masculino ao invés de masculino, mas o que ocorre é uma confusão entre a
divindade feminina Oduduá com o ancestral iorubano divinizado Oduduá,
que na verdade é conseiderado em território africano como sendo uma
forma humana da deusa Oduduá, ou seja, o guerreiro legendário e a deusa
Oduduá seriam as mesmas pessoas. Esta é uma visão muito ampla no que
concerne à essência divina mas isso é algo que vai muito além da
capacidade de aceitação de algumas pessoas e sacerdotes.
O
surgimento de Oduduá, bem como o de Obatalá, é muito interessante.
Diz-se que involuntariamente nos primórdios da criação, quando a única
coisa existente nos mundos era o Olorun, a grande energia primordial,
Oduduá, a deusa, surgiu do corpo de Olorun, a grande energia primordial,
assim como Obatalá e outra tantas divindades.
Foi Oduduá quem criou a terra e todo o universo como o conhecemos e, ao lado de Obatalá, possibilitou o surgimento da vida.
Em
terceiro lugar, com a Eerupe ou “Lama”, mistura de Água e Terra, mas
também vivificada por Seu Hálito e Centelha Divina (Fogo e Ar), Olorun
criou o Imole Exú, o “Terceira Cabaça”, ou “Terceiro Ser Criado” ou
ainda, o “Esu Ancestral”, o Imole da Dinamização, da Transformação e da
Restituição, quer no Além ou quer na Terra-da-Vida e, portanto,
portador de todas as Qualidades do Vermelho, do Preto e do Branco. O
Imole Esu Agba é, portanto, o primeiro Ara Orun ou “Corpo do Além”, ou
seja, a “Primeira Individualidade Espiritual” a ser criada com o
concurso da Matéria combinada: Fogo (Centelha Divina), Ar (Hálito
Divino), Água e Terra (Eerupe, a Lama). Sua qualidade de “Terceiro Ser
Criado” o constituiu em Osije ou “Mensageiro Divino” com permissão
expressa de se apresentar perante Olorun que somente receberá Oferendas
se elas forem conduzidas por Imole Esu Osije.
Oduduá
é uma Orixá Funfun absolutamente diferente dos demais, embora
semelhante em essência, é feminina, sendo cultuada em diversas regiões
como esposa de Obatalá, embora seja, em princípio, sua irmã. "Iya Male” (Mãe das Divindades ou Mãe Divina)
Orin Oduduá
Iya dakun gba wa o; – Oh Mãe! nós suplicamos que nos libertes;
ki o to ni to mo; – olhai por nós, olhai por nossos filhos;
ogbebi l’Adó ! – Tu és aquela que te estabelecestes em Adó!”
Ori. O Deus mais Poderoso
ORI
é o ORISA pessoal, em toda a sua força e grandeza. ORI é o primeiro
ORISA a ser louvado, representação particular da existência
individualizada (a essência real do ser). É aquele que guia, acompanha e
ajuda a pessoa desde antes do nascimento, durante toda vida e após a
morte, referenciando sua caminhada e a assistindo no cumprimento de seu
destino.
ORI em yorubá tem muitos significados – o sentido literal é cabeça física, símbolo da cabeça interior (ORI INU). Espiritualmente, a cabeça como o ponto mais alto (ou superior) do corpo humano representa o ORI.
ORI em yorubá tem muitos significados – o sentido literal é cabeça física, símbolo da cabeça interior (ORI INU). Espiritualmente, a cabeça como o ponto mais alto (ou superior) do corpo humano representa o ORI.
Enquanto
ORISA pessoal de cada ser humano, com certeza ele está mais
interessado na realização e na felicidade de cada homem do que qualquer
outro ORISA. Da mesma forma, mais do que qualquer um, ele conhece as
necessidades de cada homem em sua caminhada pela vida e, nos acertos e
desacertos de cada um, tem os recursos adequados e todos os indicadores
que permitem a reorganização dos sistemas pessoais referentes a cada
ser humano. Reforçando esta questão temos um oriki que nos diz
“ORI LO NDA ENI
ESI ONDAYE ORISA LO NPA ENI DA
O NPA ORISA DA
ORISA LO PA NIDA
BI ISU WON SUN
AYÉ MA PA TEMI DA
KI ORI MI MA SE ORI
KI ORI MI MA GBA ABODI”
TRADUÇÃO
“ORI é o criador de todas as coisas
ORI é que faz tudo acontecer, antes da vida começar
É ORISA que pode mudar o homem
Ninguém consegue mudar ORISA
ORISA que muda a vida do homem como inhame assado
AYÉ*, não mude o meu destino
Para que o meu ORI não deixe que as pessoas me desrespeitem
Que o meu ORI não me deixe ser desrespeitado por ninguém
Meu ORI, não aceite o mal.”
(* AYÉ – conjunto das forças do bem e do mal)
Como foi dito, não existe um ORISA que apóie mais o homem do que o seu próprio ORI: um trecho do adura (reza) feito durante o assentamento de um IGBA-ORI diz:
KORIKORI
Que com o àse do próprio ORI, O ORI vai sobreviver
KOROKORO
ESI ONDAYE ORISA LO NPA ENI DA
O NPA ORISA DA
ORISA LO PA NIDA
BI ISU WON SUN
AYÉ MA PA TEMI DA
KI ORI MI MA SE ORI
KI ORI MI MA GBA ABODI”
TRADUÇÃO
“ORI é o criador de todas as coisas
ORI é que faz tudo acontecer, antes da vida começar
É ORISA que pode mudar o homem
Ninguém consegue mudar ORISA
ORISA que muda a vida do homem como inhame assado
AYÉ*, não mude o meu destino
Para que o meu ORI não deixe que as pessoas me desrespeitem
Que o meu ORI não me deixe ser desrespeitado por ninguém
Meu ORI, não aceite o mal.”
(* AYÉ – conjunto das forças do bem e do mal)
Como foi dito, não existe um ORISA que apóie mais o homem do que o seu próprio ORI: um trecho do adura (reza) feito durante o assentamento de um IGBA-ORI diz:
KORIKORI
Que com o àse do próprio ORI, O ORI vai sobreviver
KOROKORO
Da
mesma forma que o ORI de Afuwape sobreviveu, O seu sobreviverá. Ele
será favorável a você. Tudo de que você precisa, Tudo o que você quer
para a sua vida, É ao seu ORI que você deverá pedir. É o ORI do homem
que ouve o seu sofrimento…”
O que é então ORI, de que a natureza é constituído e qual o seu papel na vida do homem? Em primeiro lugar, acredita-se que o corpo humano é constituído de duas partes: a cabeça e o suporte – ORI e APERE. Acredita-se que este corpo adquire existência na medida em que recebe de OLODUMARE o sopro vivificador – o EMI.
O que é então ORI, de que a natureza é constituído e qual o seu papel na vida do homem? Em primeiro lugar, acredita-se que o corpo humano é constituído de duas partes: a cabeça e o suporte – ORI e APERE. Acredita-se que este corpo adquire existência na medida em que recebe de OLODUMARE o sopro vivificador – o EMI.
Este
sopro foi o agente do processo da criação em seu primeiro momento e
tem sido o responsável pela geração e continuidade de toda a vida no
universo.
Este modelo descrito e de entendimento abrangente para todas as formas de vida é repetido no ser humano. A cabeça e o seu suporte, ORI-APERE são formados a partir dos elementos matrizes, enquanto o ORI-INU, interior, representa, na sua constituição, uma combinação de elementos, porções de matéria-massa que é particularizada durante o processo de modelagem de cada ORI. Ele é único e, por conta disso, particulariza e dá individualização à existência.
Este modelo descrito e de entendimento abrangente para todas as formas de vida é repetido no ser humano. A cabeça e o seu suporte, ORI-APERE são formados a partir dos elementos matrizes, enquanto o ORI-INU, interior, representa, na sua constituição, uma combinação de elementos, porções de matéria-massa que é particularizada durante o processo de modelagem de cada ORI. Ele é único e, por conta disso, particulariza e dá individualização à existência.
Essa
combinação “química” definirá parte das relações do homem com o mundo
sobrenatural e a religião, na medida em que determina o seu ELEDA,
ORISA – símbolo do elemento cósmico de formação, a que chamamos,
adiante, de IPORI, daquele ORI-INU em particular.
No Brasil vimos, com certa frequência, o ELEDA ser chamado de ORISA-ORI, simplificação da relação aqui exposta. ELEDA segundo Juana Elbein dos Santos em Os Nagô e a Morte, “se refere à entidade sobrenatural, à matéria-massa que desprendeu uma porção da mesma para criar um ORI, consequentemente Criador de cabeças individuais…”
No Brasil vimos, com certa frequência, o ELEDA ser chamado de ORISA-ORI, simplificação da relação aqui exposta. ELEDA segundo Juana Elbein dos Santos em Os Nagô e a Morte, “se refere à entidade sobrenatural, à matéria-massa que desprendeu uma porção da mesma para criar um ORI, consequentemente Criador de cabeças individuais…”
Para
os yorubás, o ser humano é descrito como constituído dos seguintes
elementos: Àrá, Ójìjì, Ókòn, Émì e Órì. Ara é o corpo físico. Ojiji é o
fantasma humano, é a essência espiritual visível. Okan é o coração
físico, sede da inteligência, do pensamento e da ação. Emi está
associado a respiração, é o sopro divino, quando uma pessoa morre diz-se
que seu Emi partiu. Por fim o Ori, Ori é o Orixá pessoal, em toda a sua
força e grandeza. Ori é o Primeiro Orixá a ser louvado, representação
particular da existência individualizada, a essência real do ser. é
aquele que guia, acompanha e ajuda a pessoa desde antes do nascimento,
durante toda a vida e após a morte, referenciado sua caminhada e a
assistindo no cumprimento do seu destino. Ori em yorubá tem muitos
significados, mas o sentido literal é cabeça física, símbolo da cabeça
interior ( Órì ínù ). Espiritualmente a cabeça como o ponto mais alto do
corpo humano representa o Ori. Como Orixá pessoal do ser humano, Ori
está mais interessado na realização e na felicidade de cada homem do que
qualquer outro Orixá, da mesma forma ele conhece mais do que qualquer
um as necessidades de cada pessoa durante a vida.
O
conceito de Ori está intimamente ligado ao conceito de destino pessoal e
à instrumentalização do ser humano para a realização deste destino. Um
Itã do Odu Ogundá Meji nos dá a exata dimensão da matéria quando nos
relata sobre a correspondência entre o Ori e o ser humano.
"Ori eu te saúdo!
Aquele que é sábio, foi feito sábio pelo próprio Ori.
Aquele que é tolo, foi feito mais tolo que um pedaço de inhame, pelo próprio Ori."
Ori
desempenha um papel importante para os seguidores de Ifá. Nele
acredita-se que escolhemos nossos próprios destinos. E nós o fazemos
mediante os auspícios do Orixá Ajalá. Um verso de Ifá explica esta
questão:
"Você disse que foi apanhar seu Ori.
Você sabia onde Afuwape apanhou seu Ori?
Você poderia ter ido lá para apanhar o seu.
Nós pegamos nossos Oris nos domínios de Ajalá,
Assim somente nossos destinos diferem."
Ajalá
é responsável pela modelação da cabeça humana, e acredita-se que o Ori e
o Odu determinam nossas vidas. Todo Ori, embora criado bom, está
sujeito a mudanças. Vimos que feiticeiros, bruxos, homens maus e a
própria conduta podem transformar negativamente um Ori, sendo sinal
dessa transformação uma cadeia interminável de infelicidades na vida de
uma pessoa a despeito de seus esforços para melhorar. Quando o Ori está
bem, todo o ser está bem. O destino também pode ser afetado pelo caráter
da própria pessoa. Um bom destino deve ser sustentado por um bom
caráter. Ori assim como todo Orixá se bem cultuado concede a proteção.
"Íwà ré l'Àyé yìí nì yoó dà ó léjo" ( Seu caráter, na Terra, preferirá sentenças contra você )
Quando
encontramos uma pessoa que, apesar de enfrentar na vida uma série de
dificuldades relacionadas a ações negativas ou maldade de outras
pessoas, continua encontrando recursos internos, força interior, que lhe
permitam a sobrevivência e, inclusive, muitas vezes, mantém resultados
adequados de realização na vida.
"Énìyán kó fè érù fì ásó, Órì énì nì só nì" ( As pessoas não querem que você sobreviva, mas seu Ori trabalha para você )
Ori
O
Ori é forte e é capaz de cuidar do homem e garantir-lhe a sobrevivência
social e as relações com a vida, apesar das dificuldades que possa
enfrentar, se mantém são. Esta é a razão pela qual o Bori, forma de
louvação e de fortalecimento do Ori utilizada em nossa religião é
frequentemente utilizado. Deste modo a pessoa tem maior facilidade para
encontrar a força interior necessária para vencer.
IRETE - OFUN
"ATEFUN - apelido de Ifá sábio,
Adivinhava o oráculo às 401 divindades,
Estavam indo ao estado de perfeição,
O sábio de ORÍ "adivinhou" oráculo para ORÍ;
ORÍ estava indo ao estado de perfeição (ÒDE-ÀPÉRÉ),
Mandou-lhe fazer sacrifício,
Somente ORÍ, o único quem fez,
O seu sacrifício foi abençoado,
Portanto ORÍ é maior que todas as divindades,
ORÍ é mais forte que as divindades,
Somente ORÍ chegou no estado de perfeição.
O iniciado sacrificou!
ORI é forte, mais que os òrìsà."
No
ODU OGBEYONU (Ogbe Ogunda) vamos encontrar ainda, “… Quando acordo
pela manhã coloco minha mão no ORI. ORI é fonte de sorte. ORI é ORI!…”.
É um oriki dedicado à ORI, mostrando o papel que ORI tem na vida de cada pessoa quanto as suas relações interpessoais, suas relações com as outras pessoas, e as suas condições de realização e progresso em todos os empreendimentos da vida, nos diz:
“ORI MI
MO KE PE O O
ORI MI
A PE JE
ORI MI
WA JE MI O
KI NDI OLOWO O
KI NDI OLOLA
KI NDI ENI A PE SIN
LAYE
O, ORI MI
LORI A JIKI
ORI MI LORI A JI YO MO LAYE”
TRADUÇÃO
Meu ORI
Eu grito chamando por você
Meu ORI,
Me responda
Meu ORI,
Venha me atender
Para que eu seja uma pessoa rica e próspera
Para que eu seja uma pessoa a quem todos respeitem
Oh, meu ORI!
A ser louvado pela manhã,
Que todos encontrem alegria comigo”
Toda existência no universo da Criação se processa em dois planos: O mundo visível, o AIYE, universo concreto que habitamos, e o mundo invisível, ORUN, onde habitam os seres sobrenaturais e os “duplos” de tudo o que se encontra manifestado no AIYE. Não são, como é possível pensar, mundos independentes ou rigidamente separados. Na realidade podemos afirmar que o AIYE é, antes de mais nada, uma “projeção” da realidade essencial que tem existência e se processa no ORUN.
É um oriki dedicado à ORI, mostrando o papel que ORI tem na vida de cada pessoa quanto as suas relações interpessoais, suas relações com as outras pessoas, e as suas condições de realização e progresso em todos os empreendimentos da vida, nos diz:
“ORI MI
MO KE PE O O
ORI MI
A PE JE
ORI MI
WA JE MI O
KI NDI OLOWO O
KI NDI OLOLA
KI NDI ENI A PE SIN
LAYE
O, ORI MI
LORI A JIKI
ORI MI LORI A JI YO MO LAYE”
TRADUÇÃO
Meu ORI
Eu grito chamando por você
Meu ORI,
Me responda
Meu ORI,
Venha me atender
Para que eu seja uma pessoa rica e próspera
Para que eu seja uma pessoa a quem todos respeitem
Oh, meu ORI!
A ser louvado pela manhã,
Que todos encontrem alegria comigo”
Toda existência no universo da Criação se processa em dois planos: O mundo visível, o AIYE, universo concreto que habitamos, e o mundo invisível, ORUN, onde habitam os seres sobrenaturais e os “duplos” de tudo o que se encontra manifestado no AIYE. Não são, como é possível pensar, mundos independentes ou rigidamente separados. Na realidade podemos afirmar que o AIYE é, antes de mais nada, uma “projeção” da realidade essencial que tem existência e se processa no ORUN.
Como
diz a Profa. Dra. Iyakemi Ribeiro, em seu livro “Alma Africana no
Brasil: os iorubás”, “Para o negro-africano o visível constitui
manifestação do invisível. Para além das aparências encontra-se a
realidade, o sentido, o ser que através das aparências se manifesta. Sob
toda manifestação viva reside uma força vital: de Deus a um grão de
areia, o universo africano é sem costura. (Erny, 1968:19) Universo de
correspondências, analogias e interações, no qual o homem e todos os
demais seres constituem uma única rede de forças.”
É necessário entender, assim, que AIYE e ORUN constituem uma unidade e, enquanto expressões de dois níveis de existência, são inseparáveis e complementares. Essa unidade é simbolizada pelo IGBA-ODU, cabaça formada de duas metades unidas onde a parte inferior representa o AIYE e a parte superior representa o ORUN. No interior, os “elementos
É necessário entender, assim, que AIYE e ORUN constituem uma unidade e, enquanto expressões de dois níveis de existência, são inseparáveis e complementares. Essa unidade é simbolizada pelo IGBA-ODU, cabaça formada de duas metades unidas onde a parte inferior representa o AIYE e a parte superior representa o ORUN. No interior, os “elementos
indispensáveis
à existência individualizada”. Poderia ser representada por uma figura
e sua imagem refletida no espelho – há plena identidade entre elas,
uma é apenas a imagem invertida da outra.
Podemos dizer nessa figuração que o AIYE é a imagem refletida do ORUN. Essa analogia provavelmente explica a situação conhecida de que os ODU, quando vieram do ORUN para o AIYE, tiveram sua ordem de precedência invertida. Ou seja, muito embora no AIYE considere-se EJIOGBE MEJI como o mais antigo dos ODU, todo Babalawo saúda OFUN MEJI, ou ORANGUN MEJI como é também conhecido, em sua realeza, dizendo: eepa ODU!, Louvando assim sua antiguidade e sua precedência efetiva.
Podemos dizer nessa figuração que o AIYE é a imagem refletida do ORUN. Essa analogia provavelmente explica a situação conhecida de que os ODU, quando vieram do ORUN para o AIYE, tiveram sua ordem de precedência invertida. Ou seja, muito embora no AIYE considere-se EJIOGBE MEJI como o mais antigo dos ODU, todo Babalawo saúda OFUN MEJI, ou ORANGUN MEJI como é também conhecido, em sua realeza, dizendo: eepa ODU!, Louvando assim sua antiguidade e sua precedência efetiva.
Temos
assim que toda existência no AIYE reflete uma realidade anterior
existente no ORUN. A existência no AIYE implica em processar-se uma
“modelagem” anterior no ORUN, a partir da qual porções de
matérias-massas que constituem a base da existência genérica são tomadas
em fragmentos particulares e vão constituir a manifestação dessa
existência em forma individualizada no AIYE.
Esses
elementos matrizes possuem, por consequência, dupla existência: uma
parcela presente no ORUN e a outra parcela dando vitalidade ou formação
às diferentes partes que formam a “realidade” individualizada de vida.
A esses fragmentos particulares retirados da massa genitora chamamos
IPORI e é ele, IPORI, que determinará o ORISA que cada indivíduo
cultuará no AIYE, condicionando também sua instrumentalização
particular na relação com a vida e o repertório possível de escolhas que
possa realizar.
Para
qualquer Yorubà, a palavra ORI tem uso amplo. ORI em um primeiro
momento quer dizer cabeça; e simboliza também - o ápice de todas as
coisas; o mais alto desempenho, portanto contém o superlativo ou seja o
Zénite. Por exemplo, a cabeça é a parte mais alta e mais importante do
corpo humano, é a moradia do cérebro que controla o corpo inteiro. O
líder ou chefe de qualquer organização é referido como "Òlórí", ORI é
cabeça ou mente, cabeça é alta, alto é supremo e o ser supremo é
OLODÙMÀRÉ (SENHOR DO DESTINO).
No corpo humano ORI se subdivide em duas colocações:
1) A cabeça física - é o crânio humano, onde está o cérebro que usamos para o pensamento e controle das outras partes do corpo; consciente ou inconsciente; os olhos para tudo ver; o nariz para respirar e cheirar; orelhas para ouvir; a boca para alimentar e falar; a língua para saborear; nossa essência masculina ou feminina está na cabeça, o rosto que dela faz parte nos distinguem uns dos outros, imprimindo uma identidade individual; sem a cabeça o homem e mulher seriam como qualquer "X".
2) A cabeça espiritual está subdividida em mais duas partes a saber: Cabeça Espiritual
APARÍ-INÚ (Cabeça espiritual interna) - ORÍ-ÀPÉRÉ (destino ou parte divina de cada um: escolhido no domínio de ÀJÀLÁ - divindade de ORÍ.
ORÍ-ÀPÉRÉ é acumulação de destino individual; Isto é: ÀKÚNLÈYÀN, ÀKÚNLÈGBÁ e ÀYÀNMÓ.
AKUNLEYAN é a parte do destino que cada um escolhe por vontade (livre arbítrio) própria AKUNLEGBA é a parte do destino o qual está adicionada como complemento de AKUNLEYAN AYANMO é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado. Por exemplo - pais, sexo, karma, etc. Mas Akunleyan e Akunlegbá podem ser melhorado enquanto Ayanmó não pode ser modificado . O destino ORÍ-APÉRÉ está escolhido no domínio de AJALÁ (divindade proporcionou o Orí).
1) A cabeça física - é o crânio humano, onde está o cérebro que usamos para o pensamento e controle das outras partes do corpo; consciente ou inconsciente; os olhos para tudo ver; o nariz para respirar e cheirar; orelhas para ouvir; a boca para alimentar e falar; a língua para saborear; nossa essência masculina ou feminina está na cabeça, o rosto que dela faz parte nos distinguem uns dos outros, imprimindo uma identidade individual; sem a cabeça o homem e mulher seriam como qualquer "X".
2) A cabeça espiritual está subdividida em mais duas partes a saber: Cabeça Espiritual
APARÍ-INÚ (Cabeça espiritual interna) - ORÍ-ÀPÉRÉ (destino ou parte divina de cada um: escolhido no domínio de ÀJÀLÁ - divindade de ORÍ.
ORÍ-ÀPÉRÉ é acumulação de destino individual; Isto é: ÀKÚNLÈYÀN, ÀKÚNLÈGBÁ e ÀYÀNMÓ.
AKUNLEYAN é a parte do destino que cada um escolhe por vontade (livre arbítrio) própria AKUNLEGBA é a parte do destino o qual está adicionada como complemento de AKUNLEYAN AYANMO é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado. Por exemplo - pais, sexo, karma, etc. Mas Akunleyan e Akunlegbá podem ser melhorado enquanto Ayanmó não pode ser modificado . O destino ORÍ-APÉRÉ está escolhido no domínio de AJALÁ (divindade proporcionou o Orí).
APARI
INÚ é de caráter individual, uma pessoa poderia chegar a terra com bom
destino, mas, sem boa conduta; A maldade da cabeça espiritual interna
danificará definitivamente o bom destino, o inverso também acontece.
Porém o "destino" pode ser modificado, numa certa medida, quando certos
segredos são conhecidos, dentro de um contexto e conhecimento da
Teologia Yorubana.
Contudo Ori é o mais importante entre as divindades. Na ordem de importância - o primeiro é Orí; o segundo é a mãe, e se ela tenha morrido, seu espírito; em terceiro lugar é o pai, e se tenha morrido, o seu espírito; em quarto lugar, IFÁ e a seguir, seu orixá e as outras divindades.
Ori é a divindade mais poderosa de toda a existência, para se ter uma ideia da importância do Ori, um itã do Odu Oturá Meji, nos conta que Ori se perdeu na vinda do Orun para o Aiye, Ogun chamou Ori e perguntou-lhe. "Você não sabe que você é o mais velho entre os Orixás? Que você é o líder dos Orixás?" Sem receio podemos dizer, "Órì mì a bá bó kì a tó bó Órìsà" Ou seja, " Meu Ori que tem que ser cultuado antes que o Orixá" e temos um Oriki dedicado a Ori que nos fala que "Kó si Órìsà tì dá nigbé léyìn Órì énì" ( Não existe Orixá que apoie mais o homem do que o seu próprio Ori ).
Contudo Ori é o mais importante entre as divindades. Na ordem de importância - o primeiro é Orí; o segundo é a mãe, e se ela tenha morrido, seu espírito; em terceiro lugar é o pai, e se tenha morrido, o seu espírito; em quarto lugar, IFÁ e a seguir, seu orixá e as outras divindades.
Alimento para a Cabeça
Bori
– alimentar o ori, é um ritual que tem por finalidade a restauração do
equilíbrio entre ori ode e ori inu.Tendo ori status de orisa, responde
no oráculo. Todas as oferendas que alimentam o ori são ditadas pelo
oráculo - mas sempre com aquiescência do próprio ori - na qualidade e
quantidade adequadas ao momento e situação. A energia de um orisa só é
fixada se o ori permitir. Como todas as possibilidades de sucesso ou
fracasso dependem do ori, o Bori é o rito especial que propicia a sua
positividade. A sua finalidade é, através de manipulação do ase,
proporcionar ao ori , como entidade regente do destino da pessoa, o
ponto de equilíbrio ideal para a sua auto-realização.
Órì mì ó! Sé réré fun mì! ( Meu Ori! Se alegre comigo! )
Ori é a divindade mais poderosa de toda a existência, para se ter uma ideia da importância do Ori, um itã do Odu Oturá Meji, nos conta que Ori se perdeu na vinda do Orun para o Aiye, Ogun chamou Ori e perguntou-lhe. "Você não sabe que você é o mais velho entre os Orixás? Que você é o líder dos Orixás?" Sem receio podemos dizer, "Órì mì a bá bó kì a tó bó Órìsà" Ou seja, " Meu Ori que tem que ser cultuado antes que o Orixá" e temos um Oriki dedicado a Ori que nos fala que "Kó si Órìsà tì dá nigbé léyìn Órì énì" ( Não existe Orixá que apoie mais o homem do que o seu próprio Ori ).
"Órì búrúrkù kì í wù tuulù
À kì í dà ésè ásìwérée mó lójì-ónòn.
À kì í m'Órì ólóyé làwujó.
À dìá fùn Mobówù
Tì í sé óbìnrìn Ógùn.
Órì tì ó jóba lólà,
Énìkòn ó mó
Kì tókó-tayà ó mó pè'ràa wón nì wéré mó.
Órì tì í jóba lólà.
Énìkòn ó mó."
Tradução
"Uma pessoa de mau Ori não nasce com a cabeça diferente das outras.
Ninguém consegue distinguir os passos do louco na rua.
Uma pessoa que é líder não é diferente
E também é difícil de ser reconhecida.
É o que foi dito à Mobowu, esposa de Ogun, que foi consultar Ifá.
Tanto esposo como esposa não deviam se maltratar tanto,
Nem fisicamente, nem espiritualmente.
O motivo é que o Ori vai ser coroado
E ninguém sabe como será o futuro da pessoa."
A RESPEITO DO DESTINO HUMANO
Podemos perceber que a compreensão sobre o papel que ORI desempenha na vida de cada homem está intimamente relacionado à crença na predestinação – na aceitação de que o sucesso ou o insucesso de um homem depende em larga escala do destino pessoal que ele traz na vinda do ORUN para o AIYE. A esse destino pessoal chamamos KADARA ou IPIN e é entendido que o homem o recebe no mesmo momento em que escolhe livremente o ORI com que vai vir para a terra.
Podemos perceber que a compreensão sobre o papel que ORI desempenha na vida de cada homem está intimamente relacionado à crença na predestinação – na aceitação de que o sucesso ou o insucesso de um homem depende em larga escala do destino pessoal que ele traz na vinda do ORUN para o AIYE. A esse destino pessoal chamamos KADARA ou IPIN e é entendido que o homem o recebe no mesmo momento em que escolhe livremente o ORI com que vai vir para a terra.
ORI
desempenha um papel importante para os seguidores de IFÁ. Nele
acredita-se que escolhemos nossos próprios destinos. E nós o fazemos
mediante os auspícios do ORISA IJALA MOPIN. A esfera de ação de IJALA é
junto a OLODUMARE e é ele que sanciona as escolhas de destino que
fazemos. Essas escolhas são documentadas pelas divindades que chamamos
de ALUDUNDUN. Um verso de IFÁ explica esta questão: “
“Você disse que foi apanhar o seu ORI.
Você sabia onde Afuwape apanhou o seu ORI?
Você poderia ter ido lá para apanhar o seu.
Nós pegamos nossos ORI nos domínios de IJALA,
Assim somente nossos destinos diferem”
“Você disse que foi apanhar o seu ORI.
Você sabia onde Afuwape apanhou o seu ORI?
Você poderia ter ido lá para apanhar o seu.
Nós pegamos nossos ORI nos domínios de IJALA,
Assim somente nossos destinos diferem”
IJALA
é responsável pela modelação da cabeça humana, e acredita-se que o ORI
e o ODU – signo regente de seu destino que escolhemos, determina nossa
fortuna ou atribulações na vida, como foi dito. IJALA, embora notável
em sua habilidade, não é muito responsável e, por isso, muitas vezes
modela cabeças defeituosas: pode esquecer de colocar alguns acabamentos
ou detalhes desnecessários, como pode, ao levá-las ao forno para
queimar, deixá-las por um tempo demasiado ou insuficiente.
Tais
cabeças tornam-se assim, potencialmente fracas, incapazes de
empreender a longa jornada para a terra, sem prejuízos. Se,
desafortunadamente, um homem escolhe uma dessas cabeças mal modeladas,
estará destinando a fracassar na vida.
Durante sua jornada para a terra, a cabeça que permaneceu por tempo insuficiente ou demasiado no forno, poderá não resistir à ação de uma chuva forte e chegará mais danificada ainda. Todo o esforço empreendido para obter sucesso na vida terrena terá grande parte de seus efeitos desviada para reparar tais estragos.
Durante sua jornada para a terra, a cabeça que permaneceu por tempo insuficiente ou demasiado no forno, poderá não resistir à ação de uma chuva forte e chegará mais danificada ainda. Todo o esforço empreendido para obter sucesso na vida terrena terá grande parte de seus efeitos desviada para reparar tais estragos.
Pelo
contrário, se um homem tem a sorte de escolher uma das cabeças
realmente boas, tornar-se próspero e bem sucedido na terra, uma vez que
sua cabeça chega intacta e seus esforços redundam em construção real de
tudo aquilo que se proponha a realizar.
O trabalho árduo trará, ao homem afortunado em sua escolha, excelentes resultados, já que nada é necessário dispender para reparar a própria cabeça. Assim, para usufruir o sucesso potencial que a escolha de um bom ORI acarreta, o homem deve trabalhar arduamente. Aqueles, entretanto que escolheram um mau ORI têm poucas esperanças de progresso, ainda que passem o tempo todo se esforçando.
O trabalho árduo trará, ao homem afortunado em sua escolha, excelentes resultados, já que nada é necessário dispender para reparar a própria cabeça. Assim, para usufruir o sucesso potencial que a escolha de um bom ORI acarreta, o homem deve trabalhar arduamente. Aqueles, entretanto que escolheram um mau ORI têm poucas esperanças de progresso, ainda que passem o tempo todo se esforçando.
Sendo
estes os pressupostos, retomamos as perguntas: Como saber se a escolha
do próprio ORI foi boa ou má? Pode um homem conhecer as
potencialidades da própria cabeça ou da cabeça de outrem?
O
Jogo divinatório de IFÁ possibilita que a pessoa tome conhecimento dos
desígnios do próprio ORI, saiba a respeito do ORISA ou IRUNMALE que
deve ser cultuado e conheça seus EWO – proibições quanto ao consumo de
alimentos, uso de cores e condutas morais
Muitas
referências são feitas às relações entre ORI e o destino pessoal. O
destino descrito como IPIN ORI – a sina do ORI – pode ser dividido em
três partes: AKUNLEYAN, AKUNLEGBA E AYANMO.
AKUNLEYAN
é o pedido que você fez no domínio de IJALA – o que você gostaria
especificamente durante seu período de vida na terra: o número de anos
que você desejaria passar na terra, os tipos de sucesso que você espera
obter, os tipos de parentes que você deseja.
AKUNLEGBA
são aquelas coisas dadas a um indivíduo para ajudá-lo a realizar esses
desejos. Por exemplo: uma criança que deseja morrer na infância pode
nascer durante uma epidemia para garantir a morte dele ou dela.
AYANMO é aquela parte do nosso destino que não pode ser mudada: nosso gênero (sexo) ou a família em que nascemos, por exemplo.
Ambos, AKUNLEYAN e AKUNLEGBA podem ser alterados ou modificados quer para bom ou para mau, dependendo das circunstâncias.
Assim o destino descrito como IPIN ORI – a sina do ORI pode sofrer alterações em decorrência da ação de pessoas más chamadas como ARAYE – filhos do mundo, também chamadas AIYE – o mundo ou ainda, ELENINI – implacáveis (amargos, sádicos, inexoráveis) inimigos das pessoas.
Ambos, AKUNLEYAN e AKUNLEGBA podem ser alterados ou modificados quer para bom ou para mau, dependendo das circunstâncias.
Assim o destino descrito como IPIN ORI – a sina do ORI pode sofrer alterações em decorrência da ação de pessoas más chamadas como ARAYE – filhos do mundo, também chamadas AIYE – o mundo ou ainda, ELENINI – implacáveis (amargos, sádicos, inexoráveis) inimigos das pessoas.
Entre
estes encontram-se as ÀJÉ – bruxas, os OSO – feiticeiros, os
envenenadores e todos aqueles que se dedicam a práticas malignas com
intuito de estragar qualquer oportunidade de sucesso humano.
Sacrifício e ritual podem ajudar a melhorar as condições desfavoráveis que podem ter resultados destas maquinações maléficas imprevisíveis.
Todo ORI, embora criado bom, acha-se sujeito a mudanças. Vimos que feiticeiros, bruxas, homens maus e a própria conduta podem transformar negativamente um ORI, sendo sinal dessa transformação uma cadeia interminável de infelicidades na vida de um homem a despeito de seus esforços para melhorar.
Sacrifício e ritual podem ajudar a melhorar as condições desfavoráveis que podem ter resultados destas maquinações maléficas imprevisíveis.
Todo ORI, embora criado bom, acha-se sujeito a mudanças. Vimos que feiticeiros, bruxas, homens maus e a própria conduta podem transformar negativamente um ORI, sendo sinal dessa transformação uma cadeia interminável de infelicidades na vida de um homem a despeito de seus esforços para melhorar.
O
ORI, entidade parcialmente independente, considerado uma divindade em
si próprio, é cultuado entre outras divindades, recebendo oferendas e
orações. Quando ORI INU está bem, todo o ser do homem está em boas
condições.
Como foi dito, nossos ORI espirituais são por eles mesmos subdivididos em dois elementos: APARI-INU e ORI APERE – APARI-INU representa o caráter (natureza), ORI APERE representa o destino.
Como foi dito, nossos ORI espirituais são por eles mesmos subdivididos em dois elementos: APARI-INU e ORI APERE – APARI-INU representa o caráter (natureza), ORI APERE representa o destino.
Um
indivíduo pode vir para a terra com um destino maravilhoso, mas se ele
ou ela vem com mau caráter (natureza), a probabilidade de desempenho
(cumprimento, execução) desse destino é severamente comprometida.
O destino também pode ser afetado, então, pelo caráter da própria pessoa. Um bom destino deve ser sustentado por um bom caráter.
Este é como uma divindade: se bem cultuado concede sua proteção. Assim, o destino humano pode ser arruinado pela ação do homem.
IWA RE LAYE YII NI YOO DA O LEJO, ou seja, – “Seu caráter, na terra, proferirá sentença contra você”.
No ODU de OGBEOGUNDA, IFÁ diz:
“Um pilão realiza três funções
Ele tritura inhame
Ele tritura índigo
Ele é usado como uma tranca atrás da porta
Foi feito um jogo adivinhatório para Oriseku, Ori-Elemere e Afuwape
Quando eles foram escolher seus destinos nos domínios de IJALA – MOPIN
Foi solicitado para eles que realizassem rituais
Somente Afuwape realizou os rituais que foram solicitados.
Ele, em consequência, tornou-se muito afortunado.
Os outros lamentaram, disseram que se soubessem onde Afuwape escolheria seu ORI, eles teriam ido até lá para escolher os seus também.
Afuwape respondeu que, embora seus ORI fossem escolhidos no mesmo lugar, seus destinos é que diferiam.”
O destino também pode ser afetado, então, pelo caráter da própria pessoa. Um bom destino deve ser sustentado por um bom caráter.
Este é como uma divindade: se bem cultuado concede sua proteção. Assim, o destino humano pode ser arruinado pela ação do homem.
IWA RE LAYE YII NI YOO DA O LEJO, ou seja, – “Seu caráter, na terra, proferirá sentença contra você”.
No ODU de OGBEOGUNDA, IFÁ diz:
“Um pilão realiza três funções
Ele tritura inhame
Ele tritura índigo
Ele é usado como uma tranca atrás da porta
Foi feito um jogo adivinhatório para Oriseku, Ori-Elemere e Afuwape
Quando eles foram escolher seus destinos nos domínios de IJALA – MOPIN
Foi solicitado para eles que realizassem rituais
Somente Afuwape realizou os rituais que foram solicitados.
Ele, em consequência, tornou-se muito afortunado.
Os outros lamentaram, disseram que se soubessem onde Afuwape escolheria seu ORI, eles teriam ido até lá para escolher os seus também.
Afuwape respondeu que, embora seus ORI fossem escolhidos no mesmo lugar, seus destinos é que diferiam.”
A
questão que aí se apresenta é que somente Afuwape mostrou bom caráter.
Respeitando sua crença e realizando seus sacrifícios, ele trouxe as
bênçãos potenciais de seu destino para a efetiva realização. Seus
amigos Oriseku e Ori-Elemere falharam em mostrar bom caráter pela
recusa em realizar seus rituais e, por isso suas vidas sofreram as
consequências.
O
nome IPIN está igualmente associado à ORUNMILÁ, conhecido como
ELERI-IPIN – o Senhor do Destino e que é aquele que esteve presente no
momento da criação, conhecendo todos os ORI, assistindo o compromisso do
homem com seu destino, os objetivos de cada um no momento de sua vinda
para o AIYE, o programa particular de desenvolvimento de cada ser
humano e sua instrumentalização para o cumprimento desse programa.
ORUNMILÁ
conhece todos os destinos humanos e procura ajudar os homens a trilhar
seus verdadeiros caminhos. Temos, assim, que um dos papeis mais
importantes de IFÁ em relação ao homem, além de ser o intérprete da
relação entre os ORISA e o homem, é o de ser o intermediário entre cada
um e o seu ORI, entre cada homem e os desejos de seu ORI. Apenas como
registro, é preciso entender que esse mesmo papel ORUNMILÁ tem na
relação com os demais ORISA, sendo o intermediário entre cada um e o seu
ORI. E ORUNMILÁ, Ele mesmo, consulta IFÁ!
Nos
momentos de crise, a consulta ao oráculo de IFÁ permite acesso a
instruções a respeito dos procedimentos desejáveis, sendo considerados
bons procedimentos os que não entram em desacordo com os propósitos do
ORI.
O
ser que cumpre integralmente seu IPIN-ORI (destino do ORI), amadurece
para a morte e, recebendo os ritos fúnebres adequados, alcança a
condição de ancestral ao passar do AIYE para o ORUN.
Há a crença na existência de duas áreas ocupadas por espíritos dos mortos: ORUN RERE – o bom “céu”, habitado pelas divindades e ancestrais, e ORUN APAADI – o “céu” de muitas infelicidades, habitado pelos infelizes que sofreram má sorte e pelos maus, julgados pelo Ser Supremo, segundo o ser caráter. Estes últimos ficam condenados à solidão e ao esquecimento, sem direito a lembrança ou a aparecerem em sonhos e visões – morrem totalmente.
Há a crença na existência de duas áreas ocupadas por espíritos dos mortos: ORUN RERE – o bom “céu”, habitado pelas divindades e ancestrais, e ORUN APAADI – o “céu” de muitas infelicidades, habitado pelos infelizes que sofreram má sorte e pelos maus, julgados pelo Ser Supremo, segundo o ser caráter. Estes últimos ficam condenados à solidão e ao esquecimento, sem direito a lembrança ou a aparecerem em sonhos e visões – morrem totalmente.
ORUN
RERE, por outro lado, é prazeiroso e sereno, vivendo os espíritos numa
comunidade composta de parentes e amigos. Podem também permanecer
junto aos familiares e intervir em suas atividades diárias, sendo-lhes
permitido reencarnar em alguma criança nascida no âmbito familiar.
A respeito do ORI, resta ainda lembrar que trata-se de uma divindade pessoal, a mais interessada de todas no bem estar de seu devoto. Se o ORI de um homem não simpatiza com sua causa, aquilo que ele deseja não pode ser concedido nem por OLODUMARE, nem pelos ORISA.
A respeito do ORI, resta ainda lembrar que trata-se de uma divindade pessoal, a mais interessada de todas no bem estar de seu devoto. Se o ORI de um homem não simpatiza com sua causa, aquilo que ele deseja não pode ser concedido nem por OLODUMARE, nem pelos ORISA.
Da
mesma forma se o caráter de um indivíduo é mau, sua escolha de destino
pode não se realizar. Se nossa situação é realmente de um mau destino,
e não é uma consequência de nosso caráter ou comportamento, então
nosso ORI-APERE precisa ser apaziguado.
Oferendas prescritas ou rituais devem ser realizados para nos trazer de volta a um alinhamento saudável.
Oferendas prescritas ou rituais devem ser realizados para nos trazer de volta a um alinhamento saudável.
Considera-se
vital para todo homem recorrer a IFÁ, sistema divinatório de consulta a
ORUNMILÁ, a intervalos regulares para tomar conhecimento do que agrada
ou desagrada o próprio ORI. Enquanto intermediário entre a pessoa e as
divindades (entre as quais o próprio ORI)
IFÁ não apenas informa sobre os desejos divinos, mas também conduz os sacrifícios ofertados às divindades para que estas possam cumprir seu papel: ajudar os ORI a conduzirem as pessoas à realização do próprio destino.
IFÁ não apenas informa sobre os desejos divinos, mas também conduz os sacrifícios ofertados às divindades para que estas possam cumprir seu papel: ajudar os ORI a conduzirem as pessoas à realização do próprio destino.
Se
as coisas estão indo mal em sua vida, antes de apontar um dedo
acusador para as bruxas, para feitiços ou para seus inimigos, examine
sua natureza.
Se Você tem por hábito maltratar as pessoas ou não considerar seus sentimentos, não procure qualquer felicidade ou sorte em sua vida, não importando o quanto Você possa ser bem sucedido materialmente.
Se Você tem por hábito maltratar as pessoas ou não considerar seus sentimentos, não procure qualquer felicidade ou sorte em sua vida, não importando o quanto Você possa ser bem sucedido materialmente.
ÀJÀLÁ ORÍ, ORÍ L’EWÀ, L’EWÀ, L’EWÀ.
ÀJÀLÁ ORÍ, ORÍ L’EWÀ, L’EWÀ, L’EWÀ.
OPÉ ÈNYIN EDÙMARÈ, WÁ ORÍ, E KÚ Ó.
OPÉ ÈNYIN EDÙMARÈ, WÁ ORÍ, E KÚ Ó.
E KÚ Ó ÒRUN, E KÚ Ó ÒSÙPÁ, E KÚ ÒJÒ, ÒJÒ BÒ ILÈ.
E KÚ Ó ÒRUN, E KÚ Ó ÒSÙPÁ, E KÚ ÒJÒ, ÒJÒ BÒ ILÈ.
IRÉ ORÍ Ó JÍ, Ó JÍ IRE ORÍ,
IRÉ ORÍ Ó JÍ, Ó JÍ IRE ORÍ.
Àjàlá que molda cabeças, deixe este Orì lindo, lindo, lindo.
Agradeço-te Deus, venha para esta Cabeça, eu te saúdo.
Eu saúdo o Sol, eu saúdo a Lua, eu saúdo a Chuva, Chuva que cai sobre a Terra.
Vc será uma Cabeça feliz, acorde feliz Orí.
ÀJÀLÁ ORÍ, ORÍ L’EWÀ, L’EWÀ, L’EWÀ.
OPÉ ÈNYIN EDÙMARÈ, WÁ ORÍ, E KÚ Ó.
OPÉ ÈNYIN EDÙMARÈ, WÁ ORÍ, E KÚ Ó.
E KÚ Ó ÒRUN, E KÚ Ó ÒSÙPÁ, E KÚ ÒJÒ, ÒJÒ BÒ ILÈ.
E KÚ Ó ÒRUN, E KÚ Ó ÒSÙPÁ, E KÚ ÒJÒ, ÒJÒ BÒ ILÈ.
IRÉ ORÍ Ó JÍ, Ó JÍ IRE ORÍ,
IRÉ ORÍ Ó JÍ, Ó JÍ IRE ORÍ.
Àjàlá que molda cabeças, deixe este Orì lindo, lindo, lindo.
Agradeço-te Deus, venha para esta Cabeça, eu te saúdo.
Eu saúdo o Sol, eu saúdo a Lua, eu saúdo a Chuva, Chuva que cai sobre a Terra.
Vc será uma Cabeça feliz, acorde feliz Orí.
ORI O ORI O
ORI MI O!
SE RERE FUN MI!
MEU ORI!
SE ALEGRE COMIGO!
ORI MI O!
SE RERE FUN MI!
MEU ORI!
SE ALEGRE COMIGO!
Para
termos ideia quanto a importância e precedência do ORI em relação aos
demais ORISA, um Itan do ODU OTURA MEJI, ao contar a história de um ORI
que se perdeu no caminho que o conduzia do ORUN para o AIYE, relata:
“… OGUN chamou ORI e perguntou-lhe, “Você não sabe que você é o mais
velho entre os ORISA? Que você é o líder dos ORISA?’…”. Sem receio
podemos dizer, “ORI mi a ba bo ki a to bo ORISA”, ou seja, “Meu ORI,
que tem que ser cultuado antes que o ORISA” e temos um oriki dedicado à
ORI que nos fala que ” KO SI ORISA TI DA NIGBE LEYIN ORI ENI”,
significando, “… Não existe um ORISA que apoie mais o homem do que o
seu próprio ORI…”.
foto: site de busca